Video Violence 2 - The Exploitation
Original:Video Violence 2 - The Exploitation
Ano:1988•País:EUA Direção:Gary P. Cohen Roteiro:Gary P. Cohen Produção:Ray Clark Elenco:David Christopher, Mavis Harris, Neil Cerbone, Bill Bowers, Gary P. Cohen, Uke, Bart Sumner, Elizabeth Lee Miller, Gordon Ovsiew, Mitchell Speert |
No texto anterior falei sobre Video Violence, um filme rodado direto para o vídeo cujo maior apelo era a quantidade absurda de sangue e tudo aquilo que nós amantes de bagaceiras gostamos de ver. A produção teve um sucesso relativo nas locadoras lá fora e chegou a ser indicado para o prêmio de melhor filme independente pelo American Film Institute. A Camp Video – distribuidora do primeiro filme nos Estados Unidos – demonstrou interesse em uma continuação, prometendo divulgação em maior escala e fabricação de uma tiragem maior de fitas.
Com Kentucky Fried Movie (1977) como inspiração, o diretor Gary P. Cohen pegou quase toda a equipe do filme original e realizou rapidamente Video Violence 2 – The Exploitation, uma continuação cujo destaque continua para o derramamento de sangue, porém parece que não haviam muitas ideias na gaveta de onde saiu o primeiro filme. Aliado a um orçamento que, acreditem, é ainda menor e apostando fortemente no humor negro, o resultado é inconstante, arrastado e o dedo comicha para tocar no FF do controle remoto com frequência.
O conceito é bem simples e seria até eficiente se tratado da maneira correta: um canal de TV a cabo de Nova Jersey tem seu sinal invadido semanalmente no mesmo horário por uma transmissão pirata. Quem nos avisa disto logo nos créditos iniciais é o âncora de um telejornal (o próprio diretor Cohen), que, inclusive, reporta que todas as autoridades – até o FBI! – tentaram em vão encontrar a origem… Claro que conforme o filme avança, este fato não fará o menor sentido, mas vamos falar sobre isto mais tarde.
O sinal pirata interrompe o jornal repentinamente (TV Cruj feelings) para a abertura do programa “Eli and Howard Show“, comandado por, evidentemente, Eli (Uke) e Howard (Bart Sumner) reprisando seus papéis. O motivo da perseguição pelas autoridades se torna óbvio quando o programa começa: é um late night talk show onde as pessoas podem submeter seus próprios snuff movies caseiros para exibição ao vivo, junto com intervenções bem humoradas e piadinhas de gosto duvidoso. Entre as fitas submetidas há um ataque de mulheres entediadas a um entregador de pizza, o xerife do filme anterior (William Toddie), que inventou uma cadeira elétrica caseira, e até comerciais como o anúncio de Wilbur, o brinquedo de Natal que mata crianças…
E com esta premissa o filme está armado e não há uma trama central – a não ser uma garota que é convidada a participar do programa pensando que está participando de uma audição para um papel e a cada vídeo caseiro exibido no programa os apresentadores dão uma “torturadinha” ao vivo nela. O que não tem o menor cabimento é como a garota conseguiu encontrar o estúdio do Eli and Howard Show através de um anúncio de jornal e o FBI não tem a menor pista, hehehe…
Praticamente todo o elenco de Video Violence está de volta na continuação em participações que oscilam em duração e relevância, então quem teve a oportunidade de assistir ao anterior já espera atuações canhestras e caricatas, típico de produções de baixíssimo orçamento. Contudo a partir disto e do estilo amador da produção, as semelhanças com o anterior se encerram e a principal diferença consiste no tom do filme, abandonando qualquer possibilidade de suspense para partir para o splatter e um humor escrachado e subversivo que ora funciona, ora não.
Esta forma de condução também lembra bastante o estilo imprimido por Herschell Gordon Lewis em sua carreira, o que também inclui nudez feminina e sanguinolência on screen sem poupar o espectador. Cabeças explodidas, olhos saltando ou sendo arrancados das órbitas, esfaqueamentos, sufocamentos e ferimentos a bala são algumas das peripécias que os apresentadores nos mostram durante o filme-programa.
Mesmo que um dos defeitos do anterior tenha sido sanado – a duração de Video Violence 2 mal chega aos 78 minutos – todo o resto é inferior… A falta de uma trama central, a enrolação de alguns segmentos – o ataque ao entregador de pizza e o comercial que vende as fitas snuff dos apresentadores do programa se estendem para além da paciência do espectador -, a própria limitação de orçamento que neste filme parece ainda maior que no anterior, pois não existem cenas externas e o cenário do Eli and Howard Show são de uma pobreza de dar dó.
Pela curta duração do filme e pelas partes que podem ser puladas sem dor na consciência até é possível dar uma chance para Video Violence 2 como um passatempo esquecível por suas cenas violentas – ainda que sejam dignas de um desenho animado – e pelas piadinhas infames proclamadas por um bem humorado e entrosado elenco. Juntando o valor de produção mínimo e a cafonice dos atores, esta é uma continuação que tem dificuldade em encontrar seu caminho para entreter o espectador.
Tão bom quanto o primeiro , mais agora com a famosa dupla apresentando seu próprio talk show , com bastante humor e piadas elaboradas , comerciais loucos, os snuff movies de qualquer um exibidos ao vivo e a convidada sendo forçada a ver as atrocidades exibidas e sofre-las em torturas a cada vídeo .
Vídeo Violence 2 é um splatter muito memorável e divertido de se ver , portanto tenho essa sanguinolenta continuação também em DVD na minha coleção !!