Medo do Escuro
Original:Fear of the Dark
Ano:2003•País:Canadá Direção:K.C. Bascombe Roteiro:John Sullivan Produção:Lee Faulkner Elenco:Kevin Zegers, Jesse James, Rachel Skarsten, Charles Edwin Powell, Linda Purl, Daniel Rindress-Kay, Derrick Damon Reeve, Charles-Etienne Burelle |
Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz. (Platão)
“Não há nada no escuro que não exista na luz.” Pelo menos é assim que o irmão do pequeno Ryan (Jesse James, de Horror em Amityville, 2005) tenta convencê-lo de que o abajur aceso não irá protegê-lo de algo que viva no escuro – e nem os pais da próxima conta de luz. Mas, o garoto tem motivos para evitar lugares sombrios: um outro menino do bairro foi buscar uma bola de tênis num porão envolto em trevas e nunca mais voltou.
Essa é a premissa do suspense Medo do Escuro (Fear of the Dark, 2002), lançado nas locadoras brasileiras em VHS e DVD pela PlayArte em 2003, com o intuito de explorar a Escotofobia, um dos medos mais primitivos e mais comuns do Homem. Com apenas 12 anos, o garoto está sofrendo de terrores noturnos, temendo lugares ermos e sem iluminação. Para ajudá-lo, seus pais lotam os ambientes da morada com lâmpadas extras, além de lanternas facilmente acessíveis e abajures dos mais variados tipos. Além disso, Ryan desenvolveu uma espécie de árvore de Natal de vestir, uma roupa repleta de lampadinhas, apelidado de “acessório antiescuridão“. Mesmo com toda essa evidente fobia que o levou a psicólogos, o irmão mais velho, Dale (Kevin Zegers, antes de enfrentar mutantes em Pânico na Floresta e zumbis em Madrugada dos Mortos), nunca levou a sério os problemas do caçula, acreditando se tratar de maneiras para chamar a atenção dos pais, numa atitude comum de garotos que não têm amigos.
Na mesma noite, os pais vão a uma festa e pedem que Dale, apaixonado por uma bela garota da vizinhança, cuide do pequeno e tente acalmar o seu sofrimento devido a uma forte tempestade que se aproxima. Apesar do medo incômodo, curiosamente Ryan tenta assistir ao clássico The Evil Dead – A Morte do Demônio (1982) na televisão, sendo repreendido pelo irmão. Ao tentar desligar o aparelho, insistentemente ele continua exibindo o filme, evidenciando o bom gosto do inimigo sobrenatural e remetendo a diversos outras produções similares como Ecos do Além (1999) e até O Chamado (2002). É claro que convenientemente a residência ficará sem energia, criando momentos de suspense e desespero com personagens bizarros despontando nos cantos escuros, como se fossem integrantes do U2.
Um conceito simples, com poucos personagens e ambientação única, Medo do Escuro talvez funcionasse melhor como um curta-metragem, sem a necessidade de se estender em momentos desnecessários e que não acrescentam nada ao que foi proposto. Diálogos longos e supérfluos, sem a mínima gota de sangue, e um final óbvio, o filme explora todos os clichês já vistos sob o mesmo tema como No Cair da Noite, Habitantes da Escuridão e até um belo episódio da extinta Night Visions, Nas Trevas, em que um homem herda uma casa amaldiçoada pelas sombras que se escondem nos locais.
Com direção de K.C. Bascombe (Na Mira de Assassinos, 2008), a partir de um argumento de John Sullivan (Profecia: Renegados, 2005), Medo do Escuro não soube aproveitar o tema adequadamente como o Iron Maiden, funcionando apenas como um produto descartável e facilmente esquecível, e que permite uma correção a fala do irmão: Não há nada nesse filme que você não tenha visto em outros!
Assisti este filme muitos anos atrás na tv paga. Pouco me lembrava dele, mas é isso mesmo, diversão escapista com cara de supercine ou filmes de terror do SBT. Ainda assim, acho que vale uma conferida.