O Grito
Original:The Grudge
Ano:2004•País:EUA, Japão Direção:Takashi Shimizu Roteiro:Takashi Shimizu, Stephen Susco Produção:Sam Raimi, Robert G. Tapert Elenco:Sarah Michelle Gellar, Jason Behr, Clea DuVall, William Mapother, KaDee Strickland, Grace Zabriskie, Bill Pullman, Rosa Blasi, Ted Raimi, Ryo Ishibashi, Yuya Ozeki, Takako Fuji |
Definitivamente a plateia ocidental não está preparada para o cinema oriental. Ou somos muito preguiçosos pra entender, ou somos burros mesmo. Ou ainda não conseguimos distinguir os personagens, afinal dizem que japonês é tudo igual. O cinema oriental, em especial o japonês, nunca foi bem divulgado em nosso país. Além de Kurosawa, não me vem à mente nenhum outro diretor famoso entre nós. Fato é que a ‘mis-en-scéne‘ Oriental diverge muito da Ocidental o que faz com que muitas pessoas torçam o nariz. E muitos filmes acabam injustiçados por isso.
O Grito é mais um exemplo de um daqueles filmes injustiçados. Filmes divertidos que têm equívocos sim (como qualquer outro filme) mas por alguma trapaça do destino ou força da natureza se transformam em filmes odiados e subestimados. Aqui no Brasil, O Grito comeu o pão que o diabo amassou. Na revista SET o filme não foi considerado Cinema, é mole?
O Grito é refilmagem de Ju-On, um filme de baixo-orçamento dirigido pelo mesmo diretor deste, Takashi Shimizu. Eu particularmente gosto das duas versões e vejo qualidade nas duas. Narra a história de Karen (Sarah Michelle Gellar) uma assistente social que está de intercâmbio no Japão juntamente com o namorado (Jason Behr). Certo dia é designada a tomar conta de uma velhinha americana meio autista (Grace Zabriskie) quando a assistente anterior Yoko (a gatinha Yoko Maki) some misteriosamente. No dia que toma conta da velhinha Karen vê um espírito que a deixa em estado de choque e mata a velhinha. A partir daí o filme é contado com a narrativa fragmentada, com idas e vindas no tempo, mostrando inclusive como a família da tal velhinha adquiriu a casa no Japão além de toda a maldição que ronda o local.
Um dos méritos do filme é manter a identidade original de seus vilões. Enquanto em O Chamado, Sadako foi trocada por Samara aqui Kayako (Takako Fuji) continua sendo Kayako assim como o enigmático Toshio (Yuya Ozeki). Além disso o filme se passa no Japão, uma alternativa interessante e incomum e mesmo que alguns críticos de Cinema reclamem do fato de Karen não se sentir deslocada por ser americana – vale lembrar que a moça está de intercâmbio e conhece muito bem a língua japonesa e o deslocamento está bem representado na personagem de Clea Duvall quando esta, no supermercado, fura uma embalagem de um produto pois não entende nada do que está escrito no rótulo.
A única bola-fora que achei foi terem escalado a insossa Sarah Michelle Gellar como atriz principal, já que a mesma é muito sem graça ao contrário de Kadee Strickland (Susan) que cumpre bem seu papel como irmã de Mattew (William Mapother) e daria uma boa protagonista, além de ser muito bonita.O filme apresenta ótimas sequências todas repetidas de seu filme original, claro que bastante melhoradas e usando o mínimo de efeitos especiais possíveis. Segundo o diretor Shimizu no ‘making of‘ que acompanha o DVD, quanto mais se usa efeitos digitais que não parecem reais, mais o elemento terror é perdido e nisso concordo com ele. Diferente de O Chamado, O Grito não é uma overdose de efeitos visuais, os que existem são necessários à história.
Um fato curioso dos bastidores é que Takashi Shimizu não fala uma palavra sequer em inglês! Através de uma intérprete ele se comunicava com o elenco americano! Seria muito mais fácil transferir a estória do filme para os Estados Unidos e contratar um diretor nativo, mas os produtores Sam Raimi e Robert Tapert merecem aplausos por confiarem no talento de Shimizu a ponto de o convidarem para dirigir a refilmagem de sua própria obra. Um outro mérito da história é que não há escapatória à maldição da casa. Quem entra nela morre. Sem exceção! E simplesmente não há uma saída! Tem coisa mais assustadora que isso? Em geral o Cinema japonês desse sub-gênero é totalmente pessimista: em Ringu mesmo salvando sua pele fazendo uma cópia da fita, você sofria algum tipo de consequência (se lembram do filhinho da Asakawa?). Em O Grito os inocentes literalmente sofrem simplesmente porque estão no lugar errado e na hora errada como explica o ator Ted Raimi (Alex) nos extras do DVD.
O Grito foi muito malhado pela imprensa brasileira. Até quando vi no cinema não achei grande coisa, mas revendo em DVD calmamente pude notar certas peculiaridades que engrandecem mais a obra. Talvez tenha sido malhado porque não apresenta soluções óbvias, aliás NÃO há soluções, Não há escapatória. Só há terror e suspense. E isso conta muito.
Graças a esse filme passei a respeitar e a procurar muito mais filmes orintais, principalmente do gênero terror, creio que impõem muito mais terror do que filmes ocidentais…
É claro que a história e complicada, muita coisa acontece, muitas informações são jogadas ao ar e tem que ir juntado todas. É uma pena que não leva a nada, pois, no fim todos morrem de um jeito ou de outro, forçando a uma continuação…
Só espero que a qualidade seja melhor do que o grito 3, aquilo ali fou um verdadeiro terror, difícil demais de assistir !!!.
Discordo totalmente de um ponto. Sarah Insossa? você conhece a carreira da Sarah Michelle Gellar? não, né?! uma atriz premiada e consagrada, com Emmy, Golden Globe, e eternizada como uma das maiores personagens femininas da história dos Estados Unidos, a Buffy (buffy, the vampire slayer), sempre citada como uma das melhores personagens de todos os tempos pela crítica especializada.. Enfim, estava concordando com a crítica até chegar nessa parte.. A Sarah entregou a personagem tal qual ela era, e você forçou uma crítica pra cima dela, talvez pelo fato de não ter o que criticar. Enfim, o grande atrativo deste filme é justamente ela, a Sarah.
Ao proprietário do site: sua crítica é muito boa, concisa e bem elaborada. Porém, no caso quando você fala que no filme não há como fugir da maldição no segundo filme a personagem Karen, quando visitada pela irmã Aubrey no hospital, diz a ela que sabe de um jeito de parar com a maldição completamente.
Mas ela morre do mesmo jeito e continuou sem haver escapatória.
Muito boa sua crítica Bruno, você foi direto e franco ao ponto principal referente ao recebimento do filme por aqui. Concordo totalmente. Muitas pessoas tem preguiça de ficar usando o cérebro e racionar diante de determinados filmes, em especial aqueles que são mais complexos, que possuem um roteiro bem mais elaborado. Parece que muita gente prefere tudo já mastigado pra não ter o trabalho de entender algo mais bem trabalhado, preferindo uma overdose de efeitos e ação em vez de um roteiro que as faça pensar em outras possibilidades.
Eu gostei muito de O Grito, o longa me prendeu a atenção do início ao fim, e na época em que foi lançado, eu tava sentindo falta de filmes de horror que realmente provocassem algum medo, e ele conseguiu corresponder as expectativas.
Eu gostei deste filme, ele é legal.
É difícil acreditar que alguém não goste desse filme, o plot das pessoas serem perseguidas pela maldição, como um tipo de doença, mesmo não estando na casa é bem original e assustador, principalmente pq os fantasmas possuem um modo de matar parecido com o do Freddy de A Hora do Pesadelo, as mortes não são “normais”, a Kayako tanto aparece embaixo da coberta quanto puxa alguém para dentro do espelho (no segundo filme).
O único ponto negativo, na minha opinião, é que, como dito na crítica, simplesmente não há como escapar da maldição.
Mas no segundo filme, de acordo com a personagem Karen, ela havia descoberto algo de como acabar com a maldição.
Eu acho um bom filme, e a Sarah não é sem graça. …
Eu tenhos os 2 exemplares, embora, depois de assistir O Grito 3, deixei ele de lado, pois, o FILME É COMPLETAMENTE RIDÍCULO! Entao, tenhos os 2 de cada…
Prefiro 1000x o Original, mas, esse aqui tbm é muito bom, chegando a ser melhor que O CHAMADO. Embora, deveriam manter a SADAKO do ORIGINAL tbm…
Realmente SMG não é aquela coisa, mas, manteve o TOM do filme… curti muito!
Também prefiro o original. Mas achei a ideia de fazer o remake no Japão, usar o mesmo diretor do original, e ainda por cima os mesmos atores que fizeram os fantasmas bem interessante.
Na verdade se repararmos bem a gente percebe que até o guarda que vai dar uma olhada no banheiro (por causa da assustada Susan) é interpretado pelo mesmo ator nas duas versões.
Sarah não é aquela coisa, mas é uma atriz premiada e aclamada pela crítica, com diversos prêmios, além de Emmy e Golden Globe. O grande atrativo do filme é a Sarah, meu filho. E ela da o tom perfeito a personagem. Só uma pessoa que não conhece a carreira dela, para falar absurdos sobre.. Ela é incrível e é maravilhosa, o trabalho que ela realizou em Buffy é cultuado e aclamado pela crítica até hoje.
esse filme me deu mais vontade de rir do que medo,mas pelo menos é melhor que o 2.
Assisti em dvd a muito tempo e achei um filme bem legal. É uma obra de horror puro sem muito espaço para firulas. Tem uma trama macabra/sobrenatural ancestral daquelas que nossos antepassados contavam ao redor da fogueira para exorcizar o nosso medo da escuridão e do desconhecido.