American Horror Story: Freakshow
Original:American Horror Story: Freakshow
Ano:2014•País:EUA Direção:Ryan Murphy, Loni Peristere, Michael Uppendahl, Bradley Buecker, Alfonso Gomez-Rejon Roteiro:Brad Falchuk, Ryan Murphy, Jennifer Salt, Jessica Sharzer, Tim Minear, James Wong, Douglas Petrie, John J. Gray Produção:Alexis Martin Woodall, Chip Vucelich, Robert M. Williams Jr. Elenco:Evan Peters, Jessica Lange, Sarah Paulson, Frances Conroy, Denis O'Hare, Lily Rabe, Emma Roberts, Kathy Bates, Taissa Farmiga, Angela Bassett, Jamie Brewer, Naomi Grossman, Gabourey Sidibe |
A quarta temporada de American Horror Story, Freakshow – que mal começou a ser exibida no Brasil – teve seu último episodio exibido nos EUA no último dia 21. A série, que para muitos renovou a maneira de se contar histórias de horror na TV, começou com uma belíssima abertura, muito potencial, uma excelente ambientação e um tema fascinante, mas entregou muito pouco do que poderia ter sido.
Passada dentro do último circo de aberrações dos Estados Unidos, a AHs: Freakshow mostra a trupe de “curiosidades” deste circo lidando com o preconceito dos moradores da pequena Júpiter, no interior da Flórida, conflitos internos e a ambição de sua líder, Elsa Mars (na pele da sempre competente Jessica Lange), em se tornar uma estrela de sucesso no mundo do show bizz.
Com ótimos efeitos especiais e personagens interessantes, AHS: Freakshow prende a atenção do telespectador até o último episódio, mas a condução da série e seu desenrolar se mostra lento e ao mesmo tempo acelerado. A grande quantidade de personagens e subplots sobrecarregam os 13 episódios, que se apressam a resolver todas as situações que foram sendo plantadas ao longo da temporada. São incontáveis as situações que surgem na série que não levam a trama a lugar algum além do choque momentâneo de alguma “importante” revelação ou detalhe asqueroso.
Definitivamente menos personagens e um roteiro mais consistente tornariam esta a melhor temporada de AHS, mas Ryan Murphy e Brad Falchuk preferem causar impacto e gerar polêmica – algo visível nos trabalhos da dupla desde Nip/Tuck – ao invés de trabalharem em uma história realmente envolvente e surpreendente como o tema pedia.
O elenco de American Horror Story nunca esteve tão bem. Jessica Lange, em sua última participação na série, e Kathy Bates (Ethel) estão ótimas como sempre, enquanto Sarah Paulson (Bette/Dot), geralmente irritante com seu olhar triste e insosso, entrega duas gêmeas siamesas fascinantes e convincentes, em parte graças ao show de efeitos especiais que está impecável. O elenco de apoio também merece destaque, principalmente para Angela Basset (Desiree), que surge como coadjuvante e aos poucos ganha importância e simpatia do telespectador, e Finn Wittrock (Dandy) faz um daqueles vilões que te faz querer torcer o pescoço sempre que aparece, mostrando-se entregue e muito à vontade no papel.
A série ainda aproveita a ambientação em um “gabinete de curiosidades” para criar números musicais bizarros e interessantes indo de David Bowie a Nirvana, lembrando muito aquele inusitado episódio musical da segunda temporada. Em outro momento AHS: Freakshow presta justa homenagem ao maior filme sobre circo e aberrações de todos, Monstros (Freaks), o clássico de 1932 dirigido por Tod Browning em uma das melhores cenas de toda a história da série.
Embora o saldo seja positivo, é uma pena que AHS: Freakshow não tenha sido melhor do que foi. Em uma clara metáfora para a caça aos comunistas que ocorreu nos EUA durante aquele período, este paralelo entre a história que vemos na tela e a história americana sempre foi a melhor parte do seriado. A História de Horror Americana também é a história do horror americano. Havia tudo para tornar um marco na história do horror na TV e acabou sendo apenas mais um número interessante no circo da televisão.
Eu acredito que AHS consegue, ao longo dessas temporadas se tornar um feito épico para a televisão, especialmente pro horror. FS tornou-se minha temporada favorita e a que mais me identifiquei por: quebrar tabus, envolver fenômenos sociais do século XX e tornar a ficção mais real, filosófica e cheia de sensibilidade. Freak Show e Asylum são importantes mais que qualquer outro seriado pro horror na televisão
Reconheço a importância de AHS para a TV e para o gênero de horror, mas acho que poderiam focar mais em boas histórias do que em cenas chocantes de polêmica ou impacto fácil. Mas é o estilo dos autores. Não adianta eu reclamar já que aparentemente funciona para um público alvo específico.
Realmente precisa de uma renovação.
Ahs tem ganhado muito olhares a cada história e o público é muito exigente