Assim na Terra Como no Inferno (2014)

2.5
(14)

Assim na Terra como no Inferno (2014)

Assim na Terra como no Inferno
Original:As Above, So Below
Ano:2014•País:EUA
Direção:John Erick Dowdle
Roteiro:John Erick Dowdle, Drew Dowdle
Produção:Patrick Aiello, Drew Dowdle, Jon Jashni, Thomas Tull
Elenco:Perdita Weeks, Ben Feldman, Edwin Hodge, François Civil, Marion Lambert, Ali Marhyar, Cosme Castro, Hamid Djavadan, Théo Cholbi

O gênero found footage já deu o que tinha que dar, certo? Não se você for Drew Dowdle ou seu irmão John Erick Dowdle. Drew como roteirista e John como diretor já são nomes relevantes dos documentários falsos por seu trabalho em The Poughkeepsie Tapes (2007) e em Quarentena (2008). Mas quando você achava que as filmagens encontradas já haviam terminado, eis que surge Assim na Terra como no Inferno, trocando os subúrbios americanos pelas catacumbas de Paris.
O esforço em marketing foi considerável para um filme de baixo orçamento, contudo a entrega é repleta de falhas, com atitudes surreais, jogando pela janela qualquer credibilidade que o roteiro tenha, fator importante em se tratando deste segmento do cinema de horror.

A trama gira em torno de Scarlett (Perdita Weeks, A Armadilha), uma arqueóloga em sua ridiculamente incessante busca pela pedra filosofal (acho que ela não leu Harry Potter) continuando o trabalho do pai. As pistas pelo artefato alquímico definitivo descrito por Nicholas Flamel vão parar nos túneis de Paris.

Assim na Terra como no Inferno (2014) (2)

Para esta empreitada ela conta com a ajuda do expert em consertar sinos e em aramaico George (Ben Feldman, Cloverfield), Benji (Edwin Hodge, Uma Noite de Crime), o câmera que documenta a saga de Scarlett, e os especialistas em exploração das catacumbas Papillon (Francois Civil) e seus companheiros Souxie e Zed (Marion Lambert e Ali Marhyar).

Ao começar a explorar as longas, escuras e apertadas catacumbas, o grupo inadvertidamente descobre um túnel que pode ou não ser os portões para o inferno. Sem possibilidade de retorno, o circo está armado com correrias, imagens difusas e muitos sustos.

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O filme tem seus méritos, porém todo o resto é bem fraco, a começar pelo estilo de câmera. Como todos os personagens tem uma câmera acoplada a uma lanterna na cabeça, em diversas cenas (especialmente no climax final) a dita cuja balança tanto que é de dar náuseas, quando muito mal dá para ver o que acontece à frente.

Nada pior, porém, do que a profundidade vazia da própria história. Somar a quantidade de buracos no roteiro dá para chegar facilmente nos portões do inferno! Dentre os principais estão localizados nas atitudes equivocadas da própria protagonista: já seria de se questionar que alguém com seus vinte e poucos anos teria qualificações em campos tão diversos como arqueologia e artes marciais, contudo para uma pessoa extremamente culta – e ela faz questão de frisar em diversos momentos – não dá para engolir sua falta de autopreservação e como ela não apenas coloca a si mesmo, como todos em sua volta em perigo de morte, razão pela qual é muito difícil conseguir simpatia. A isto adicione um romance de duas linhas de diálogo com George e um oportuno rasteiro conflito psicológico com o pai falecido e temos alguém essencialmente egoísta e convencida, nada mal para nossa heroína.

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Outro ponto é a facilidade com que nossos personagens chegam à conclusões historicamente relevantes como se estivessem decifrando enigmas em um game show, uma versão pobre de O Código da Vinci. É engraçado como o poema de Flamel encontrado pelos personagens traduzido do aramaico para o inglês conserva até as rimas, hehehe.

Estes seriam pontos de pouca monta em um filme de terror, mas como a história faz questão de frizar tanto para ser o principal motivo para eles continuarem afundando no perigo, deixar passar seria impossível. Com toda a incredulidade passada pela história e por todos os personagens e das frustradas tentativas de empatia por trauma, é significativo notar que a ambientação nas catacumbas é excelente, traz um sentimento de opressão verdadeiro. O suspense é razoavelmente coeso e junto com duas ou três cenas genuinamente aterrorizantes pode até trazer um sorriso de esguio, mas não salva a obra dos irmãos Dowdle da infâmia.

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Média da classificação 2.5 / 5. Número de votos: 14

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Gabriel Paixão

Colaborador e fã de bagaceiras de gosto duvidoso. Um Floydiano de carteirinha que tem em casa estantes repletas de vinis riscados e VHS's embolorados. Co-autor do livro Medo de Palhaço, produz as Horreviews e Fevericídios no Canal do Inferno!

37 thoughts on “Assim na Terra Como no Inferno (2014)

  • 31/05/2015 em 11:30
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    Pelamor esse foi o melhor filme de terror de 2014.. Muito assustador por eles não conseguirem sair de dentro daquele lugar que mal podiam se mexer sem contar a história que é a melhor dos found footage, todo mundo que viu comigo gostou agora dizer tudo isso que vcs do site disseram sobre o filme significa que vcs não são tão apreciadores do gênero como dizem pq em toda crítica de filmes novos vcs “metem o pau” então que tal viver só do passado? Só assistirem aqueles filmes que vcs consideram clássicos? Aqueles que todo mundo já está cansado de ver… E outra, os filmes bons de hoje em dia serão os clássicos daqui a 30 anos.

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    • 10/07/2015 em 13:27
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      olá,curti muito seu comentario,eu assisti esse filme e gostei muito,não entendi a critica pois o filme foi bem feito e o roteiro tambem,e os grandes classicos não são lá essas coisas,eu ri quando tava assistindo O EXORCISTA,e muito outros,acho que os ”grandes classicos” não são tão bons assim para a vida contemporanea.

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  • 09/05/2015 em 12:39
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    Até onde você iria por suas ambições? Alguns vão até o inferno… Uns conseguem voltar, outros não…. De qualquer forma, o filme mostra que seus medos são seu inferno…. Assista o filme sem a pretensão de grandes críticas e vai gostar, dar, no final, uma nota 6,5 ou 7,0. É um filme um tanto claustrofóbico, roteiro simples e cheio de furos, como diz a crítica, mas assistível. A novidade é a rede de túneis de Paris e uma verdadeira viagem ao centro da terra….

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  • 14/04/2015 em 09:19
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    Filme ótimo!
    Já estava cansada de decepções como A Herdeira do Diabo e Atividade Paranormal ”15”. A história é muito interessante com um cenário incrível. Obviamente poderiam ter explorado de forma mais sinistra essa mina de ouro nas mãos que são as catacumbas de Paris, mas não há decepção alguma no final filme, que aliás, foi muito bem feito.

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  • 18/03/2015 em 10:25
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    Filme bom. Gostei por ter vários pontos relacionados com a Divida Comédia.

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  • 22/02/2015 em 20:06
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    COPÉÉÉÉÉÉRNIIICOOOO!!! AGREGOU MUITO CONHECIMENTO AO MEU COTIDIANO!! INCLUSIVE, ESTOU PENSANDO EM COLOCAR UMA PORTA ALQUÍMICA COM DOBRA PTOLOMAICA NO MEU QUARTO, CASO ALGUM PROBLEMA DO MEU PASSADO, QUEIRA ME ATORMENTAR NO MEU INFERNO PESSOAL. OBRIGADA IRMÃOS.
    PS: ESTOU VENDENDO UMA PASSAGEM PRA PARIS, QUEM QUISER, MANDA UM ZAP.

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  • 16/01/2015 em 23:30
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    Gostei bastante do filme. Talvez a inteligência das personagens (apesar de absurda) combine com o desenvolvimento rápido da trama. Scarlett realmente não pode ser uma heroína… Sua conduta é puramente egoísta!
    Quanto a temática gosto de umas brisadas kkk
    O inferno tem a capacidade de fazer qualquer um ser culpado.

    “Visita Interiorem Terrae, Rectificando, Invenies Occultum Lapidem”

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  • 15/01/2015 em 18:52
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    Achei o filme até legal! Dá pra assistir de boa, sem arrependimentos.
    O que anda acontecendo em muitos filmes que assisti recentemente.

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  • 12/01/2015 em 17:29
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    Ótima crítica! É exatamente isso! As catacumbas por si só já são assustadoras, mereciam uma história melhor.

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  • 12/01/2015 em 02:23
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    Gostei bastante deste aqui. Em um ano que foi fraquíssimo em filmes de terror, este conseguiu prender minha atenção. Só acho que um final pessimista aumentaria a sensação de desespero do “inferno”.

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  • 11/01/2015 em 21:55
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    Eu achei o filme muito bom! Apesar de já estar meio saturado de found fooage. Fraco mesmo foi essa crítica.

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  • 11/01/2015 em 18:31
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    Sempre me intrigou ver tanta gente falando (ou escrevendo)bem sobre esse filme, pois o achei muito bobo. Ler sua crítica provou que não sou a única no mundo.

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    • 06/02/2015 em 23:35
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      Que filme bobo! A trama se desenvolve muito rápido, o “terror” não tem sentido algum, assimilei cada detalhe do filme e cheguei a conclusão que esse filme é fraquissímo!

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  • 11/01/2015 em 11:43
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    Eu achei esse filme ótimo,o melhor lançado em 2014 que foi um ano bem fraco!

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  • 10/01/2015 em 16:27
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    Achei simplesmente um dos melhores filmes de terror que assisti em 2014. Filmaço. Bom roteiro, sustos verdadeiros, e um final que fugiu por completo dos clichês do gênero. Recomendado.

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  • 08/01/2015 em 17:58
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    Beeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeem legalzim…

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  • 08/01/2015 em 16:06
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    adicionei o site aos favoritos ! otima critica !

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  • 08/01/2015 em 16:05
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    concordo gênero, número e grau.

    otima critica.

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  • 07/01/2015 em 14:23
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    Critica pífia, é um filme excelente em sua proposta, traz uma visão bem legal do mistério aquém da pedra, mostrando q o roteirista tinha pleno conhecimento, o filme te prende e é gostoso de assistir, com varias curiosidades e um clima tenso, recomendo assistirem

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  • 06/01/2015 em 21:51
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    Apesar da crítica eu achei um bom filme!

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