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Portão do Cemitério
Original:Cemetery Gates
Ano:2006•País:EUA
Direção:Roy Knyrim
Roteiro:Pat Coburn, BrianPatrick O'Toole, J. Victor Renaud
Produção:David E. Allen
Elenco:Reggie Bannister, Peter Stickles, Aime Wolf, Nicole DuPort, Kristin Novak, Ky Evans, Chris Finch, Karol Garrison, Greg McDonald, Stephen Van Dorn, Howard Berger, Greg Nicotero

Dois ativistas ecológicos libertam um demônio da Tasmânia de um laboratório de pesquisas onde o animal estava trancafiado. A criatura era parte de um experimento genético que a transformou em um predador indestrutível. Enquanto isso, alguns jovens estão em um cemitério próximo ao local rodando um filme de horror que, rapidamente torna-se a mais cruel das realidades.

Os realizadores de Portão do Cemitério apostaram na infalível receita para se fazer um filme muito ruim. Tudo começa com uma ideia. Péssima e nada original, diga-se de passagem. A premissa de animais assassinos já foi explorada a exaustão no cinema, principalmente nos anos 70. Foram tubarões, baleias, piranhas, cães, cobras, formigas, abelhas, crocodilos entre outros. Mas animais se apenas já não causam medo, então vamos modificá-los geneticamente. E como a lista de animais usadas nos filmes do gênero estava praticamente esgotada, os roteiristas resolveram usar um que ninguém nunca viu (ou quase ninguém): o tal demônio da Tasmânia. Coloca-se então um bando de adolescentes que só pensam em sexo e drogas num local isolado, onde futuramente é solto o demônio-da-Tasmânia-modificado-sedento-por-sangue. Entretanto, para interpretar personagens tão complexos, o elenco escolhido tem que ser desconhecido, devem ser atores que não têm sua imagem ligada a nenhum outro personagem no cinema. Melhor ainda se eles forem amadores.

Bom, os produtores já tinham o roteiro e o elenco, faltava escalar o diretor. Roy Knyrim possui uma extensa carreira dedicada ao cinema de horror. Fez parte da equipe de maquiagem de Psycho Cop – Ninguém Está Em Segurança, de O Vingador Tóxico II, Amityville 8: A Casa Maldita, Colheita Maldita 5 e Anjos Rebeldes 2. Seus outros trabalhos como diretor ainda permanecem inédito no Brasil, são eles Demons at the Door (2004), The Chronicles of the Dark Carnival (2006) e Night Skies (2007). Recapitulando: roteiro repetido, elenco desconhecido, diretor experiente em fiascos. Falta então o principal: os efeitos especiais e a concepção da criatura. E é aí que a equipe se esforça e se supera. O demônio-da-Tasmânia-modificado-sedento-por-sangue, singelamente chamado de Preciosa (numa referência a outro filme do mesmo nível: O Senhor dos Anéis), é uma das criaturas mais ridículas já inventadas pelo cinema – o bicho parece mais um bêbado fantasiado de lobisomem.

Portão do Cemitério é o segundo longa-metragem da produtora Graveyard Pictures (de David Allen, produtor de Cães de Caça), que assim como a Ghost House (de Sam Raimi) e a Dark Castle (de Robert Zemeckis e Joel Silver), foi criada especialmente para realizar filmes de horror. O longa de estreia da Graveyard, Boo (2005), foi lançado no Brasil como Hospital Maldito. Esperava-se muito mais dos primeiros trabalhos da produtora, visto que o sucesso, pelo menos comercial, justificaria a continuidade da mesma.

Alguns podem se divertir com o excesso de sangue, que jorra aos baldes em cada morte. O próprio filme deixa de se levar a sério, a partir de certo momento, quando provavelmente os realizadores perceberam que não havia mais salvação. Portão do Cemitério foi lançado em DVD no Brasil pela Europa Filmes. Talvez um Making Off mostrando como foi a construção da criatura e a realização dos efeitos especiais tornasse o DVD bem mais divertido. Infelizmente, a versão digital não traz nenhum extra, e tanta avacalhação deixa de ser divertido depois de meia hora. Indicado somente para os mais corajosos.

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