Bugonia é sobre reconhecer que estamos todos presos em sistemas que causam sofrimento, mas dos quais não conseguimos escapar porque estão integrados a toda estrutura de existência moderna. É sobre perceber que teorias conspiratórias são simultaneamente falsas e verdadeiras: não há cabal literal de reptilianos controlando governos, mas há estruturas de poder que operam precisamente como conspiração, apenas mais difusas e mais devastadoras por serem sistêmicas ao invés de intencionais. Temas pesados que Lanthimos trata com seriedade merecida. Se o filme não alcança todos os seus objetivos, ao menos tem ambição de tentar. Em era de franquias calculadas e cinema de marca, há valor em falhas interessantes, e Bugonia é falha interessante de cineasta excepcional, o que o torna ainda mais fascinante que sucessos medíocres de talentos menores.Continue lendo…

Um found footage realizado nas geleiras, tão frio quanto sua proposta. Trata-se de uma produção islandesa que faz uso de um cenário desolador para propor uma espécie de “febre da cabana”, colocando personagens numa situação de desespero e pessimismo.Continue lendo…

Parker conduz Proxy como se fosse um suspense hitchcockiano até na evocação de trilhas parecidas, mas não consegue propor o misancene devido, optando por obscurecer a tela entre os cortes, em saltos de tempo estranhos. Alonga de mais a produção, com momentos que podiam ficar nas entrelinhas, e se esquiva de soluções. Ainda assim, coloca Proxy numa galeria de produções a serem vistas como estudo de personagem e de transtornos mentais.Continue lendo…

Não oferece nada que justifique suas duas horas de duração. Não há inovação visual, não há profundidade emocional, não há sustos eficazes, não há personagens memoráveis, não há temas desenvolvidos além de conceitos. É exercício de mediocridade que ocasionalmente flerta com incompetência técnica, produto de fórmula seguida mecanicamente sem inspiração ou paixão.Continue lendo…