El día trajo la oscuridad (2013)

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El día trajo la oscuridad (2013) (1)

El día trajo la oscuridad
Original:El día trajo la oscuridad
Ano:2013•País:Argentina
Direção:Martín De Salvo
Roteiro:Josefina Trotta
Produção:Pepe Salvia, Laura Tablón
Elenco:Pablo Caramelo, Marta Lubos, Romina Paula, Mora Recalde, Luciano Suardi

…parece que os hermanos também entendem do assunto no quesito medo.” Usei essa frase para comentar a bagagem fantástica produzida na Argentina, antes de analisar o fraco desempenho de Calafrios aka Sudor Frio, de 2010. Já tinha experimentado outros longas de lá, como Alguien te está mirando (1988), Los inquilinos del infierno (2004), Grité una Noche (2005), Aparecidos (2007), Não Morrerei Só, Visitante de Invierno (ambos de 2008), Deus Irae (2010) e Fase 7 (2011), e acreditava que ainda havia boas produções a serem observadas, principalmente quando li relatos sobre o lançamento de El día trajo la oscuridad, em 2013. Foi só o filme despontar no Netflix para eu tratar de conhecê-lo para trazer ao infernauta minhas impressões a respeito.

Com direção de Martín De Salvo (de Las mantenidas sin sueños, 2005), com base num roteiro de Josefina Trotta, a película é ambientada num pequeno vilarejo durante um surto de raiva. Virginia (Mora Recalde) se vê sozinha em sua morada rural, depois que seu pai, Emilio, sai para atender a sobrinha Julia, em estado que carece de cuidados. Logo, um táxi chega ao local trazendo outra enferma, Anabel (Romina Paula), que possui uma estranha doença que a leva a atitudes misteriosas como sair pela madrugada, e a um aspecto moribundo.

O espectador entende que existe algo de errado com a visitante, e teme pela relação boa estabelecida pelas garotas. O clima pesado é acentuado pela ótima fotografia de Nicolas Trovato, com nuances, sombras invertidas e intensa penumbra. Contribui ainda para a eficácia da incerteza a boa atuação da dupla, com pouquíssimos diálogos, em um ritmo lento e soturno. Sem aqueles exageros do gênero, com sangue em profusão, violência e cenas de suspense, El día trajo la oscuridad explora o horror psicológico com leves toques de erotismo e lesbianismo – mesmo sem nudez.

El día trajo la oscuridad (2013) (2)

Sem outras referências a Edgar Allan Poe além dos nomes das protagonistas, o filme traz uma história vampírica quase poética, acentuado pelo pessimismo e pela sensação de que a escuridão é extremamente sedutora e mortal.

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

One thought on “El día trajo la oscuridad (2013)

  • 14/04/2015 em 21:52
    Permalink

    A trama foi inspirada em Carmilla de Sheridan Le Fanu. Assisir no Fantaspoa do ano passado, sessão comentada com o diretor, quando perguntei sobre Carmilla, o diretor disse nunca ter ouvido falar na obra. Quando escrevi sobre o filme na minha coluna no site O Café, a roteirista do filme mandou um comentário, admitindo as influências em Le Fanu e Poe.

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