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Poder Paranormal (2012)

Poder Paranormal
Original:Red Lights
Ano:2012•País:Espanha, EUA
Direção:Rodrigo Cortés
Roteiro:Rodrigo Cortés
Produção:Rodrigo Cortés, Adrián Guerra
Elenco:Sigourney Weaver, Robert De Niro, Cillian Murphy, Toby Jones, Joely Richardson, Elizabeth Olsen, Craig Roberts, Leonardo Sbaraglia, Adriane Lenox, Garrick Hagon, Burn Gorman

Em mais de um século de pesquisa, a Parapsicologia ainda não conseguiu mostrar resultados satisfatórios, mesmo depois de inúmeros testes laboratoriais e relatos consistentes. A crença que uma pessoa seja capaz de mover objetos e afetar o meio ambiente através da força de seu pensamento – usando a parte do cérebro considerada inexplorada – já foi o tema de diversas obras literárias e produções cinematográficas, tendo na franquia Scanners seu maior exemplar. O próprio Mestre do Horror Contemporâneo, Stephen King, já explorou o assunto por diversas vezes em livros clássicos: Carrie, Chamas da Vingança, O Iluminado…, com personagens utilizando seus poderes como forma de vingança. Provavelmente, esse tema cheio de possibilidades e personagens interessantes serviram de inspiração para o cineasta espanhol Rodrigo Cortés (do excelente Enterrado Vivo) desenvolver o longa Poder Paranormal (Red Lights), que teve uma passagem rápida pelos cinemas brasileiros a partir de 21 de setembro de 2012.

Não foi só no Brasil que o filme passou quase despercebido. Tanto na Espanha, quanto Portugal e Estados Unidos, a produção ficou pouco tempo em cartaz, não arrecadando o suficiente para considerá-la um sucesso. É uma pena porque o material é muito bom, embora sua condução não siga o ritmo que os fãs do gênero estão acostumados a acompanhar no horror atual. Na verdade, não se trata de um filme do estilo; é um drama fantástico, mas com um conteúdo incrível, capaz de deixar o infernauta pensando no seu final surpreendente durante algum tempo após os créditos surgirem na tela.

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Os físicos Tom Buckley (Cillian Murphy) e Margaret Matheson (Sigourney Weaver) desenvolveram técnicas para desmascarar fraudes envolvendo paranormalidade. Durante suas aulas na universidade, eles apresentam formas de desvendar esses crimes, enquanto viajam pelo país resolvendo mistérios e alimentando suas teorias de que não existem poderes oriundos da mente. Com um filho em coma, talvez na esperança de encontrar algo verdadeiro, Margaret é capaz de enfrentar qualquer desafio, seja jornalista ou crenças, porém tem um ponto fraco: o famoso paranormal Simon Silver (Robert De Niro, voltando a atuar bem), uma celebridade cega que tem provado em seus shows a capacidade realizar cirurgias espirituais e até mesmo flutuar em público.

Quando fica sabendo que Silver fará algumas apresentações nas proximidades, Tom vê nisso a chance de tornar seu trabalho ainda mais conceituado, mas Margaret não quer investigá-lo, pois teve uma experiência ruim no passado e sabe que o paranormal costuma mexer com feridas para enfraquecer os oponentes. A possibilidade de realização dos testes faz com que os cientistas e o laboratório ganhem notoriedade através do registro da mídia. Todos estão falando a respeito das análises, a repercussão será positiva para um dos lados…embora, uma morte aconteça e não esteja nos planos. Explosões nas caixas de som, luzes se queimando e pássaros se atirando contra os vidros…toda essa pirotecnia parece não importar: Tom quer chegar até às últimas consequências, mesmo que muitas pessoas possam se ferir, inclusive ele mesmo.

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Poder Paranormal se constrói nas expectativas em torno desse embate. No primeiro ato, são mostrados vários experimentos descobertos pela dupla de físicos, enquanto Silver é apresentado ao público através de noticiários e entrevistas. No segundo ato, acontecem os preparatórios para o confronto, com alguns incidentes e fatalidades para atiçar a curiosidade do público. No último, entram em cena os exames e um encontro que irá mudar tudo o que você pensava ter visto desde o começo. Sim, o final consegue surpreender até mesmo os mais calejados em produções do estilo.

Apesar de toda a boa ideia desenvolvida, o carro forte da produção está no elenco maduro e experiente. Sigourney Weaver sempre será conhecida como a Tenente Ripley da franquia Alien, mas, ultimamente, tem aparecido em trabalhos diversos, mostrando ainda mais sua versatilidade. Recentemente, fez pontas em Paul – O Alien Fugitivo e Sem Saída, ambos de 2011, no ótimo O Segredo da Cabana e Vamps, de 2012. Cillian Murphy conseguiu reconhecimento com Extermínio (2002), tendo seu currículo ampliado com longas como Cold Mountain, a franquia Batman, Tron: O Legado, A Origem e O Preço do Amanhã, alternando papéis entre vilões ou heróis, dramáticos ou cheio de ação.

Robert De Niro é sempre Robert De Niro. Sua participação em qualquer produção já a torna, no mínimo, curiosa. O ator perdeu um pouco de sua força em longas que não mereciam o seu nome, mas, aos poucos, está voltando a escolher bons papéis. Em Poder Paranormal, não temos um exemplo de excelência em sua atuação, porém o seu carisma está ali para tornar o trabalho mais interessante. Repare no modo como ele discursa a respeito de suas crenças no ato final…qualquer outro ator tiraria todo o sentido da sequência.

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Ah, o filme também conta com Elizabeth Olsen, como uma ajudante de Tom em desvendar falsos paranormais. Ela, que esteve na refilmagem A Casa Silenciosa, no drama Martha Marcy May Marlene e em Oldboy, versão americana, não tem muita importância na trama, apenas elevando o status da produção.

Ignorem as críticas negativas ou a baixa repercussão do longa, abafado por produções mais populares, e deem uma oportunidade para o filme de Rodrigo Cortés. Ele já mostrou sua capacidade em contar boas histórias e aqui manteve sua boa forma. É esperar pelos próximos trabalhos do espanhol.

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4 Comentários

  1. a Elisabeth Olsen ‘interpreta a Feiticeira escarlate no filme dos Vingadores a era de Ultron!

  2. Desde “O Sexto Sentido” que eu não tinha uma surpresa tão boa no final de um filme, até esse aparecer. Realmente recomendado.

  3. O filme é realmente fantástico, vale muito a pena, e o final estarrecedor, pra pensar.

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