Sasquatch – O Abominável (2002)

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Sasquatch - O Abominável
Original:The Untold
Ano:2002•País:Canadá
Direção:Jonas Quastel
Roteiro:Jonas Quastel, Chris Lanning
Produção:Rob Clark, Craig Denton, Glen Reynolds
Elenco:Lance Henriksen, Andrea Roth, Russell Ferrier, Philip Granger, Jeremy Radick, Mary Mancini, Taras Kostyuk, Erica Parker, Rob Clark, Scantone Jones

Ninguém acreditava em sua existência! Podia ser apenas um boato, algumas palavras mal interpretadas ou até mesmo uma lenda daquelas contadas entre amigos, enfim, qualquer coisa, menos a verdade. Tantas mentiras e histórias servem apenas para fantasiar a verdade, muito mais assustadora do que todos pensam. Ele realmente existe! Escondido nas mais escuras prateleiras, onde não há nenhuma iluminação nem restos de algum inseto, ele está lá. Poucos se atrevem a se aproximar, muitos preferem ignorar sua presença, mas é exatamente ali, no local mais sombrio da última locadora do bairro, que se encontra o abominável filme Sasquatch – O Abominável (Sasquatch, 2003).

Lançado diretamente em vídeo, escrito e dirigido pelo estreante Jonas Quastel, cujo anagrama do nome quase revela o título da produção, Sasquatch – O Abominável tem sua história baseada na antiga lenda do Pé Grande, uma criatura semelhante a um gorila, de 2 a 3 metros de altura, que caminha por regiões gélidas, assustando os turistas através de suas pegadas gigantescas e imagens registradas em fotos. A lenda teria adquirido força quando o alpinista britânico Eric Shipton publicou, em 1951, imagens da pegada do monstro, obtidas na cordilheira Gauri Sankar, no Himalaia. A partir daí, o mito caminha paralelamente ao do Chupacabra e do Monstro do Lago Ness, assustando crianças e criando curiosos e aventureiros.

Sasquatch (2002)

No enredo, Harlan Knowles (Lance Henriksen, que depois enfrentaria outro Pé Grande no divertido Abominável, 2006), o bilionário Presidente das indútrias Bio-Comp, conduz uma expedição de resgate dos possíveis sobreviventes da queda de um avião de sua empresa, numa floresta do noroeste do Pacífico. Antes que alguém pergunte o que um homem tão rico faz numa missão tão perigosa, é preciso dizer que a filha dele estava nesse avião, juntamente com um importante achado científico. O grupo que acompanha o empresário é formado por um egocêntrico escritor (Philip Granger), uma sexy interesseira (Andrea Roth), um promotor (Russell Ferrier), um programador (Jeremy Radick), entre outras vítimas. Enquanto exploram a floresta, eles percebem que estão sendo observados (com um recurso de câmera que deve ter dado aos realizadores do Predador alguma grana por direitos autorais) por alguém ou alguma coisa e passam a desconfiar da presença da lendária criatura, principalmente depois que encontram os destroços do avião, mas nenhum corpo ou vestígio dos passageiros..

Numa chupada absurda do filme A Bruxa de Blair, Harlan encontra um vídeo que mostra os últimos momentos de sua filha, Tara Knowles (Erica Parker), com os outros passageiros, enquanto se refugiam no interior do avião sob os ataques de um monstro. Em desespero, a jovem coloca a câmera bem próxima de seu rosto e entre lágrimas pede desculpas ao pai, assume a culpa por tudo e ainda por cima diz que não irá sobreviver ao incidente, numa sequência que parecia mais interessante do que o filme inteiro. Teria sido melhor desenvolver a trama com a criatura perseguindo os sobrevivente da queda do avião do que a da equipe de busca pela sinistra floresta. Embora a capa do filme já apresente o rosto da criatura, o espectador terá poucas oportunidades de vê-lo durante os 80 minutos da produção e ainda o achará bem diferente da arte sugerida.

Sasquatch (2002) (2)

Para os ávidos pelo sentimento trash que permeia a proposta, uma notícia ruim: durante a primeira hora, não ocorrerá a morte de nenhum personagem, apenas conflitos internos que não conseguem evitar o bocejo de quem estiver tendo coragem de acompanhar a expedição. E o diretor ainda contribui para a ruindade do produto final ao acrescentar cortes estranhos e alguns até surrealistas como quando mostra Harlan conversando na cabine do avião com outro personagem e, ao mesmo tempo, em outro lugar assistindo a fita com imagens da filha. Além disso, muitas cenas são divididas por “fades” (aquele recurso da câmera que torna a tela preta e depois abre em outro plano), o que incomoda em demasia.

Entretanto, nem tudo é ruim no filme. Sasquatch – O Abominável passa uma lição importante sobre proteção ambiental e ocupação de espaços que deixaria Walt Disney com lágrimas nos olhos. E há também uma cena de nudez – na versão integral do DVD – que poderia estender o resultado final a apenas esse momento, permitindo ao espectador masculino algumas doses de entretenimento.

Portanto, se você encontrar na sua locadora ou em algum sebo qualquer sinal da existência desse filme, seja uma pegada ou mesmo um cartaz, fuja…salve seu bolso.

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

3 thoughts on “Sasquatch – O Abominável (2002)

  • 16/03/2023 em 01:59
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    Honestamente não da pra levar a serio uma crítica que considera o abominavel de 2006 um filme divertido. Crítica bem medíocre pra ser honesto, já que o Sasquatch de 2002 colecionou críticas mistas, ao invés de ser esse filme ruim que você descreveu

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      16/03/2023 em 09:43
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      Mas a crítica, pra ser boa, precisa ser igual às demais, Pedro? Cada crítico terá seu ponto de vista.

      Resposta
  • 03/12/2020 em 15:16
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    Lá fui eu locar esse filme lá por volta de 2006 e ainda fiz a besteira de reunir a família toda pra assistir e quase fui apedrejado por todos os meus entes queridos.

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