Lucy
Original:Lucy
Ano:2014•País:França Direção:Luc Besson Roteiro:Luc Besson Produção:Virginie Silla Elenco:Scarlett Johansson, Morgan Freeman, Min-sik Choi, Amr Waked, Julian Rhind-Tutt, Pilou Asbæk, Analeigh Tipton, Jan Oliver Schroeder |
No episódio O Sexto Dedo, da série Quinta Dimensão, dirigido por James Goldstone, em 1963, um cientista louco, o Professor Mathers, desenvolve uma máquina capaz de acelerar a evolução humana. Depois de um teste eficiente com um macaco, ele faz a experiência com o humilde minerador Gwyllim e o transforma numa versão avançada, com o cérebro avantajado e a inclusão de um dedo em cada mão. Com as habilidades desenvolvidas, incluindo a telecinésia, aos poucos, o rapaz torna-se arrogante e com necessidades destruidoras, numa ameaça ao futuro do planeta. Apesar das limitações técnicas, o episódio traz interessantes discussões sobre a corrupção do poder e a fragilidade do Homem diante do desconhecido. Já em 1992, no longa O Passageiro do Futuro (The Lawnmower Man), que traz o mesmo título original de um conto do Stephen King, um simples jardineiro com deficiência mental tem suas condições cognitivas aceleradas através de drogas e da realidade virtual, também tornando-se uma versão completamente insensível e agressiva. Esses dois exemplos apresentam o lado negativo da evolução, quando as habilidades são apresentadas como armas por indivíduos outrora simpáticos e plenamente humanos. Vários outros poderiam entrar nessa galeria, como o surgimento de muitos vilões dos quadrinhos, já levados à tela grande.
Contudo, o cinema permite a observação de um outro lado, como o nascimento de muitos heróis ou pessoas capazes de controlar os novos poderes adquiridos. Pode-se citar o thriller Sem Limites (Limitless, 2011), de Neil Burger, com o vagabundo Eddie Morra (Bradley Cooper) descobrindo um meio, pela ingestão de uma droga, de utilizar temporariamente 100% do seu cérebro, ajudando-o a se transformar em uma pessoa bem sucedida, mas tendo que enfrentar vilões que querem adquirir a fórmula. Um enredo similar ao recente Lucy, de Luc Besson, que teve uma passagem rápida pelos cinemas brasileiros em 28 de agosto. Nele, a garota título (a bela Scarlett Johansson) é enganada pelo namorado para fazer uma entrega para um mafioso (Min-sik Choi, de Oldboy) e acaba servindo de mula para o transporte de uma nova droga, capaz de ativar as “zonas mortas do cérebro“. Com o conteúdo inserido em intestino, ela leva uma surra e o pacote se abre, espalhando os efeitos pelo seu organismo.
Longe dali, naquelas coincidências do cinema, o Professor Norman (Morgan Freeman) debate sobre as capacidades do cérebro em suas palestras, dizendo que o Homem só utiliza 10% de sua capacidade (!!), e traz teorias sobre o que aconteceria se fosse apto a usar mais. Lucy decide procurá-lo para buscar respostas, enquanto aprende línguas e descobre seus dons progressivos que envolvem telecinésia e telepatia. E, óbvio, terá que enfrentar a máfia coreana e a polícia, intrigada com seus atos estranhos e periculosidade.
Luc Besson já teve momentos inspirados em sua longa carreira, iniciada na década de 80. Entre seus trabalhos, destacam-se o thriller de ficção científica O Quinto Elemento (1997), o épico Joana d’Arc (1999) e a animação Arthur e os Minimoys (2006). No entanto, Lucy encontra muitas referências à sua melhor obra: Nikita – Criada Para Matar (1990). Em ambos, há a figura da mulher comum que adquire habilidades e busca vingança, assim como é possível notar o estado depressivo das protagonistas, participando de uma realidade distante da que elas consideram ideal. Mesmo com essa notada semelhança estrutural, Lucy perde feio num combate direto, sendo apenas uma heroína de quadrinhos, uma espécie de X-Men do mundo real.
Embora tenha uma beleza espetacular, Johansson não foi a escolha certa. Se ela convenceu como heroína em Os Vingadores, aqui ela está robótica e inexpressiva – mesmo com a sugestão do roteiro de que um uso maior do cérebro tornaria a pessoa insensível. Também é possível que o espectador fique desanimado com os péssimos efeitos especiais que incluem viagem no tempo e encontro com um dinossauro digital. Se o cineasta traz uma boa reflexão sobre o Universo ter como medida o tempo e não números e letras, por outro abusa dos clichês de filmes de ação, com perseguição nas ruas em alta velocidade e combates injustos. Min-sik Choi abandona sua boa carreira em filmes de vingança como Oldboy, Lady Vingança e Eu Vi o Diabo para apresentar um vilão estereotipado e sem profundidade.
Sem inovação ou qualquer razão de existir, Lucy contraria a sua proposta e traz um filme involutivo em todos os aspectos. Um desserviço para uma trajetória de produções similares interessantes e bem realizadas. Dá até saudades do cabeçudo com seis dedos…
gostei muito do filme, bons efeitos e um roteiro interessante, discordo da critica.
gostei do filme e também da atuação da escarlett
não achei o filme tao ruim assim…opiniao minha…agora os efeitos especiais com certeza não são ruins,ja assistiu algum filme daquele canal de ficçao cientifica? aquilo sim sao efeitos ruins. talvez por não ter vistos outros filmes com a proposta parecida ate q foi divertido