
![]() Mal e Violência
Original:Malevolence
Ano:2003•País:EUA Direção:Stevan Mena Roteiro:Stevan Mena Produção:Stevan Mena, Rob Vinci Elenco:R. Brandon Johnson, Samantha Dark, Heather Magee, Richard Glover, Courtney Bertolone, John Richard Ingram, Keith Chambers, Kevin McKelvey, Lenn Gross, Pamela Marie Guida |

O longa de estreia de Stevan Mena é um slasher de baixos recursos, envolto em atmosfera e cenas de tensão. Mal e Violência (título ruim para o original Malevolence, que poderia muito bem ter a tradução simples “Malevolência“) foi lançado em 2003, com base em toda uma imensa cinegrafia do estilo. O cineasta parece não se importar em referenciar o gênero, desde que possa apresentar um entretenimento azedo, com uma proposta curiosa e ousada. Imagine o que aconteceria se os ladrões de Um Drink no Inferno (From Dusk till Dawn, 1996) em vez de fugirem para o Titty Twister buscassem abrigo em uma casa no Texas onde vive um tal Leatherface? Esse é o conceito principal do diretor ao levar à fazenda de um terrível serial killer e sequestrador de crianças um trio de assaltantes de banco com uma mãe e sua filha como reféns.
Após os letreiros com identificação sobre desaparecimentos de crianças, o prólogo acontece em 14 de maio de 1989, mostrando uma jovem presa a uma corrente no teto sendo assassinada enquanto um garoto, com um corte no rosto, somente observa. As ações saltam dez anos, para 20 de setembro de 1999, com o plano de assalto de Marylin (Heather Magee), seu namorado Julian (R. Brandon Johnson), o irmão dela, Max (Keith Chambers), e Kurt (Richard Glover). Mesmo com os receios de Julian, o grupo mascarado invade um banco e faz um roubo rápido, consequentemente ocasionando a morte de Max, vítima da troca de tiros com os seguranças.

Julian e Marylin fogem pela estrada, pretendendo alcançar uma residência abandonada no interior. Kurt foge por outro caminho, mas, devido ao pneu furado, é obrigado a abandonar o veículo e roubar outro, exatamente o conduzido por Samantha (Samantha Dark) e sua filha Courtney (Courtney Bertolone). Estes chegam primeiro à casa, e, devido a uma distração de Kurt, Courtney escapa até uma fazenda próxima, onde antigamente havia um matadouro e agora é o habitat de um serial killer. Kurt é assassinado, enquanto Courtney é mantida presa em um armário.
Quando Julian e Marylin enfim chegam à casa de encontro dos ladrões, encontram Samantha amarrada. A máscara utilizada por Kurt, um saco de batata com dois furos, similar a de Jason Voorhees em Sexta-Feira 13 – Parte 2 (Friday the 13th – Part II, 1981) e do Assassino Invisível (The Town That Dreaded Sundown) em suas duas versões, passa a ser vestimenta do assassino do matadouro, causando confusão sobre a possibilidade de Kurt ter ficado louco. Restam ao dois sequestradores e Samantha enfrentar um assassino silencioso e observador.

Aliás, é o seu caráter de espreita que traz uma atmosfera perturbadora de insegurança aos personagens de Mal e Violência. Ele é visto olhando pela janela ou ao fundo, do alto de uma escada ou a la Jack Nicholson pelo buraco feito numa porta de madeira, e, quando resolve atacar sua presa, ele corre em direção a ela, como na interessante cena do carro. Por ser uma produção de baixos recursos, as cenas violentas são disfarçadas pelos movimentos dos golpes e pelo sangue que depois é visto nas roupas e nos corpos. Ainda assim, Stevan Mena apresenta uma ambientação sinistra, ruínas de um local de adoração e morte, repleto de corpos destroçados e esqueletos.

Com um bom ritmo e boas cenas de tensão, mesmo com sua concepção amadora, Mal e Violência é bem interessante. Custou US$200 mil dólares – menos do que os bandidos conseguiram no assalto -, e se pagou nas bilheterias no lançamento limitado dos cinemas pela Anchor Bay Films. Fez mais sucesso em sua passagem pela Espanha. As críticas mistas e o bom desempenho permitiram a realização de duas continuações, a prequel Mal e Violência 2: Sofrimento (Bereavement, 2010) e a sequência Mal e Violência 3: Assassino (Malevolence 3: Killer, 2018), explorando a mitologia construída por Stevan Mena.





















