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Vítimas do Prazer (1977)

Snuff: Vítimas do Prazer
Original:Snuff: Vítimas do Prazer
Ano:1977•País:Brasil
Direção:Cláudio Cunha
Roteiro:Cláudio Cunha, Carlos Reichenbach
Produção:Carlos Duque
Elenco:Carlos Vereza, Rossana Ghessa, Canarinho, Nadir Fernandes, Hugo Bidet, Fernando Reski, Roberto Miranda, Lúcia Alvim, Patricia Celere, Sérgio Hingst, Walter Prado

Em 1977, mesmo ano em que o italiano Joe D’Amato lançava Emmanuelle na América e o novaiorquino Roger Watkins atacava com o impiedoso The Last House on Dead End Street, dois dos maiores clássicos sobre filmes snuff, o Brasil tirava sua casquinha no gênero com Snuff: Vítimas do Prazer. Mas se tanto Emanuelle in America quanto Last House apostavam na violência sem limites e bastante erotismo, Vítimas do Prazer é bastante comedido, e aposta mais na construção de personagens e intrigas do que nas mortes e torturas.

Vítimas do Prazer (1977) (2)

Dirigido por Cláudio Cunha com roteiro em co-parceria com Carlos Reichenbach, Vítimas do Prazer conta a história de uma dupla de produtores cinematográficos (Hugo Bidet e Fernando Reski) que depois de um acidente nas filmagens de um filme pornográfico descobrem o quanto pode ser lucrativo matar alguém de verdade na frente das câmeras. Eles contratam Edson (o carismático Carlos Vereza) um técnico falido, e seu assistente Juarez (ninguém menos do que o falecido comediante Canarinho, que carrega o filme nas costas), que aceitam o trabalho acreditando que vão fazer um simples pornô hardcore, e não um snuff movie. Recrutam também um elenco singular, composto por uma stripper, uma atriz decadente, um ator com problemas mentais e uma candidata fracassada a Miss São Paulo, e juntos partem para uma chácara onde serão feitas as filmagens.

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A primeira metade de Vítimas do Prazer é fantástica, envolvendo o recrutamento do elenco e os preparativos para as filmagens. O maior destaque, além de Canarinho, é Rosana Ghessa, linda no papel de Lia, uma stripper solitária que se torna objeto de obsessão de um dos produtores. Mas a partir do momento em que o filme dentro do filme começa a ser rodado, as coisas vão ficando confusas e cansativas. A equipe passa dias e dias filmando cenas desconexas e sem propósito, que poderiam render o filme pornô mais mixuruca do mundo. É estranha também a ideia de fazer um filme snuff sem que ao menos a equipe técnica saiba o que está acontecendo.

Apesar da temática, Vítimas do Prazer não é um filme de horror, e sim um drama meio desnorteado, que acaba sem muitas respostas e pode causar uma enorme insatisfação para quem espera algo mais dinâmico e visceral. Mas vale ser registrado aqui por se tratar de uma rara abordagem nacional a um tema tão interessante e polêmico e por fazê-lo de um jeito bem brasileiro, sem forçar a barra ou querer ganhar prêmios em festivais.

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4 Comentários

  1. Tem catarse no filme sim.. Momento em que Carlos Vereza fica pistola com o gringo malicioso..Ali Carlão Reichbach que tá no roteiro vomita todas as mazelas da sociedade burguesa falida… Parabéns, um excelente filme.

  2. Assisti esse filme na época e gostei bastante, principalmente pelo final. É um dos bons filmes nacionais do período, repleto de comédias gosseiras e malfeitas, parece até o cinema nacional de hoje(eheheheh).

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