4.5
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Supernatural (2016) (5)

Supernatural – 11ª Temporada
Original:Supernatural - 11ª Season
Ano:2015-2016•País:EUA
Direção:Philip Sgriccia, Robert Singer, Stefan Pleszczynski
Roteiro:Eric Kripke, Andrew Dabb, Jenny Klein, Robert Berens, Robbie Thompson, Jeremy Carver
Produção:Jeremy Carver, Serge Ladouceur, Craig Matheson, Jim Michaels, Philip Sgriccia, Pablito Tancinco, Jerry Wanek
Elenco:Jared Padalecki, Jensen Ackles, Misha Collins, Mark Sheppard, Ruth Connell, Rob Benedict, Emily Swallow, Lisa Berry

Atenção: Spoilers moderados da 10ª e 11ª Temporada

Em uma época em que as séries de televisão se apoiam cada vez mais em títulos com temporadas curtas, especialmente no gênero terror (Damien, Penny Dreadful, American Horror Story, Bates Motel, a volta de Arquivo X, só para citar alguns), após 11 temporadas completas, Supernatural se apoia desafiando novas convenções, como uma velha banda de rock que não tem mais o brilho de antes, mas está sempre em turnê para tocar seus maiores sucessos.

Reclamei muito da temporada anterior pelo fato de a estrutura de temporadas sempre se repetirem e pela oportunidade desperdiçada no marco dos 200 episódios de criar algo marcante, mas ainda que a 11ª temporada não mude muito do que já vinha sendo feito desde que Eric Kripke deixou de ser o showrunner de Supernatural há eras, pelo menos a energia empregada manteve a qualidade em praticamente todos os episódios, culminando em uma das temporadas mais coesas dos últimos anos.

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A história básica continua o cliffhanger da season finale anterior: Dean se livra da marca de Cain, mas a custo de libertar a força mais crua e poderosa desde o princípio dos tempos, cujo poder só pode ser comparado ao do próprio Criador, na realidade a irmã de Deus, sua antítese. Se o Senhor é feito de Luz, obviamente sua contraparte é a Escuridão, ou simplesmente Amara.

Acima do bem e do mal, mas sedenta por almas (como se fosse uma espécie de Galactus), Amara volta do seu cativeiro eterno como um bebê, porém cresce rapidamente ao se alimentar. Tutelada por Crowley (Mark A. Sheppard), que busca ensiná-la e manipula-la para seus próprios intentos, Amara percebe que está sendo feita de peão e se livra para se tornar uma força independente de Céu e Inferno, cujo único objetivo é destruir seu divino irmão e toda a sua criação. Porém como a Marca saiu de Dean, os destinos de Amara e Dean se cruzam várias vezes no caminho, a ponto de o irmão mais velho dos Winchester questionar se quer, de fato, destruir a Escuridão.

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Só que a ameaça é tão real e iminente que Sam chega a última conclusão de que é necessário voltar para a cela de Lúcifer (Mark Pellegrino) e ser seu receptáculo, pois acredita que somente o rei dos demônios tem poder suficiente para enfrentar Amara. Ajudado por Crowley e sua mãe Rowena (Ruth Connell) conseguem libertar Lúcifer de sua cela, mas antes do momento crítico, é Castiel (Misha Collins) quem passa a frente de Sam e aceita ser o receptáculo do anjo caído. Por sinal, Misha Collins nada de braçada trabalhando com os dois personagens dentro de si, é muito divertido e o grande destaque do 11º ano.

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Agora a busca é pelas relíquias tocadas por Deus: Artefatos bíblicos que ainda carregam carga divina e, teoricamente, em quantidade suficiente para subjugar o poder da Escuridão antes de que Amara esteja poderosa o bastante para impor sua vontade obliteradora a todo o Universo conhecido.

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A série segue com seus fillers de sempre e monstros da semana, só que ao menos nesta 11ª temporada as coisas acontecem em um ritmo mais cadenciado e abusando menos da inteligência do fã que acompanha a relação entre os Winchesters desde o começo. Sam e Dean estão mais conscientes e dispostos a cometer sacrifícios (ainda que com imensa relutância) e pararam de ficar escondendo coisas cruciais um do outro. A revelação de Deus na reta final da temporada ainda que apressada é um sopro de ar fresco e a conclusão da trama no último episódio é bem diferente da já manjada “luta final com consequências” de anos anteriores (simplista e melodramático, é verdade, mas inesperado de toda forma). Até a famosa “morte de personagem importante, mas descartável” tem um contexto e não soa gratuita como as de Kevin Tran e Charlie Bradbury nas temporadas 9 e 10, respectivamente.

Já é típico de Supernatural deixar potencial perdido e coisas que acontecem com muita pressa: Amara é uma personagem complexa e extremamente interessante, belamente interpretada por Emily Swallow na sua versão adulta, que poderia ter mais de sua história e seus conflitos internos em relação a humanidade e com Dean explorados mais extensamente; O destino de Lúcifer é meio esquecido na finale; entre outras pequenas rusgas que não vou discutir por conta de spoilers, porém no fim das contas esta foi uma prova dos roteiristas para o público que nem todas as histórias foram contadas e que existe espaço para inovação sem perder a identidade construída ao longo de mais de uma década de existência.

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O gancho para a 12ª temporada pode não ter sido o mais impactante de todos, contudo abre muitas possibilidades ao ser menos previsível do que os anteriores. Por incrível que pareça é a primeira vez em muito tempo que fiquei de fato intrigado e interessado no que Supernatural ainda tem a apresentar a seguir. Que a banda continue tocando com um novo ânimo, pois com cuidado e esmero a série ainda tem lenha para queimar! Boa sorte a Robert Singer e Andrew Dabb, que assumem o cargo de showrunner no lugar de Jeremy Carver, que deixa a série após quatro temporadas.

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