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Depois de Horas
Original:After Hours
Ano:1985•País:EUA
Direção:Martin Scorsese
Roteiro:Joseph Minion
Produção:Robert F. Colesberry, Griffin Dunne, Amy Robinson
Elenco:Griffin Dunne, Rosanna Arquette, Verna Bloom, Tommy Chong, Linda Fiorentino, Teri Garr, John Heard, Cheech Marin, Catherine O'Hara, Dick Miller, Will Patton, Robert Plunket, Bronson Pinchot, Rocco Sisto

Paul Hackett (Griffin Dunne) é um típico empregado mediano, de um escritório mediano e com medianas perspectivas de vida e carreira que, numa determinada noite, conhece casualmente Marcy (Rosanna Arquette) num café e, ao aceitar o convite para encontrá-la na casa de uma amiga no bairro Soho em Nova York, irá ter uma noite de pesadelo, tendo que lidar com seus preconceitos, situações bizarras e com personagens problemáticos e marginais.

Bem, para começo de conversa, importante informar que este é um filme de Martin Scorsese, o maior e melhor diretor americano em atividade. Incensado no início da carreira depois de dirigir clássicos como Caminhos Perigosos (1973), Taxi Driver (1976) e Touro Indomável (1980), no auge do sucesso o diretor fez o incompreendido (mas também excelente) O Rei da Comédia (1982), que não foi bem aceito pelos críticos e pelo público. Desgostoso com a indústria, Scorsese tirou um período sabático, mas queria voltar a dirigir algo sem muitas pretensões, quando foi apresentado a este projeto pelo ator e produtor Griffin Dunne. Ao aceitar dirigir este longa, Scorsese o fez de forma vibrante, transformando o roteiro de Joseph Minion numa fábula punk noir com uma pegada de thriller cômico-dramático, totalmente diferente até então e depois muito imitado.

Martin Scorsese é o meu diretor favorito e, além deste Depois de Horas, estão na sua conta outros filmes que considero excepcionais, como os clássicos modernos Os Bons Companheiros (1990) e O Lobo de Wall Street (2013). Contudo, o mestre é bom em qualquer seara, tendo enveredado pelo horror/suspense com muita competência e ousadia, em filmes como o fenomenal Cabo do Medo (1991), o bom mas pouco visto Vivendo no Limite (1990) com Nicolas Cage e o surpreendente Ilha do Medo (2010) com seu atual ator fetiche Leonardo DiCaprio. O diretor é um apaixonado pelo cinema, o que visualmente fica patente em seus filmes, no esmero na direção de atores, nas técnicas de movimentação de câmera, na edição precisa e no olhar sempre atento em contar uma boa história.

Esse amor pelo cinema o fez fundar a Film Foundation, que é uma organização sem fins lucrativos dedicada a preservação e a exibição de filmes clássicos restaurados.

Depois de Horas pode ser seu filme menos pretensioso, mas nunca é modesto em suas ambições. A jornada de Paul nessa longa noite passa por elementos fora de seu controle, expondo-o a situações surreais, confrontando seu estilo pequeno burguês e sua apatia pela vida. A fina ironia e o final emblemático fecham o pacote com graça e leveza.

Além de Griffin Dunne incorporar com maestria o protagonista, o elenco tem Rosanna Arquette magnífica (que pena que ela não tenha entrado no rol dos grandes ícones hollywoodianos), Linda Fiorentino em seus primeiros passos no cinema e Teri Garr inesquecível como uma mulher ainda presa aos costumes e moda dos anos 70.

Sem dúvida um grande filme que merece destaque na carreira profícua e excepcional de Martin Scorsese.

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