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A Perseguição
Original:Six Jours
Ano:2024•País:França, Bélgica
Direção:Juan Carlos Medina
Roteiro:Juan Carlos Medina, Denis Brusseaux, Guillaume Mautalent, Jeong Geun-seop
Produção:Thierry Desmichelle, Rémi Jimenez, Eric Laroche, Evelyne Quesnel, Raphaël Rocher, Nicolas Rolland
Elenco:Sami Bouajila, Julie Gayet, Philippe Résimont, Gilles Cohen, Anne Azoulay, Manon Azem, Yannick Choirat, Marilyne Canto, Pierre Cévaër

Nos recônditos da Sétima Arte, é possível encontrar todos os tipos de assassinos em série e sequestradores, dos mais ousados aos pouco imaginativos. O excesso de exposição, ainda mais após a onda Seven dos anos 90, impede que haja sangue novo dentre os thrillers investigativos, deixando a impressão que já conhecemos todos e estamos bastante habituados aos mais variados modus operandi. Se souber peneirar no lugar certo, bem distante do cinemão-clichê de Hollywood, pode ser que você se surpreenda com produções como o franco-belga Six Jours, que está disponível no Adrenalina Pura com o título nacional A Perseguição.

Com direção de Juan Carlos Medina (não confundir com o homônimo ex-jogador mexicano), responsável por Os Crimes de Limehouse (The Limehouse Golem, 2016), o longa tem todos os moldes de um tradicional e bocejante thriller até sua metade. Apesar da boa direção e fotografia, você escreverá mentalmente os caminhos narrativos do roteiro de Jeong Geun-seop, com os acréscimos de diálogos escritos de Guillaume Mautalent e Denis Brusseaux, além da colaboração do próprio Medina. É a segunda metade que irá promover acordes de satisfação até o último ato, com a perspectiva de aumento das considerações finais.

O filme começa em 2006, quando Anna Voutyras (Julie Gayet) está em um carro com o rosto coberto por um saco de lixo, aguardando que sua filha seja devolvida por um sequestrador. Quando a menina finalmente aparece cruzando a estrada, a chegada repetina do detetive Malik Rezgui (Sami Bouajila, de O Corvo, 2024) quase a atropela, mas o susto a faz tropeçar, cair e bater fatalmente a cabeça em um bloco de pedra. Dez anos depois do erro do policial, o crime está em vias de prescrever, restando apenas seis dias, do título original. Anna procura mais uma vez o detetive para exigir uma ação que ainda permita identificá-lo: naquela facilitação do cinema de gênero, ele descobre que alguém deixou uma rosa branca no local da morte da garota há poucos dias e acredita que seja o sequestrador.

Marcas de pneu e câmeras de veículo ajudam a identificar o carro, mas os dias estão passando e Malik está sendo cobrado pela Capitã Julia Nowak (Manon Azem) a esquecer do caso. Com o término da prescrição, a neta de Franck Revel (Philippe Résimont) é sequestrada, e o responsável age da mesma forma que antes, incluindo o valor exigido no resgate e o local da troca. Malik é autorizado a voltar a investigar, tendo uma segunda chance para identificar e prender o sequestrador, desde que seja pelo novo crime cometido.

Como se observa na breve descrição sem spoilers comprometedores, o filme parece seguir a fórmula de inúmeras produções do estilo, até mesmo na fotografia acinzentada e períodos de chuvas intensas: crime, pessoas atormentadas pela não solução, um novo crime, chance de redenção. Contudo, há duas reviravoltas e uma surpresa, reservadas para o ato final. Malik não tem o estereótipo do bom investigador, convivendo com o fato de ter contribuído para a morte da menina em 2006 – e somente ele tem consciência disso pois Anna não conseguiu ver o que gerou exatamente a tragédia. Inclusive, a mãe da garota se mostra mais eficiente na investigação do que toda a polícia, tendo pelo menos duas oportunidades de capturar o sequestrador de sua filha.

Beneficiado pelas boas atuações e elenco, A Perseguição – título nacional comum demais para o que se propõe – vale o seu conhecimento. Traz três personagens em cena com motivações diferentes dentro de uma mesma situação, e se esforça bastante para fugir do lugar-comum do subgênero, principalmente no apagar das luzes, transmitindo justiça e pessimismo nas mesmas proporções.

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