Todo Mundo em Pânico 4
Original:EUA
Ano:2006•País:Scary Movie 4 Direção:David Zucker Roteiro:Craig Mazin, Jim Abrahams Produção:Craig Mazin, Robert K. Weiss Elenco:Anna Faris, Regina Hall, Craig Bierko, Bill Pullman, Anthony Anderson, Leslie Nielsen, Molly Shannon, Michael Madsen, Chris Elliott, Carmen Electra, Shaquille O'Neal, Phil McGraw, Cloris Leachman, Conchita Campbell, Beau Mirchoff |
Quando o filme Todo Mundo em Pânico (Scary Movie) foi lançado, em 2000, as produções derivadas de Pânico (Scream, 1996) estavam no seu momento mais produtivo. Esse motivo foi um dos que, em parte, explicou o sucesso dessa comédia que tinha como objetivo satirizar os clichês e situações dos filmes com “misteriosos assassinos psicopatas e mascarados” que tanto faziam sucesso na época. O resultado veio no gordo faturamento, de US$ 150 milhões, valor superior às bilheterias dos próprios filmes satirizados. Mas como toda produção de suspense que se preze, mesmo sendo uma comédia, Todo Mundo em Pânico logo ganharia duas sequências, que não seriam tão boas ou lucrativas quanto o original. Mas isso mudaria quando o quarto filme da franquia fosse lançado.
Claro que várias ressalvas devem ser feitas para você que esta lendo esta análise. Qual foi o segredo do sucesso do primeiro Todo Mundo em Pânico além das citações aos filmes satirizados? A ótima combinação de humor (negro, exagerado e chulo) pegando os elementos tipicamente clichês do gênero e jogando estas fórmulas em um liquidificador, que uniu tudo de maneira criativa e cômica. É como ver um Corra que a Polícia Vem Ai (Naked Gun: From the files of Police Squad!, The, 1988), só que voltado para satirizar filmes de suspense e terror. Claro que Todo Mundo em Pânico não é nenhum clássico da comédia, muito menos do suspense, mas pelo que se propôs a ser, teve resultado satisfatório e agradou a (maioria de) quem viu.
O filme ganhou uma seqüência desnecessária um ano depois do seu lançamento e assim, como a maioria das produções de suspense, este então novo capítulo não repetiu o sucesso do primeiro. A fórmula do original, que já não era tão inédita assim, se mostrou ainda mais desgastada, fazendo com que a dupla responsável pelas duas primeiras partes, os irmãos Wayans, fosse dispensada quando um terceiro filme foi produzido em 2003. É verdade que a própria fórmula “Pânico” já havia chegado no fundo do poço, dando lugar a uma nova vertente: a dos filmes de terror asiáticos e seus remakes. Com direção do experiente David Zucker (Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu, 1980), o terceiro filme também não conseguiu melhor resultado e a então trilogia parecia ter ganhado o seu capítulo final.
Dois anos depois, os produtores resolveram ressuscitar a série Todo Mundo em Pânico, mas desta vez, procurando trabalhar justamente naquilo que mais faltou nos dois filmes anteriores: um roteiro que oferecesse possibilidades de fazer a plateia se divertir. E conseguiram, pois Todo Mundo em Pânico 4 (Scary Movie 4, 2006) é um verdadeiro caldeirão onde foram misturados vários filmes referências dos últimos três anos e que ganharam ligações dentro de uma trama que não está muito preocupada em ter lógica, mas sim, em oferecer cenas engraçadas.
Claro que não se deve esperar de Todo Mundo em Pânico 4 um filme que vá mudar sua vida. Se for submetido a uma análise cinematográfica crítica, o resultado vai ser no mínimo constrangedor, pois o filme possui uma trama com várias falhas, como personagens que surgem do nada para logo depois desaparecerem, além de situações no mínimo inusitadas, até para uma comédia. O elenco, exagerado e caricatural também não ajudaria em uma boa resenha. Ou seja, se você quiser ver uma comédia “séria”, no melhor estilo humor inglês ou algo como Entrando Numa Fria (Meet the Parents, 2000), passe longe de Todo Mundo em Pânico 4.
A direção, assinada novamente por Zucker, que dirigiu a terceira parte, parece ter recuperado o fôlego dos bons filmes de comédia assinados por ele, como Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu ou a trilogia Corra que a Polícia Vem Aí. O humor de Todo Mundo em Pânico 4 é no melhor estilo pastelão, com algumas exceções e voltado para situações simples. Basta não levar a história a sério e procurar se divertir com as cenas apresentadas. Certas sequências são impagáveis, dentro da trama, como quando o presidente dos Estados Unidos demonstra para os líderes mundiais uma arma de combate contra os alienígenas ou quando um personagem toma, acidentalmente, cerca de 100 comprimidos de viagra. Ou ainda uma parte em que a personagem viva está conversando em japonês com um fantasma e para isso utiliza um idioma bem divertido. É ver pra crer, ou melhor, pra rir.
A lista de filmes satirizados vai de suspenses elogiados pela crítica, como Jogos Mortais (Saw, 2004), O Grito (The Grudge, 2004), A Vila (The Village, 2004), passando por ficção científica como Guerra dos Mundos (War of the Worlds , 2005) e até produções bem diversas como O Segredo de Brockback Mountain (Brokeback Mountain, 2005) e Menina de Ouro (Million Dollar Baby, 2005), além de sátiras a própria cultura pop norte-americana, como a polêmica entrevista do ator Tom Cruise ao programa de Oprah Winfrey, na qual o galã se “descontrolou” de tanta felicidade ao anunciar o namoro com a atriz Katie Holmes, ou ainda uma participação mais que especial de um sócia de Michael Jackson em busca de criancinhas para … proteger e ajudar enquanto o mundo é destruído.
Todo Mundo em Pânico 4 possui falhas? Algumas. Existe algo além das piadas? Não, mas para que se preocupar com isso? Cinema não precisa ser sempre uma experiência reflexiva da película que faça o espectador avaliar a própria vida. No caso de Todo Mundo em Pânico 4, a proposta é de ver o filme como forma de diversão e, nesse quesito, a produção consegue resultado positivo.
Maldição, vilas e tr-ipods
Em Todo Mundo em Pânico 4 reencontramos Cindy Campbell (Anna Faris), que conseguiu sobreviver aos três filmes anteriores, onde enfrentou, respectivamente, um serial killer, um fantasma sedutor e uma garota assassina que matava através de uma fita de vídeo maligna. Tentando recomeçar sua vida, a moça vai visitar o seu amigo Tom Logan (Charlie Sheen), que junto com ela, sobreviveu aos eventos mostrados no filme anterior. Antes de sofrer um fatal acidente, Tom indica Cindy para um novo emprego: o de cuidar de pessoas idosas. Enquanto isso, um ardiloso assassino está fazendo jogos mortais com as suas vítimas, que precisam escolher se vão viver ou morrer e para isso, precisam fazer sacrifícios.
No primeiro dia de emprego, Cindy é indicada para tomar conta de uma senhora catatônica que mora sozinha em uma casa. Não vai demorar muito para que a moça perceba que o local onde esta trabalhando não é dos mais seguros, pois a construção é assombrada por uma maldição. Na casa ao lado, conhecemos Tom Ryan (Craig Bierko), pai fracassado que precisa passar o fim de semana tomando conta dos dois filhos.
Tudo vai bem até que uma invasão alienígena tem início quando gigantescos tr-ipods começam a destruir a Terra e todos precisam fugir em busca de proteção. No caminho, Cindy reencontra Brenda (Regina Hall), sua amiga interesseira e ninfomaníaca que havia morrido no filme anterior (!!!). Para buscar a solução de salvar a Terra, as duas vão parar em uma estranha vila, onde os habitantes vivem como se estivessem no século 18 e guardam um segredo. No meio da guerra contra os alienígenas, até o presidente dos Estados Unidos (o veterano Leslie Nielsen), desenvolve uma arma para atacar os ETs, mas que vai dar muita dor de cabeça aos líderes mundiais.
Curiosidades:
– Todo Mundo em Pânico 4 traz vários rostos conhecidos em participações especiais como Bill Pullman (O Grito, 2004), Michael Madsen (Kill Bill, 2004) e James Earl Jones (a “voz” de Darth Vader da série Star Wars).
– Personalidades famosas norte-americanas fazem participações interpretando a eles próprios como o jogador de basquete Shaquille O’Neal, o rapeer Chingy e o famoso psiquiatra Phil McGraw.
– A atriz e gostosa Carmen Electra, que fez uma ponta no filme original da série, como a primeira vítima do assassino, tem uma participação em Todo Mundo em Pânico 4, fazendo o papel da cega que mora na misteriosa vila.
– O ator Chris Elliott, que fez o mordomo em Todo Mundo em Pânico 2, também tem uma pequena participação no quarto filme, no segmento satirizando A Vila.
– A atriz Cloris Leachman, que tem mais de 200 filmes no currículo, faz uma participação como uma senhora catatônica que, além de ter a casa assombrada, ainda vai receber os cuidados de Cindy. Coitada…
– Em uma cena no começo do filme, Cindy mostra uma fotografia do sobrinho Cody (Drew Mikuska), personagem do terceiro filme e que não aparece neste quarto, explicando que o garoto está morando em uma escola militar. Logo depois, Cindy observa em um porta retrato uma foto de George (Simon Rex), outro personagem do Todo Mundo em Pânico 3 que também não dá as caras na nova aventura.
– Nos primeiros cartazes de divulgação do filme, constava um “King Kong”, mas nada sobre o gorilão foi visto em Todo Mundo em Pânico 4. Será que teremos cenas extras no DVD?
Muito divertido! o quinto é péssimo!
ruim pra kralho.