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A solidão pode conduzir uma pessoa à loucura e fazê-la buscar qualquer um com quem possa sair, ver filmes juntos, falar mal de políticos e até, quem sabe, juntar as escovas de dentes. Aplicativos de relacionamento acabam sendo uma solução viável para quem não curte uma balada, troca de olhares, e quer conquistar o outro por fotos e conversas por troca de mensagens. Há quem no desespero saia curtindo qualquer foto, respondendo de maneira elogiosa postagens em redes sociais tentando buscar sua combinação perfeita. E há indicações de amigos, interesse por colegas de trabalho e até os que arriscam algo em um encontro de alcóolicos anônimos ou na igreja, desde que possa, principalmente, no Dia dos Namorados receber presentes e homenagens.

Contudo, o cinema de horror e a realidade já mostraram que às vezes é melhor estar só do que mal acompanhado. Aquele rosto atraente, sorriso doce e palavras gentis podem esconder uma alma doentia, perversa, um ser possessivo e que não será capaz de aceitar futuras rejeições. Assim, pensando nos desesperados, o Boca do Inferno apresenta uma lista de casais que são exemplos de relacionamentos ruins e que aos poucos se transformaram em armadilhas. Que sirva de aviso e que você possa compartilhar aos amigos solteiros como forma de alento diante de uma alternativa aterrorizante.

O FLERTE

Noa (Daisy Edgar-Jones) e Steve (Sebastian Stan) de Fresh

Tudo começa com uma troca de olhares. Tentativas online pareciam ser frustrantes para Noa, que já acreditava não ser capaz de encontrar alguém com apetite para um relacionamento sério. No flerte de uma compra de rotina no supermercado, ela troca telefones com o simpático Steve, rendendo a partir daí momentos de intimidade e a sugestão de uma paixão surpreendente. Mas o rapaz tem outros planos: ele a convida para uma curtição em sua luxuosa residência, somente para drogá-la e levá-la a uma terrível realidade: ela está presa a esse rapaz, acorrentada em um local frio, consciente de que ela poderá ir embora dali aos poucos, pedaço por pedaço. Melhor lamentar a solidão do que alimentar o próximo!

PRIMEIRO ENCONTRO

Sigrid (Katrine Lovise Øpstad Fredriksen) e Christian (Gard Løkke) de Bom Garoto

Sabe aquela comédia romântica Procura-se um Amor que Goste de Cachorros (2004)? É basicamente essa a ideia de Christian quando, no primeiro encontro com Sigrid, ele revela que possui um exótico cachorrinho de estimação. Na verdade, o pet de Christian é Frank (Nicolai Narvesen Lied), um homem que é obrigado a aceitar a condição de cachorro pela insanidade de seu captor, literalmente seu dono. Apesar do rapaz ter boas condições financeiras, além de uma boa aparência, não vai ser fácil se livrar dessa relação absurda sem que precise também comer ração e abanar o rabo. Talvez fosse melhor buscar uma outra opção online, desde que esta também não queira transformar Justin Long em uma morsa.

FINALMENTE O NAMORO

Iris (Sophie Thatcher) e Josh (Jack Quaid) de Acompanhante Perfeita

É sempre bom evitar que o novo relacionamento se torne abusivo ao ponto de você se sentir como pertencente literalmente a outra pessoa, quase como um robô. Josh via na namorada Iris o exemplo de uma companhia perfeita: atende a todos os seus desejos, até mesmo sexuais, e quando se cansa por qualquer motivo simplesmente tem a opção de desligá-la. Já Iris guarda em sua memória digital o começo de um namoro nascido do acaso, com recordações de bons momentos juntos. Mas será que eles realmente aconteceram? Namorar alguém não vale a pena se você simplesmente foi programado para isso, atendendo a todas as vontades de seu parceiro. Melhor permanecer solteiro e independente!

CONHECENDO OS PAIS

Chris Washington (Daniel Kaluuya) e Rose Armitage (Allison Williams) de Corra!

Conhecer os pais de sua companhia é um passo aterrorizante de qualquer convívio. Além do medo de não agradar e precisar de paciência ao ouvir perguntas indigestas sobre o que faz, de onde vem e o que come, sua namorada pode esconder uma intenção familiar perversa. As tradições dos Armitages é ainda pior do que ter que ver um álbum de fotos ou manter um sorriso imóvel de simpatia: eles querem literalmente seu corpo para perpetuar a espécie. Algo sobrenaturalmente assustador como a indireta de sugerir herdeiros ou ter que experimentar o chá da sogra!

A CERIMÔNIA

Grace (Samara Weaving) e Alex (Mark O’Brien) de Casamento Sangrento

O dia mais aguardado chegou! Você está prestes a se tornar oficialmente casado, trocar alianças e participar de um jogo em que precisará lutar para sobreviver aos membros de sua nova família. Casar pode ser mesmo perigoso: além de engordar e ter que se acostumar à rotina de sua companhia, pode ser que você nem complete qualquer boda, se não tiver um excelente instinto de sobrevivência. Grace parecia estar vivendo um sonho, como a de Clara (Leticia Dolera) em Rec 3: Gênesis, e como ela sabe que no gênero até mesmo a cerimônia pode ser regada a sangue e violência. Receber o buquê, então, é praticamente uma sentença de morte!

A CONVIVÊNCIA

Bárbara (Kathleen Turner) e Oliver (Michael Douglas) em A Guerra dos Roses

A longa convivência envolve momentos bons de carinho e atenção, assim como discussões ferozes e uma sensação de falta de liberdade. Quando um não aguenta mais ver o outro, o caminho seguinte é o penoso processo de divórcio. Além de caro, ele pode demorar demais, obrigando a mais tempo de acusações e ofensas. Até que o papel finalmente seja assinado, corre o risco de você ou sua companhia ser assassinado. Esse é o inferno vivido por Bárbara e Oliver: gato atropelado, móveis destruídos e humilhações em público. Vocês não são o Sr e a Sra Smith, o que traz ataques banais que vão de urina na comida a coisas atiradas sobre o outro. Quem sofre ainda mais são os filhos e o advogado, obrigados a acompanhar tudo isso!

A SEPARAÇÃO

Cecília (Elisabeth Moss) e Adrian (Oliver Jackson-Cohen) em O Homem Invisível

Depois de anos de um relacionamento abusivo em que o divórcio não será conquistado facilmente, você finalmente decide sair de casa. Mas a experiência ruim traz consequências psicológicas no mesmo grau, como se você sentisse que a pessoa está ao seu lado o tempo todo, torturando-o como um ser invisível. Cecília achou que havia se livrado do marido violento, depois que ele aparentemente se suicidou. Mesmo com a possível morte, ela continua sendo vítima de sua perseguição, sentindo-se acuada e constantemente vigiada como um fantasma vingativo. Como ela poderia adivinhar que isso iria acontecer depois de um início de envolvimento até agradável? As pessoas mudam com a convivência, e a separação pode ser igualmente dolorosa ao tempo em que estiveram juntos.

Conhece outros filmes de horror que abordam os processos de um relacionamento? Diga para nós nos comentários.

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