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A Casa Monstro (2006)

A Casa Monstro
Original:Monster House
Ano:2006•País:EUA
Direção:Gil Kenan
Roteiro:Pamela Pettler, Dan Harmon, Rob Schrab
Produção:Steven Spielberg, Robert Zemeckis
Elenco:Mitchel Musso, Sam Lerner, Spencer Locke, Steve Buscemi, Maggie Gyllenhaal, Nick Cannon, Jon Heder, Kevin James, Jason Lee, Catherine OHara, Kathleen Turner, Fred Willard, Matthew Fahey, Ryan Newman, Erik Walker

Quando era criança sofri ótimas influências do meu pai, Seu Cido, que não gostava de ver filmes sozinhos, queria uma segunda opinião por perto. Desse modo cresci assistindo o melhor do faroeste e toda a saga de Drácula, com o Christopher Lee. O que foi ótimo! Mas nem todas as crianças tem esta sorte, e para aquelas que não têm, pode sempre haver um início, e nada melhor que uma animação para isso.

A Casa Monstro (2006) chega disfarçada de desenho fofinho, mas acaba trazendo alguns sustos e um ritmo de aventura, a lá Os Goonies (1985), que se justifica por ser um projeto encabeçado pela Amblin Entertainment, produtora de Steven Spielberg, nesse caso com parceria de Robert Zemeckis, roteiro de Pamela Pettler (de A Noiva Cadáver), Dan Harmon e Rob Schrab e direção de Gil Kenan.

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A trama, que usa a técnica Motion Capture (mesma utilizada em O Expresso Polar (2004) onde atores reais são filmados usando sensores de movimento, o que, para os adeptos da técnica, deixam as animações com aspectos mais “humanos”. Entretanto, possuo sérias teorias de que na realidade os personagens parecem robôs esquisitinhos), traz a história de DJ (Mitchel Musso), um garoto na pré-adolescência que observa seu vizinho da frente, Nebbercracker (Steve Buscemi), que destrói qualquer coisa que atinja sua casa, além de assustar todas as crianças da vizinhança, tudo isso numa véspera de Halloween. Os pais de DJ saem em viajem, deixando-o sob os cuidados da babá Zee (Maggie Gyllenhaal), já adolescente, que está preocupada com várias outras questões “primordiais”, deixando o garoto livre, o que gera o desenrolar da trama. Seu amigo Crowder (Sam Lerner), o gordinho atrapalhado, promove todas as ações desastrosas para que a história atinja seu ápice, traz uma nova bola de basquete a casa do amigo, e numa tentativa frustrada de cesta, ela cai no quintal do temido Nebbercracker. Para recuperar a bola, DJ acaba entrando em conflito com o velho ranzinza, que cai no chão, o que faz os garotos concluírem, obviamente, que está morto. É a partir deste momento, quando a casa é deixada sozinha, que os eventos mais estranhos e violentos começam a acontecer. Com a entrada de Jenny (Spencer Locke) para o grupo, quando a salvam da casa, a história se desenrola para um final surpreendente, deixando um pouco as características de filme infantil e se tornando uma animação interessante para toda a família, que acompanha os pequenos nas sessões.

A trupe criada em A Casa Monstro é clássica de filmes de aventura: tem sempre o garoto curioso, em crise com a puberdade, querendo ajudar as pessoas; o amigo atrapalhado e gordinho, responsável por ações que desenvolvem a história, demonstrando coragem, além, é claro, das cenas engraçadas; e, não poderia faltar, a garota que os dois amigos gostam, o cérebro do processo. Esses personagens funcionam como alegorias, representando a todos nós na infância, em uma tentativa de aproximação com o público, especialidade de Spielberg.

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A Casa Monstro é lançada como filme infanto-juvenil, mas traz diversas questões um pouco profundas, como o processo de crescimento para a vida adulta (destaque para a cena em que Crowder diz que trabalhou por 28 dias, por 28 dólares para conseguir comprar sua bola de basquete, daí o motivo para recuperá-la), como se a chegada do Halloween e seguir a tradição do “Trick or treat” definisse se ainda são crianças ou não.

O momento clímax da trama, quando descobrimos quem é o vilão, que faz a casa ganhar vida e atacar as pessoas, recebeu diversas críticas pela escolha e características da personagem. Mas as pessoas, às vezes, esquecem um detalhe: qualquer um pode ser o vilão nas histórias de terror, sendo justamente essa a graça do processo, aquilo que gera surpresa, revolta e, neste caso, a redenção da personagem, que não era má de propósito, eram as condições que a transformavam assim. Entra aqui a moral do filme infantil, nada é tão ruim quanto parece, tudo termina bem e no final, ser criança é muito bom!

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O ritmo acelerado de aventura e suspense introduz as crianças diante de uma temática um pouco rara à sua idade, o terror. Já que nem todos os jovens tem Seu Cido em suas vidas, filmes como a A Casa Monstro, O Estranho Mundo de Jack (1993), Abracadabra (1993), Convenção das Bruxas (1990), Os Fantasmas Se Divertem (1998), A Família Addams (1991), O Anjo Malvado (1993) e todos os clássicos da Sessão da Tarde em épocas mais qualitativas, possuem o papel de difusor introdutório do terror, já que a partir destas produções, muitas crianças procuram outros filmes, livros, HQs e games do tema, dando ciclicidade ao processo, ou seja, funcionam como um primeiro passo, do que pode se caracterizar como uma vida acompanhando produções de terror.

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