![]() Vespas Gigantes
Original:Stung
Ano:2015•País:EUA, Alemanha Direção:Benni Diez Roteiro:Adam Aresty Produção:Christian Becker, Benjamin Munz Elenco:Matt O'Leary, Jessica Cook, Lance Henriksen, Clifton Collins Jr., Cecilia Pillado, Eve Slatner. Daniele Rizzo, Florentine Lahme |
Somente o Cinema Fantástico é capaz de promover invasões alienígenas das mais toscas aos efeitos exagerados, transformar animais e insetos em monstros gigantes o suficiente para aterrorizar cidades pequenas e festas milionárias. Na época da expansão do eco-horror, quando o mundo passava a ter um olhar mais preocupado para os efeitos catastróficos da destruição da natureza, uma horda de insetos, aracnídeos e animais descontrolados passou a desfilar na tela grande, pressentindo a ameaça de uma guerra nuclear, ocasionando a divertida Era dos Big Bugs. Enquanto o Cinema partia para outros segmentos, como os slashers e possessão demoníaca, vez ou outra aparecia um Baratas Assassinas (1998), Malditas Aranhas (2002) e o recente Sting – Aranha Assassina (2024), mostrando que o subgênero ainda podia mostrar seus ferrões e gosmas, seja em produções mais sérias ou sátiras do estilo.
Talvez nesse ninho da Sétima Arte o nonsense Vespas Gigantes (Stung, 2015) possa ter passado despercebido. Trata-se de um típico filme B com o selo Lance Henriksen de produções da terceira prateleira, com pessoas e até um cãozinho transformados em vespa, em um body horror que tem consciência de sua condição trash bem feita. A desculpa para que as vespas cresçam descomunalmente seria uma mistura de fertilizante com hormônio do crescimento. O cãozinho Percy desenterrou o vespeiro durante um evento na propriedade dos Perch, planejado pela Sra. Perch (Eve Slatner) e seu filho Sydney (Clifton Collins Jr., de Círculo de Fogo, 2013), e que contaria com a presença do Prefeito Caruthers (Henriksen).
Para tal, contrataram os serviços de buffet de Julia (Jessica Cook), que trouxe o ajudante Paul (Matt O’Leary, de A Mão do Diabo, 2001) para auxiliar na organização e servir bebidas. Logo o ambiente festeiro se torna um caos com a invasão de vespas do tamanho de uma mão, mas que, ao picarem pessoas, deixam ovos e estas rapidamente dão lugar a versões de mais de dois metros. Sim, ignore qualquer razão científica, e simplesmente se divirta com as criaturas rasgando corpos com seus ferrões, arrebentando portas e paredes e colocando os sobreviventes isolados na destilaria. Ignore o fato do porão ter uma porta de aço, típica de um abrigo nuclear, mas manter janelinhas de vidro como acesso ao jardim; que os ricos vivam numa mansão onde não há sinal de celular e que um dos personagens se transformará numa vespa humana, com consciência sobre as intenções da rainha.
O roteiro, de Adam Aresty, não tem muito a contar, o que justifica que este seja seu trabalho único em longas. Nem sequer a química entre os protagonistas foi passível de se notar, mesmo em conversas que tentam aprofundar personagens e não levam a lugar algum. E não é o suficientemente engraçado para figurar entre as sátiras do gênero, com uma ou duas piadas boas (“Ajudem a mexicana“, diz Sidney citando a empregada. E ela responde: “Eu sou da Argentina…“; ou quando Paul conta que viu uma criança cair na piscina e se afogar. Não pensou duas vezes e saltou para ajudá-la, fazendo os procedimentos de recuperação, salvando-a do afogamento. Uma semana depois, ela morreu de pneumonia), e muito heroismo artificial: a moça que passou o filme inteiro sem praticamente combater as criaturas, de repente, resolve invadir um ninho para salvar alguém.
Vale pelos bons efeitos especiais, afastando-o de uma exibição no extinto Canal Syfy, com mistura de prático, nojeiras e efeitos digitais bem constituídos. Mas principalmente por ter Lance Henriksen para algo além de uma ponta, com mais falas, participação importante e até golpeando as criaturas com o que encontrar pelo caminho. É o único bom trabalho da carreira de Benni Diez, mesmo ele tendo mostrado competência na direção, com tomadas aéreas interessantes e sabendo o que mostrar em áreas abertas e não se envergonhando do gore e sangue em profusão. Um bom filme — nada genial — e que poderia ser lembrado nas listas de produções de insetos gigantes do gênero.


























