
![]() The Jester 2
Original:The Jester 2
Ano:2025•País:EUA Direção:Colin Krawchuk Roteiro:Colin Krawchuk Produção:Patrick Ewald, Cole Payne, Jake Heineke Elenco:Michael Sheffield, Kaitlyn Trentham, Dingani Beza, Hassen Kacem, Jessica Ambuehl, Charles McKee, Patrick Loree |

“Four tricks. Four souls. Every year.”
Em 2022 tivemos o lançamento de Terrifier 2, uma continuação que ninguém pediu, mas claramente tentava reparar os defeitos do despretensioso primeiro filme. A sequência fez um sucesso estrondoso, impulsionando o palhaço criado por Damien Leone ao patamar de um dos novos ícones do horror. Claro que, com o sucesso, surgem as cópias descaradas homenagens, sendo uma das mais populares a figura macabra do ilusionista Jester, protagonista de três (ótimos) curtas e que ganhou uma adaptação para o cinema em 2024. Na ocasião, este que vos escreve redigiu uma ácida análise sobre Jester: A Morte Sorri. Entre as principais críticas ao longa dirigido por Colin Krawchuk estavam a artificialidade da aparência do vilão, o elenco de apoio sem nenhum carisma e o enredo confuso e desinteressante. Pois bem, seguindo (mais uma vez) os passos de Terrifier, a segunda parte da franquia Jester parece ter entendido suas falhas e nos entrega um trabalho bastante superior ao primeiro.
The Jester 2 se inicia com jovens se divertindo em uma floresta na noite de Halloween. Um dos jovens se afasta para se aliviar, encontrando o sinistro bobo da corte saindo de um baú misterioso. Após esse primeiro momento, a criatura passa a perambular pelas ruas do povoado, aterrorizando os moradores locais com truques de mágica. Concomitantemente, somos apresentados à jovem Max, uma aprendiz de mágica que parece ser marginalizada por todos à sua volta, desde seus colegas de escolas até sua própria família. Enquanto janta (sozinha) na noite de Halloween, ela acaba se encontrando com o Jester, enganando a criatura com um truque de cartas. Porém, a brincadeira aparentemente inocente cria uma conexão acidental entre os dois ilusionistas, e eles terão que agir juntos para livrar suas almas de um perigo mortal.

Se tem algo que não podemos acusar o diretor (que aqui também roteiriza o longa) Colin Krawchuk é de não saber receber críticas. The Jester 2 parece ter sido produzido ao lado de um checklist com tudo que não funcionou em seu antecessor. Aparência excessivamente artificial do antagonista, em uma “annabellização” do design simples (mas eficiente) dos curtas-metragens? Logo na cena inicial, o Jester remove a máscara anterior, passando a clara mensagem de que a ideia aqui é começar do zero. Enredo confuso que não se decide se o vilão possui forma física ou uma representação metafórica de uma doença mental? Esqueça isso, aqui o bobo da corte é uma entidade sobrenatural com uma missão a cumprir.
No entanto, o maior acerto de The Jester 2 é sua final girl. Ignore as duas personagens insossas da primeira parte, Colin Krawchuk encontra em Kaitlyn Trentham a Sienna do seu Terrifier. Espirituosa, carismática e sofredora, a Magician Max é daquelas protagonistas que é impossível não torcer. Devido ao improvável vínculo que é criado entre ela e o trapaceiro de terno laranja, os dois indivíduos contracenam de maneira muito próxima, e a química aqui é indiscutível. Senti falta de um maior desenvolvimento da relação de Max com as pessoas à sua volta, algo que poderia ter sido mais bem explorado quando ela precisa escolher quatro alvos para ludibriar.

A segunda parte da franquia The Jester não é perfeita, longe disso. Apesar da óbvia melhora em relação ao seu predecessor, o enredo aqui continua não sendo lá essas coisas, com uma importante queda nos dois últimos atos. As cenas de morte são bem fraquinhas, o que colabora para que o filme não seja exatamente memorável. Da mesma forma, apesar de engenhosa, não me agrada muito a decisão criativa de fazer o monstro se comunicar usando os mortos e tabuleiros ouija. Ainda assim, é um entretenimento honesto que soube se reinventar, tentar consertar seus erros e, principalmente, não se levar a sério.





















