Lua Mortal
Original:Killing Moon
Ano:2000•País:Canadá, EUA Direção:John Bradshaw Roteiro:Tony Johnston Produção:John Gillespie Elenco:Kim Coates, Daniel Baldwin, Penelope Ann Miller, Daniel Kash, Denis Akiyama, Tracey Cook, Christopher Bolton, Natalie Radford, Mark Camacho, Elias Zarou, William B. Davis |
Após se assistir Lua Mortal (Killing Moon, 2000), a impressão que fica é a de um típico exemplar de filme de baixo orçamento produzido especialmente para a televisão. E mais ainda, parece um episódio esticado da série Arquivo X (The X-Files), que durante vários anos explorou em seus roteiros situações misteriosas e abordou histórias sobre conspirações governamentais, que aliás é um tema bem fascinante. Olhando apenas por essa ótica, o filme até torna-se um passatempo rápido com alguns momentos de diversão sem exigência.
Um avião 737 com destino à Honolulu, no Havaí, transportando em sua maioria turistas, passa a enfrentar sérios problemas quando os passageiros misteriosamente começam a morrer devido à ação de hemorragias internas, principalmente sangramentos nos olhos, ouvidos e boca. A partir daí, os personagens começam a ser apresentados destacando-se entre os passageiros um médico legista Dr. Robert Yamada (Dennis Akayma), um oficial da inteligência naval, o tenente da marinha David Thatcher (Daniel Kash), um empresário do ramo de turismo, egoísta e irritante, Clayton Durrell (Kim Coates), um jovem recém saído de uma crise depressiva, Peter Neely (Christopher Bolton), uma garota adolescente conhecedora de informática, Jaya Millay (Diana Salvatore), e uma jovem piloto de aviões Cesna chamada Teri Sands (Natalie Radford), cujas habilidades na condução de uma aeronave viriam a ser de extrema utilidade.
Outros personagens secundários da trama são a aeromoça Pam (Miranda Kwok), um casal de meia idade, Joseph (Elias Zarou) e Sharon Carter (Katherine Trowell), o jovem Adam Ward (Matthew Godfrey), as belas Roberta (Tracey Cook) e Nancy (Audrey Lupke), funcionárias da empresa de turismo do arrogante Clayton Durrell, e a dupla de pilotos formada pelos atores David Nichols e Stewart Arnott.
Em terra, uma equipe é avisada da estranha doença que está dizimando os passageiros do voo 335, e a outra parte dos personagens surge para completar o time, formado por um controlador de voo, Tag Hunt (Mark Camacho), uma bela e bem intencionada médica, Dra. Laura Chadwick (Penelope Ann Miller), diretora de laboratório do Centro de Controle de Doenças, e pelos obscuros agentes do governo Frank Conroy (Daniel Baldwin), diretor de operações especiais da Comissão de Segurança Nacional, e Ed (William B. Davis), esse último com identidade misteriosa.
Rapidamente, a doença se espalha pelo avião revelando-se como um envenenamento por radiação a nível genético, com sangue contaminado com isótopos radiativos causando edemas cerebrais e hemorragias fatais nas pessoas infectadas. E os sobreviventes passam então a lutar por suas vidas auxiliados (ou não) por uma equipe técnica em terra, tentando salvar o avião de uma queda, e envolvendo segredos de guerra bacteriológica e teorias de conspiração governamental.
Apesar de explorar um tema já bastante desgastado, a epidemia descontrolada de uma doença misteriosa que ataca e mata os passageiros de um avião em pleno voo, Lua Mortal possui alguns bons momentos de suspense num clima perturbador de claustrofobia, onde pessoas estão morrendo por causa de estranhas hemorragias internas, presas dentro de um avião em movimento, lutando por suas vidas contra uma ameaça desconhecida e contra interesses de entidades secretas do governo, com atitudes suspeitas. A ação é rápida, e logo o espectador é apresentado para a grande vilã da história, uma desconhecida praga mortal e fulminante. Inevitavelmente são explorados uma série de clichês próprios de filmes de aviões desgovernados, como a morte prematura dos pilotos, um herói entre os passageiros para substituí-los, a utilização de personagens arquetípicos à bordo do avião como um médico, um militar e um empresário inconveniente, além de oficiais do governo com comportamentos misteriosos e dignos de uma típica conspiração, entre a equipe baseada em solo, numa base aérea militar na Califórnia. E para a época da produção, na virada do século, não poderia faltar no roteiro a utilização de moderna tecnologia como um dos meios de salvação, no caso a internet através de um computador pessoal manipulado por uma criança precoce na arte da informática.
Uma curiosidade é a escolha equivocada do título original Killing Moon (com o nome nacional até que bem escolhido na tradução aproximada para Lua Mortal), onde na verdade não existe nenhuma relação com os acontecimentos do filme, e apenas existe o fato de que a tumultuada viagem do voo 335 é realizada durante uma noite de lua cheia, onde coisas estranhas acontecem, segundo as palavras de um dos personagens. Para alguém mais desavisado, o nome do filme poderia normalmente sugerir alguma relação com licantropia, e na realidade é um thriller envolvendo elementos de conspiração.
Entre os atores principais do elenco, destacam-se dois nomes mais conhecidos. A atraente Penelope Ann Miller contracenou com Al Pacino em O Pagamento Final (Carlito´s Way, 1993, de Brian De Palma). Já Daniel Baldwin, irmão dos também atores Alec, William e Stephen, esteve ao lado de James Woods em Vampiros (Vampires, 1998, de John Carpenter). Entre os coadjuvantes, percebe-se claramente a presença de um rosto conhecido. Trata-se de William B. Davis, o fumante misterioso denominado no Brasil como Canceroso, da famosa série de televisão Arquivo X (1993/2002), criada por Chris Carter. Em Lua Mortal ele faz o papel de Ed, um igualmente enigmático agente do governo.
deveria ter o Dr.Drauzio Varella fazendo plantão nesse Avião da Lua Sangrenta!! nunca tinha ouvido falar desse filme, mas fiquei curioso para assisti-lo!