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Some Guy Who Kills People
Original:Some Guy Who Kills People
Ano:2011•País:EUA
Direção:Jack Perez
Roteiro:Ryan A. Levin
Produção:Micah Goldman, Michael Wormser
Elenco:Ahmed Best, Ariel Gade, Barry Bostwick, Britain Spellings, Chris Darkes, Christopher May, Eric Burnett, Eric Price, Gaya Malakian, Griffin Kohout, Harlie Vaughn, Janie Haddad, Jim Bachert, Jonathan Fraser

Uma pergunta subconsciente que me atormentava um pouquinho nestes anos de devoção ao cinema de horror era: é possível fazer uma mescla entre um drama entre pai e filha e um filme de horror bem violento? Uma espécie de agridoce cinematográfico? Bom, na verdade a pergunta não era bem esta, mas se você já teve a estranheza de se perder em alguma mistura de gêneros mal-feita, eis que apresento Some Guy Who Kills People, filme de 2012, dirigido por Jack Perez (Mega Shark Vs. Giant Octopus) e que tem como produtor executivo John Landis (Um Lobisomem Americano em Londres), que consegue fazer esta mescla de forma homogênea, coerente e, acredite, altamente digerível.

No roteiro acompanhamos a história de Ken Boyd (Kevin Corrigan), uma pessoa pela qual devíamos ter profunda compaixão: aos 34 anos, ainda mora com sua impositiva e ácida mãe (Karen Black) e trabalha por salário mínimo em uma sorveteria local, além de ter sido recém solto de uma instituição psiquiátrica após sofrer um colapso nervoso e tentar o suicídio cortando os pulsos.

Desenhista talentoso, nem tudo na vida de Ken é tão ruim, porém, e nesta vida de alta turbulência, ele será em breve tomado por um redemoinho após uma garotinha esperta de 12 anos chamada Amy (Ariel Gade) descobrir que é filha biológica de Ken e buscar se reconectar com seu pai estranho até então. Para tanto ele contará com o suporte de um amigo leal desde os tempos de colégio (Leo Fitzpatrick) e, como se não fosse o suficiente, ainda terá que lidar com uma nova experiência no amor, através da recém chegada na cidade, Stephanie (Lucy Davis).

Com tanta pressão sobre o rapaz, seus demônios internos começam a reclamar, e ele não consegue esquecer o desejo de vingança sobre os homens responsáveis por seu problema e que o levaram a ser internado. Bullyies, que terão o que merecem quando um a um é morto violentamente, deixando um rastro de corpos que o xerife local (Barry Bostwick) destrinchará até chegar à solução do crime.

Some Guy Who Kills People de fato trabalha no limiar entre o horror cômico e o drama, trabalhando assuntos tão sérios como bullying, assassinatos seriais com a leveza e a doçura de um roteiro que tem em seu principal pilar o relacionamento entre um pai transtornado, sua filha e uma potencial nova paixão. Fosse pesado de outra forma, seria excessivamente doce ou aterradoramente assustador, portanto o trabalho de Perez atrás das câmeras tem todos os méritos de manter a balança equilibrada a favor do espectador, com uma narrativa compassada (um pouco menos no segundo ato, mas nada que atrapalhe) e com algumas reviravoltas extras que tornam a calda do sundae do filme.

O elenco é ótimo. Ariel Gade e Kevin Corrigan possuem uma química excelente contracenando juntos; a fotografia bem iluminada e colorida (com exceção das cenas de assassinato, obviamente) e, mesmo sem procurar chocar demais, utiliza uma quantidade de violência muito atrativa para o marmanjo fissurado em slashers, porém não se esqueça, em última instância, este é um feel good movie com gore – não se comprometa mais do que isto.

Enfim, se você está cansado de mais do mesmo, gosta de um draminha, mas não dispensa sua jarra de sangue ou assistiu Fido e gostou, dê uma chance a Some Guy Who Kills People: você pode ser pego de surpresa.

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3 Comentários

  1. Mesmo com a consideração sugerida na sua critica, não achei que esse filme mereça uma nota tão alta. É um bom “passatempo”, porém a tentativa de humor é falha, imbecil de mais pra ser considerado irônico ou engraçado.
    A fotografia, é péssima e uma boa parte dos atores trabalharam mal, também não consideraria gore, a escatologia não é exagerada o bastante, má qualidade não é sinônimo gore. Por isso não considerei no filme.
    Fora isso o roteiro (embora simplório) conseguiu me prender e o ato de mesclar com essa pitada de drama e tratar de assuntos mais interessantes (porem comuns nas películas).
    Já vi misturas semelhantes (Excision 2012, American Mary 2012) serem mais bem sucedidas, de formas brilhantes, inesquecíveis, irônicas, com gore, drama, assuntos sérios, humor negro, atores realmente bons, fotografia impecável e vários outros quesitos mais.
    Não achei o filme ruim, mas nada excepcional. Gosto é relativo, concordei parcialmente com a crítica, exceto as qualidades e a nota.
    Gosto sempre de dar uma olhada nas criticas antes de assistir um filme, pra não perder meu tempo. As vezes recorro aqui e quase sempre concordo, essa não foi uma das vezes, de qualquer forma. Parabéns pelo blog.

  2. ví esse filme no Rio fan, muito divertido..

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