Jack the Ripper
Original:Jack the Ripper
Ano:1976•País:Alemanha Direção:Jesús Franco Roteiro:Jesús Franco Produção:Erwin C. Dietrich Elenco:Klaus Kinski, Josephine Chaplin, Herbert Fux, Lina Romay, Nikola Weisse, Ursula von Wiese, Hans Gaugler, Francine Custer, Olga Gebhard, Angelika Arndts, Peter Nüsch |
É muito fácil associar violência e brutalidade com crueza cinematográfica – o torture porn está aí para provar isso. Mas é necessário um gênio como Jess Franco para filmar assassinatos cruéis com a finesse e apuro que se vê em Jack the Ripper.
Com cerca de duzentos créditos como diretor, o recentemente falecido Franco teve uma carreira peculiar, alternando entre verdadeiras obras de arte e podreiras para públicos bem específicos. Os últimos anos da carreira de Franco foram inglórios, dedicados a produções direto para o vídeo, a maior parte de filmes pornô estrelados pela sua esposa e musa, a também falecida Lina Romay.
Jack the Ripper é fruto da parceria de Franco com o produtor suíço Erwin C. Dietrich, da qual também surgiram diversos filmes de prisão feminina. É o filme mais bem acabado dessa época, contando com belíssimos cenários, uma fotografia preciosa e um roteiro que, ao contrário da maioria das produções suíças de Franco, tinha uma ótima história para contar.
É necessário esquecer qualquer ligação com os verdadeiros crimes de Jack, o Estripador para apreciar essa gema. O assassino interpretado por Klaus Kinski é muito mais próximo do Dr. Orloff vivido por Howard Vernon em vários outros filmes de Franco do que do matador de prostitutas de Whitechapel. Kinski interpreta um tímido médico filantropo, que à noite sai a caça de mulheres pelas ruas de Londres. Obcecado com a imagem de Cynthia (Josephine Chaplin, filha de Charles Chaplin) ele esquarteja suas vítimas e joga os pedaços no Tâmisa.
Visualmente, o filme é um espetáculo. A cena em que Jack persegue uma dançarina burlesca (Lina Romay) por uma floresta, sob a luz da lua cheia, é daquelas que deveriam ser estudadas em escolas de cinema. Kinski está diabólico no papel, e reza a lenda que a ideia de fazer o filme teria sido sua, em primeiro lugar. Este estudo da mentalidade de um assassino certamente perderia muito da força sem os enormes olhos azuis e o ar de loucura de um dos atores mais excêntricos da história do cinema. Jack the Ripper é um raro caso onde a vontade de chocar, de entreter e de fazer arte foram combinadas quase à perfeição.
deve ser bom,pena que é tão antigo,pois fica mais difícil achar.