Clive Barker’s Hellraiser Vol.1 – Pursuit of the Flesh
Original:Clive Barker’s Hellraiser Vol.1 – Pursuit of the Flesh Ano:2011•País:EUA Páginas:26• Autor:•Editora: BOOM! Studios |
Escrito e dirigido por Clive Barker, baseado em seu conto Hellbound Heart, Hellraiser – Renascido do Inferno se tornou uma das maiores e mais queridas franquias do cinema de horror. Filmado de maneira independente com o orçamento beirando um milhão de dólares, o filme fez pouco mais de 14 milhões só nos EUA, tornando Pinhead, os Cenobitas e a Configuração de Lamentos, uma verdadeira mania entre os fãs do gênero.
Além de oito continuações, Hellraiser originou uma ótima série em quadrinhos, no formato de antologia, pela Epic Comics em 1992, onde nomes como Neil Gaiman, Dave Mackean, Kevin O’neil, entre outros, se reuniam, mês a mês para nos mostrar as mais diversas visões do inferno. Pinhead também teve sua própria série em quadrinhos, também pela Epic, e chegou a enfrentar o policial durão caçador de super-heróis Marshal Law, e se encontrar com outra criação de Barker, Raça das Trevas em um crossover pra lá de bizarro.
Porém a ausência do envolvimento do autor nos projetos sempre fez falta.
Então, no final de 2010 a editora BOOM! Studios fez a alegria de todos os fãs da franquia, ao anunciar que Clive Barker estaria voltando ao universo que havia criado em uma série de quadrinhos original, roteirizada pelo próprio autor e em janeiro de 2011, Clive Barker’s Hellraiser chega às comicshops americanas.
A série mostra um Pinhead cansado, que após tantos anos servindo o poderoso Leviatã, percebe que não há nada mais para se descobrir nos mistérios da carne, e busca um substituo para si. Seus planos envolvem um grupo de sobreviventes ao inferno, os “Atormentadores”, liderados por Kristy Cotton (a única sobrevivente do primeiro filme), que agora viaja pelo mundo destruindo os quebra-cabeças criados por Marchand, buscando livrar o mundo dos terríveis cenobitas. Porém a coisa se torna pessoal quando o namorado de Kristy se torna a mais nova vítima do inferno.
A série inova em diversos pontos. Ao apresentar novas configurações de lamentos, também criadas pelo brinquinheiro Le Marchand, novos cenobitas com poderes e visuais relacionados a cada novo quebra-cabeça e por mostrar um vislumbre do “cotidiano” dos cenobitas no inferno e, principalmente ao inserir na trama um Pinhead cansado. Tal elemento, por mais estranho que possa parecer, injeta um novo fôlego ao universo de Hellraiser, alterando o status quo de maneira que o cinema não poderia, como as repetitivas continuações nos mostraram.
Barker conduz muito bem os roteiros ao lado de Christopher Monfette, mostrando novas maneiras de sofrimento, além das já clássicas correntes com gancho, indo além daquilo que já nos acostumamos a ver nos filmes da série e devolvendo a Pinhead suas frases de efeito, filosóficas e perturbadoras. A excelente arte, suja e carregada de Leonardo Manco, que parece confusa em alguns momentos mas cumpre seu papel, infelizmente é substituída pelos desenhos de Stephen Thompson e suas expressões faciais nada convincentes, após a segunda edição. As capas ficam por conta de Tim Bradstreet, famoso por suas artes para Hellblazer e O Justiceiro.
Nos EUA a série já está em sua vigésima edição, além de uma edição anual e uma minissérie.
Todas as edições têm sido encadernadas em volumes com arcos completos, como este que engloba as edições 1 a 4 da série original. No Brasil, por enquanto, não há nenhuma notícia do seu lançamento por qualquer editora.
Saindo da mesmice em que o rico universo de Barker caiu em suas fracas continuações, Clive Barker’s Hellraiser acerta em cheio ao trazer seu criador de volta, revirando as bases e mudando para sempre o inferno como conhecemos.
Eu li e gostei. Posso dizer que faz jus ao filme original e a um personagem tão “adorável” como Pinhead
legal.
Que beleza seria se saisse no brasil, pq, concordando com o rodrigo, as continuações dos filmes funcionaram por pouco tempo e ja se desgastaram mto
Só um detalhe: na ficha técnica consta que o encadernado tem 26 páginas. É só isso mesmo ou (como imagino) esse é o número de páginas de cada edição compilada no encadernado? Obrigado.
Olá Ramiro!
Isso mesmo! Me confundi nos números de páginas e acabei colocando o volume de cada edição ao invés do encadernado! Obrigado por avisar, vamos corrigir!
Obrigado você pela resenha.
Hellraiser e quadrinhos sempre combinou muito bem, e agora parece combinar mais do que nunca, com Barker nos roteiros. Vou conferir.