2.5
(2)

Uma Noite de Crime
Original:The Purge
Ano:2013•País:EUA, França
Direção:James DeMonaco
Roteiro:James DeMonaco
Produção:Michael Bay, Jason Blum, Andrew Form, Bradley Fuller, Sebastien Lemercier
Elenco:Ethan Hawke, Lena Headey, Max Burkholder, Adelaide Kane, Edwin Hodge, Rhys Wakefield, Tony Oller, Arija Bareikis, Tom Yi, Chris Mulkey, Tisha French, Dana Bunch, John Weselcouch, Alicia Vela-Bailey

Num futuro próximo, os Estados Unidos da América são um lugar maravilhoso para se viver. As taxas de pobreza, criminalidade e violência estão mais baixas do que nunca. A economia floresce, as ruas estão limpas e o cidadão comum pode comprar o que quiser. Tudo graças a uma emenda aprovada pelo governo, chamada Noite do Expurgo, que prevê que uma vez por ano haverá um espaço de doze horas onde as pessoas podem dar vazão aos seus instintos, frustrações e rixas pessoais, matando, roubando, incendiando, torturando e estuprando ao seu bel prazer. Durante essas doze horas, policiais não estarão nas ruas, os hospitais não estarão funcionando, e reina o caos. Depois dessas doze horas, os serviços de emergência voltam às ruas para limpar a bagunça, e a paz volta a reinar.

James Sandin (Ethan Hawke, ótimo como sempre) é um chefe de família bem sucedido, que realizou o sonho americano justamente por causa do Expurgo. Não que ele seja uma das pessoas que vai às ruas realizar suas fantasias sangrentas. Ele, na verdade, vende sistemas de segurança de altíssima qualidade para pessoas abastadas se protegerem da violência. Graças a isso ele pode viver num casarão superprotegido junto com a esposa Mary (Lena Headey, de Dredd e Game of Thrones) e os filhos Charlie (Max Burkholder) e Zoey (Adelaide Kane). Juntos, são aquele tipo de burgueses brancos, perfeitos e felizes que aparecem nos comerciais de pasta de dente. Juntos, não têm nada a temer na Noite do Expurgo.

Exceto que a ameaça vem num momento de franqueza de Charlie, o garoto rebelde que não consegue deixar que um mendigo (Edwin Hodge) seja friamente linchado pelo grupo de jovens bem educados e bem alimentados que amam a chance que o Expurgo lhes dá de limpar as ruas da América. Eles são liderados por um líder anônimo brilhantemente interpretado por Rhys Wakefield, numa mistura de Alex DeLarge com os jovens de Violência Gratuita. É ele quem dá o ultimato à família Sandin: entreguem o mendigo ou sejam todos sacrificados pelo Expurgo.

A trama do homem comum reduzido à barbárie pela violência é antiga, mas é realmente surpreendente ver isso acontecendo não em uma cabana distante (como em Sob o Domínio do Medo) ou no meio da selva (Amargo Pesadelo), mas numa casa dos subúrbios. Mas ao invés de simplesmente mostrar a violência como um recurso inevitável, o diretor e roteirista James DeMonaco propõe uma redenção quanto ao horror que o Expurgo representa. Só é uma pena que a mensagem fique meio chocha com a reviravolta final. Há também uma repetição irritante da mesma construção de suspense, onde os vilões são baleados pelas costas depois de enrolarem demais para matar sua vítima. O filme também é muito curto para ter a importância que poderia ter. O fato de a ação estar restrita à casa dos Sandin tira muito do impacto, já que o Expurgo é um fenômeno nacional – que, aliás, exige uma certa dose de suspensão de descrença para se aceita pelo espectador.

O que garante as três caveiras e meia é a coragem do roteiro não desbancar para o niilismo completo e absoluto, o que seria muito fácil nesses tempos em que o cinema de gênero não tira o pé do acelerador quando se trata de sangue. Nesse caso mesmo aqueles que insistem em negar que filmes de horror possam ter um conteúdo social terão que admitir que há mais ali do que uma desculpa para as pessoas começarem a matar umas às outras. Como diria James Bond, mais importante do que saber quando puxar o gatilho é saber quando não puxá-lo.

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Média da classificação 2.5 / 5. Número de votos: 2

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19 Comentários

  1. Pena desses moleques mimados que consideram a empatia do menino uma coisa “deplorável”. Ou melhor, pena mesmo é das pessoas que têm que conviver com vocês!

  2. quando termina o filme dá vontade de ver o começo chato, para ver a introdução e os vizinhos que depois se tornam traidores ahahaha

  3. Eu gostei do filme so nao gostei que o james morre no final para quem recramou que o filme e dentro de uma casa voses presisam sassistir a continuacao uma noite de crime anarquia esse mostrara os personagens pricopais tendo que sobreviver na rua no meio do expurgo

  4. Muitos SPOILER!!!!!!

    Achei esse filme interessantíssimo!! E acredito que ele nos dá muita coisa pra pensar. O primeiro ponto e já posto em dúvida argumentos acima é o da melhora da sociedade… O expurgo se justifica principalmente no alívio da raiva (ou da perversidade) através da violência… alguém comentou acima que é muito difícil pessoas se tornarem assassinos por conta disso, mas não sei não, a humanidade já demonstrou muito de sua perversidade em vários pontos da história… e se acompanharmos os noticiários policiais de nossas cidades, veremos que muitas pessoas morrem por puros desentendimentos, algumas pessoas tem mesmo vontade de matar… Pois bem, no filme, todos concordam com o expurgo, inclusive nossos personagens principais. Isso na verdade é muito cômodo, pois há todo um sistema de segurança que garante sua proteção. Será que concordariam com isso se não ganhassem a partir do expurgo (ele vende sistemas de segurança) ou se estivessem ameaçados por isso? Viu-se no filme que quando o problema bateu a porta a reação foi contrária. E esse é o segundo ponto, temos nos conformado com vários tipos de violência ocorrendo na beira dos nossos narizes todos os dias só porque não são nossos conhecidos. O filme mostra um exemplo extremo disso… entretanto, existem pessoas que tentam mudar isso e lutam por seus iguais. Acredito que esse ideal estimulou o garoto a deixar o homem entrar, a compaixão pela vida humana. Por fim, será que realmente conhecemos quem mora ao nosso lado? Essa é a pergunta final que o filme deixa para que possamos refletir. E também, somos responsáveis por aquilo que cativamos.

    Quanto ao filme em si achei apenas que a filha do casal tomou atitudes mais estúpidas que o filho do casal. E que se era pra esposa cair tão fácil, não tivesse deixado ela sozinha. Quanto ao fato dos matadores esperarem, eram psicopatas, matar por matar não era interessante e sim, a forma de matar.

    Por fim, não sei se o diretor fez o 2 porque tinha pensado em fazer (aí se justifica a ausência de algumas informações e cenas externas) ou se foi por interpelação dos espectadores,,, mas acho que muito do que foi pedido por vcs estará nessa parte 2: Anarchy. Vamos aguardar…

  5. O filho do casal me fez ficar com vontade de quebrar a televisão. PQP!!! Aliás, o fato dele ser um completo imbecil é o único motivo de tudo dar errado nesse filme. Por isso, detestei o filme. Esperava muito mais de um tema tão interessante.

    1. A atitude do garoto é a humanidade que ainda existe em cada um,bem significativo.se n houvesse essa humanidade, não haveria filme!

    2. verdade, o filme perdeu muito com o garoto, e você percebia o olhar dele?
      e ele não teve nenhum arrependimento da merda que ele fez, e nem a expressão com a morte do pai …

  6. o filme fica tenso , quando chegam na porta atras do mendigo , até entrarem na casa o filme fica bom , depois é tudo muito rapido e consequentemente fraco… resumindo , prestam 10 a 15 minutos do filme . sem falar daquele filho chato do casal , q muleque chatooooo.

  7. *SPOILERS*

    The Purge tinha tudo para ser um excelente filme: um roteiro original e muito assustador e real, um verdadeiro horror. Mas infelizmente não é. No início fiquei completamente empolgada com a trama, mas quando vi o trailer já me decepcionei e previ um erro: o filme focar em uma casa e família, ao invés de no caos das ruas. Dito e feito. O filme é um dos mais clichês que eu já pude conferir no gênero, simplesmente eu já sabia as cenas, o que iria acontecer, quem iria aparecer, absolutamente tudo. Essa trama central de casa, família e perigo já está muito saturado, temos o bom e recente Os Estranhos, por exemplo. Tinham a faca e o queijo na mão, e deveriam ter focado no expurgo no país em si, iria dar muito material. Apesar do filme ser bem curto, tudo acontece muito lentamente, e quando realmente começa a ação de fato é tudo muito fácil, sem emoção, sem ação. O elenco também não ajuda muito, o Ethan Hawke é ótimo, mas sua personagem não cresce muito, agora os demais são muito ruins, interpretações fora de tom e personagens sem qualquer carisma e empatia, vc nem torce por suas vidas, tamanha indiferença. O mendigo também é “tanto faz”, não diz de onde veio, nem para onde vai. Quem realmente rouba a cena é o rapaz louro, mas:

    Sua morte foi precipitada. Depois de tanta expectativa pela invasão, ele morre assim, do nada, não é aproveitado.

    O que me incomodou também foi a explicação sobre o expurgo.

    Na verdade não há mta explicação… Não é revelado quando começou, quando, como, quem. Apenas dizem que o país melhorou, mas em que exatamente? E pq ainda existiam mendigos? Como eram “selecionados” quem mataria e quem seria morto? Deu a entender que quem morria era visto como herói, mas quem aceita ser morto, assim?

    Outra coisa é a explicação biológica:

    O ser humano pode até ter sentimentos de ódio e impulsividade, mas aí sermos potenciais assassinos é um pouquinho demais.

    Outro equívoco também foi:

    A “reviravolta” (mais que previsível) dos vizinhos. Quais foram suas motivações? A família ser rica? O cara ser um bom vendedor? A casa ser bonita? wtf? E aí seus vizinhos de porta tentam te matar, e aos seus, e ah beleza, podem ir embora.

    Enfim… um filme que tinha tudo, tudo mesmo para ser ótimo, mas não passa de esquecível.

  8. Eu achei apenas razoável, principalmente por conta do desenvolvimento chocho. O filme é mais um do gênero invasão domiciliar” – que vale mais pela premissa e discussão social que levanta – que pelo filme propriamente dito, genérico previsivel de “Funny games” ou “Os Estranhos”.

  9. Bom, a minha nota fica em apenas 3 caveiras, mesmo.

    A premissa do filme é bem ousada e interessante. Falo sobre essa idéia do expurgo e tal. Tem todo um lance de crítica social implícita ai.

    Contudo, o desenvolvimento do filme deixa a desejar. E a conclusão, bem, ela é mais do que ridícula.

    Aliás, esse “sistema de segurança de altíssima qualidade” é rompido em menos de 1 minuto, pelos invasores. Os moleques arrancaram uma grade e voialà, romperam o poderoso sistema e invadiram a casa. Bizonho.

    Eu esperava bem mais do filme, que parecia ser meio que um novo Laranja Mecânica dos tempos atuais. Estava tremendamente enganado.

    1. Pois é… o sistema de segurança de cof cof altíssima cof cof qualidade é burlado apagando algumas luzes e puxando uma porta. Risos.

  10. Essa demora em engrenar e a falta de explorar mais o expurgo em si me desanimaram bastante. Fora absolutamente todas as ações do filho do casal, que só faz quem está assistindo passar mais e mais raiva. Mas o “vilão” é sensacional!

  11. Demora 60 minutos pro filme realmente engrenar, e quando o faz nos 25 minutos finais, é do caralho! Mesmo assim, poderia ter explorado essa ideia bem mais. No final é comentado que esse expurgo foi o de maior êxito, foi violento e muitos eram os corpos espalhados nas ruas, e ERA ISSO QUE EU QUERIA MUITO VER!! Com certeza iria ser um puta filme!

  12. me deu uma animada pra assisti-lo agora.

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