Juízo Final
Original:Doomsday
Ano:2008•País:EUA, UK, África do Sul, Alemanha Direção:Neil Marshall Roteiro:Neil Marshall Produção:Benedict Carver, Steven Paul Elenco:Rhona Mitra, Bob Hoskins, Alexander Siddig, Caryn Peterson, Adeola Ariyo, Emma Cleasby, Christine Tomlinson, Vernon Willemse, Paul Hyett, Karl Thaning, Jason Cope. Ryan Kruger. Jeremy Crutchley, Cecil Carter |
Aqui, na cozinha do Boca do Inferno, já lhes demos a receita de como fazer um filme ruim, muito ruim (leiam Portão do Cemitério). Hoje vamos trabalhar numa receita diferente e bem mais interessante: como fazer um filme divertido.
Primeiro pegamos o maior número de ideias de filmes que são cultuados, amados e idolatrados e misturamos tudo, sem medo de ser feliz. No caso, nosso grande amigo cozinheiro Neil Marshall misturou nada menos que Fuga de Nova York, Mad Max, Extermínio, Rei Arthur e um pouco de Resident Evil. Com a salada já pronta acrescentamos o ingrediente principal da trama: uma protagonista bem apetitosa e invencível. Recheamos tudo com doses de violência e pitadas de conspiração governamental. Cobrimos com uma trilha sonora rock and roll e fechamos o filme com uma fuga alucinante naquele carrão que todo marmanjo sonha, mas nunca vai dirigir.
Obviamente não estamos falando da maior obra-prima do cinema inglês, mas sim de uma produção descompromissada, com bons efeitos digitais, ótima maquiagem e ainda grandes cenas de ação. Juízo Final é o terceiro trabalho do cineasta Neil Marshall (Cães de Caça e Abismo do Medo) e comprova seu talento na direção.
O roteiro, escrito pelo diretor, começa mostrando a Escócia sendo assolada por um vírus chamado Reaper. Os infectados sucumbem em enormes feridas e apodrecem em carne viva. Rapidamente o governo britânico isola a colônia escocesa com enormes muros, deixando todos morrer por lá, infectados ou não. Passam-se três décadas e o vírus Reaper volta a se manifestar, agora em plena capital inglesa. Os governantes então planejam inundar Londres, contendo assim a infecção. Entretanto fotos de um satélite mostram sobreviventes dentro do território escocês, mesmo depois de anos de isolamento. Teriam eles encontrado a cura para o vírus fatal? É aí que entra a agente Sinclair, uma bela morena de um olho só. O outro é uma prótese e ao mesmo tempo uma espécie de micro-câmera espiã. O olho-que-tudo-vê transmite imagens para um monitor-de-pulso usado pela garota. Uma evolução do personagem Snake Plissken, criado por John Carpenter em Fuga de Nova York, a grande inspiração de Marshall na concepção do roteiro.
A agente Sinclair lidera uma equipe militar que deve se infiltrar na antiga Escócia e fugir com a cura para a Inglaterra, evitando assim a morte de milhares de pessoas na capital (que morreriam pelo vírus ou afogadas). Bom, o maior problema para a bela caolha não são exatamente os escoceses infectados, mas sim os sobreviventes. A antiga escócia acaba virando uma terra sem-lei, povoada por punks malucos fugidos do filme Mad Max (daqueles tatuados, com piercings, roupas rasgadas e descabelados). Mas existem outros sobreviventes dentro do território. Não menos violentos, eles vivem como se estivessem na idade média. Isso mesmo: cavalos, armaduras, espadas e castelos. Bom, parece uma bagunça e realmente é. Mas uma bagunça extremamente divertida, organizada por um dos grandes nomes do cinema de horror atual, o inglês Neil Marshall. Sirvam-se à vontade.
já tinha ouvido falar desse filme,e só agora notei que é do mesmo diretor de abismo do medo e de cães de caça,procurarei pra assistir imediatamente.