
![]() O Cinema Mal-Assombrado
Original:Wayang Puaka
Ano:2023•País:Malásia Direção:Zulkarnain Azhar Roteiro:Zulkarnain Azhar, Peter Toyat Produção:Chee Ang Keoh, Pugalenthan Supramaniam Elenco:Afiq Rahem, Said Muhammad Ismail, Amalina Arham, Hafiq Hatta, Nesa Idrus, Abi Madyan |
Dentre os lugares malditos visitados por cineastas amadores do subgênero “found footage“, passe distante dO Cinema Mal-Assombrado da Malásia. Não porque ele seja assustador ou lhe trará pesadelos, mas por ser sonolento, mal feito e óbvio demais. Ambientado na época da pandemia, sem que isso faça qualquer diferença, o longa traz o arroz com feijão do estilo, colocando um grupo de youtubers em um local onde fora exibido um filme amaldiçoado e levou o dono do cinema ao suicídio. Essa é a proposta básica do longa de Zulkarnain Azhar, desenvolvido a partir de um roteiro que ele co-escreveu com Peter Toyat, com inspiração em uma leva de produções similares e com resultados melhores.
Depois de um prólogo bastante desanimador, com efeitos bem ruins, o filme apresenta um grupo de rapazes que tenta a sorte com vídeos de investigação paranormal. Afiq Rahem, Said Muhammad Ismail, Hafiq Hatta e Abi Madyan — todos usando o nome verdadeiro à exceção deste último chamado de Panjang — criaram o canal Anomali, publicando constantemente vídeos em que exploram lugares assombrados e tentam viralizar fazendo o que milhares de outros já fizeram. Em um dos mais toscos e que se tornou viral, é colocado um galo em um local à noite, somente para algo invisível caminhar até ele e o animal explodir em efeitos digitais terríveis.
Ainda que seus vídeos sejam ruins, tudo indica que são reais. Quando Hatta não está presente, eles combinam falsificar situações fantasmagóricas, mas o rapaz já descobre na gravação seguinte, ocasionando o fim da produção de vídeos. Tempos depois, Hatta parte em missão solo para investigar o cinema Odissey, considerado assombrado, e desaparece. Seu irmão, Afiq, descobre a senha do e-mail e o contato do rapaz com um tal USER00354, e relatos sobre o que acontecera na década de 50, quando um produtor lançou um filme igual ao da Sadako, levando à morte aqueles que o assistem. O dono do cinema comprou o filme e se suicidou em um shopping, algo que foi notado como uma assombração em 2009.
Assim Afik reúne os antigos membros para ir ao local, tendo a companhia da jovem Amalina Arham. Espalham câmeras e ainda utilizam um drone para registros, em busca de uma resposta pelo sumiço de Hatta. Não é preciso dizer que as câmeras irão captar pessoas mascaradas e o que parece ser uma bruxa: seu ritual de morte é exatamente o que está na fita. E ela e seus encapuzados atacarão os jovens, impedindo qualquer saída. Como já se sabe que se trata de um found footage, não espere um final feliz ao estilo Scooby Doo. As assombrações cumprirão seu trabalho, entre bocejos do infernauta.
Sem novidades e ainda levemente irritante, o filme comete os erros de 8 em cada 10 filmes do formato, com câmeras em excesso, captando as brigas do grupo e até o momento em que combinam que irão forjar as manifestações sobrenaturais. Poxa, ninguém ali pensou que Hatta poderia assistir ao conteúdo sem precisar descobrir a linha de pesca? Se Afiq está convencido que o irmão está preso no cinema, por que levou os demais para investigar em vez de chamar a polícia ou invadir o cinema à luz do dia? E por que, raios, os rapazes usam suas câmeras e celulares para fazer registros e nunca assistem ao que gravam?
Adquirido pela Elite Filmes, O Cinema Mal-Assombrado não vale o ingresso, nem como curiosidade em acompanhar um found footage malaio ou por mais uma vez torcer pela morte sangrenta de youtubers. Há outros lugares assombrados que podem valer uma visita envoltos em arrepios e entretenimento.
























