Hollow
Original:Hollow
Ano:2011•País:UK Direção:Michael Axelgaard Roteiro:Matthew Holt Produção:Michael Axelgaard, Matthew Holt Elenco:Emily Plumtree, Sam Stockman, Jessica Ellerby, Matt Stokoe, Simon Roberts, David Baukham, Ian Attfield |
Por mais desgastada que esteja a fórmula, ainda existe quem acredita que possa lucrar com os “found footage“. O uso da câmera no estilo filmagem caseira, iniciando com algum vídeo policial com a intenção de transmitir veracidade, já foi usado à exaustão com temas diversos, mas em resultados beirando o mediano e o medíocre. Mesmo assim, os custos baixos e a facilidade de divulgação fez desse estilo “carne de vaca“, permitindo que os estúdios ousem produzir filmes nesses moldes em busca de lucro certo, talvez já imaginando que não estão produzindo nada novo no estilo. Se eles repetem na técnica, não farei o mesmo nesta crítica, citando todas as produções que serviram de inspiração para o filme; assim sendo, optarei por uma análise técnica como se eu tivesse visto um clássico do gênero para ver se a minha criatividade possa superar as qualidades da produção.
Hollywood precisa reconhecer o talento do Sr. Axelgaard. Em seu primeiro longa metragem, depois do sucesso de seu curta absoluto, Lollipop Man, de 2009, ele prova toda a sua capacidade ao produzir o mais sério candidato a clássico do gênero, o terror Hollow. Utilizando um recurso inovador no estilo, algo que muitos cineastas irão copiar em produções vindouras, o diretor apresenta uma história assustadora envolvendo uma lenda urbana, e a antecipação da morte de todos os personagens, atiçando a curiosidade do espectador em querer saber como isso irá acontecer.
Axelgaard surpreende logo na cena inicial ao trazer uma tela azul com dizeres policiais e alguns códigos que convencerão de que se trata de uma filmagem real. Aparece uma árvore. Seu visual assustador remete a contos de horror dos mais antigos clássicos do século XIX, com galhos longos abertos como o abraço da morte e num aspecto que transmite à testemunha uma sensação mórbida, como se estivesse passando por um relento infinito. Sem trilha sonora – o que é genial, diga-se de passagem -, o narrador apresenta os fatos envolvendo a morte de dois casais, encontrados enforcados na tal planta lenhosa, além do material de filmagem apreendido.
Assim, somos apresentados aos personagens dessa história, com filmagem criativa em primeira pessoa sem motivo aparente para o uso da câmera, já sabendo do destino trágico que os aguardarão nos próximos dias. Emma (Emily Plumtree), noiva de Scott (Matt Stokoe), é desejada por James (Sam Stockman), que namora com Lynne (Jessica Ellerby). Esses personagens tridimensionais levarão o espectador a um pesadelo nos últimos quinze minutos da produção, pois até lá o roteiro instigante de Matthew Holt fará o público conhecê-los melhor. Seria muito fácil encher a tela de fantasmas e assombrações, mas Holt opta acertadamente por não mostrar absolutamente nada durante 70 minutos, entre caminhadas pelo mato, brigas de casais e conversas fúteis.
Além da árvore maldita – que teria servido para suicídio de diversos casais desde a Idade Média -, o local escolhido traz também umas ruínas tenebrosas. O grupo irá andar em volta dela diversas vezes, sem aparecer nada assustador, deixando o espectador apreensivo para a sequência final. E o que falar do final? Filmes como A Bruxa de Blair e [Rec] parecerão contos infantis quando uma jaqueta surgir flutuando na tela à beira de um penhasco. Sim, caro leitor, não há monstros, espíritos errantes ou sombras demoníacas, apenas uma jaqueta flutuante como se o Harry Potter estivesse usando a capa da invisibilidade.
Hollow é mais assustador do que descobrir que o banheiro do hotel não possui papel higiênico num momento de aperto e muito mais envolvente do que o funk que o vizinho insiste em ouvir no sábado pela manhã. É uma produção indispensável para os estudantes de cinema, com todos os ingredientes para uma hora e meia de entretenimento rasteiro. Um longa tão coerente quanto as inúmeras críticas positivas que você encontra na internet! Enfim, você não pode deixar de perder!
Hahahahahahaha gente, foi quase poética essa crítica. Mordazmente maravilhosa, só perde pras análises dos colheitas malditas que sempre serão minhas preferidas.
Melhor site de crítica de filmes de terror/suspense!!!
Obrigado!!! <3
Também temos os melhores leitores! 🙂
Eu já ia me perguntar se o Marcelo tinha errado no número de caveiras depois de tantos “elogios”, aí no final eu entendi. -noobdetect
Boa crítica!
HAHAHAHAHAHA,rindo muito com o final da crítica,depois eu procuro pra ver,a tua crítica me animou.
Marcelo fez a diversão da minha noite com esse texto! Temos que levar mesmo na esportiva essas bombas, porque o bom humor faz com que a gente veja como o gênero é vasto! E para cada porcaria, há um excelente filme que sempre revemos ou que ainda está para sair!
hauehauae muito bom… o texto, é claro!