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Asilo Maligno
Original:The Home
Ano:2025•País:EUA
Direção:James DeMonaco
Roteiro:James DeMonaco, Adam Cantor
Produção:Bill Block, Sébastien K. Lemercier
Elenco:Pete Davidson, John Glover, Mugga, Adam Cantor, Bruce Altman, Denise Burse, Stuart Rudin, Ethan Phillips, Nathalie Schmidt, Mary Beth Peil, Victor Williams, Marilee Talkington, Jessica Hecht, Michael Donaldson, Linder Sutton

Existe um acesso visceral no quarto andar de The Home, se você estiver disposto a fazer uma lenta caminhada pelos primeiros degraus. As passadas iniciais são bem mornas e se assemelham a diversas outras que o cinema já mostrou na fórmula: emprego novo + intenções obscuras. Há outras ideias ali facilmente reconhecidas por qualquer público calejado, ao ponto de permitir que o infernauta realmente se sinta em casa, fazendo jus ao título original, ainda que a orientação venha do criador da franquia Uma Noite de Crime, James DeMonaco. Quando a caminhada avança para o andar superior, The Home se mostra satisfatório em sua premissa de absurdos.

O protagonismo pertence a Pete Davidson, oriundo dos quadros de humor do Saturday Night Live, e habituado a papéis de viciados e idiotas. Saltou das gags para atuar em diversas produções, incluindo os blockbusters como Guardiões da Galáxia Vol. 3, Velozes e Furiosos 10 e Transformers: O Despertar das Feras, os três lançados em 2023. Em The Home, ele ironicamente está em casa: seu Max vive atormentado pelas lembranças de seus pais adotivos, Couper (Victor Williams) e Sylvia (Jessica Hecht), informando-o sobre a morte do irmão, o que contribuiu para torná-lo um artista de rua, sem emprego, culminando com sua prisão por pichações ilegais.

Para não ser encarcerado, seu pai consegue que a prisão seja substituída por serviços comunitários como zelador na casa de repouso Green Meadows. Ali na rotina de limpeza de fezes de idosos e amizade com senhorinhas como a simpática Norma (Mary Beth Peil), ele é avisado sobre jamais subir ao quarto andar. Claro que não irá demorar para que ele invada o local, após estranhar uivos de dor, somente para encontrar idosos em aparente catatonia, presos a cadeiras de roda, evidenciando insanidade agressiva. Não é o único estranhamento do rapaz: ele presencia um casal de idosos fazendo sexo com máscaras de The Purge, a extravagância do ex-ator Lou (John Glover) e os olhares curiosos dos residentes e até do médico principal, Dr. Sabian (Bruce Altman).

Quando ele é avisado sobre coisas erradas que acontecem ali, uma morte sangrenta o faz perceber que Green Meadows esconde mesmo um lado oculto e que ele será forçado a descobrir esses experimentos bizarros da pior forma.

A capa de The Home já é por si só repulsiva. Uma agulha apontada para um olho me trouxe à memória o ótimo Os Mortos Vivos (Dead & Buried, 1981), de Gary Sherman. Aliás, tudo que envolve olhos é passível de transmitir uma sensação de crescente agonia – Lucio Fulci que o diga. No filme de DeMonaco, a justificativa de um pseudo cientista louco é das mais absurdas, ainda mais quando se percebe que o procedimento não necessita de qualquer experiência médica ou habilidade e que o resultado é imediato. É o típico nonsense do cinema fantástico, funcionando para a proposta sem precisar de explicações científicas.

Aceitando sua condição extraordinária, o roteiro de DeMonaco e Adam Cantor flui bem e até permite uma certa empatia pelo jovem protagonista, graças ao carisma de Pete Davidson, à vontade no papel, não necessitando de muita expressividade. A sangreira do último ato vale todo o percurso, e a solução vai remeter a dois outros filmes, muito mais conhecidos e eficientes.

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