O Mundo Perdido: Jurassic Park (1997)

4.5
(2)

O Mundo Perdido (1997) (3)

O Mundo Perdido: Jurassic Park
Original:The Lost World: Jurassic Park
Ano:1997•País:EUA
Direção:Steven Spielberg
Roteiro:Michael Crichton, David Koepp
Produção:Gerald R. Molen, Colin Wilson
Elenco:Jeff Goldblum, Julianne Moore, Pete Postlethwaite, Arliss Howard, Richard Attenborough, Vince Vaughn, Vanessa Lee Chester, Peter Stormare, Richard Schiff, Thomas F. Duffy, Joseph Mazzello, Ariana Richards, Thomas Rosales Jr, Camilla Belle

Antes dos dinossauros ocuparem suas gaiolas e ambientes adequados no parque de John Hammond (Richard Attenborough), eles precisavam de um local para a sua concepção. Ignorando o laboratório, onde os cientistas geraram um velociraptor no longa original, o habitat de origem das criaturas é a Ilha Sorna, um pouco distante da Nublar. Lá, os animais vivem livremente para estudo, sobrevivendo além do período estimado no longa anterior, pois a “vida sempre encontra um meio“. São essas liberdades criativas e contraditórias que estabelecem os rumos de O Mundo Perdido: Jurassic Park, lançado quatro depois do fabuloso Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros, sob o comando novamente de Steven Spielberg.

Com o sucesso além do esperado do filme original, Michael Crichton, o autor do romance, foi pressionado por fãs e pela Universal para que uma continuação fosse realizada. Mais uma vez, antes do lançamento do segundo livro da série, a sequência já entrava em pré-produção, levando Spielberg, Crichton e David Koepp a reuniões de emergência para desenvolver o roteiro. A pressa tinha relação com os valores adquiridos com o primeiro filme e também pelo medo que estúdios concorrentes começassem a criar dinossauros em produções similares – a Universal detinha os direitos do Parque, mas não das criaturas cretáceas. Na primavera de 1995, a produção já havia começado, mas as filmagens só iniciariam em 5 de setembro de 1996, em Fern Canyon, na Califórnia.

O Mundo Perdido (1997) (1)

É provável que essa necessidade emergencial de realização do segundo filme tenha refletido no argumento desconexo, indo além do que apresentei no primeiro parágrafo. Pois, observe: mesmo com toda a repercussão relacionada ao parque e o ataque de dinossauros, a empresa de biogenética InGen desmentiu os sobreviventes, fazendo com que o Dr. Ian Malcolm (Jeff Goldblum) e a equipe tivessem inventado toda a aventura em busca de fama. Será que ninguém tentaria visitar a Ilha Nublar, com tantos detalhes sobre a sua localização? Mesmo assim, Ian é convocado pelo próprio Hammond para uma expedição de pesquisa na Ilha Sorna, onde os animais foram concebidos. O objetivo seria catalogar, observar e registrar as espécies, pois era evidente que elas estavam se procriando e se expandindo. É claro que, depois de quase ter sido devorado por um Tiranossauro, ele jamais aceitaria reencontrar as criaturas, mas o milionário o convenceu ao dizer que a namorada dele, a palentóloga Sarah Harding (Julianne Moore), já estaria no local. “Esta não será uma expedição de pesquisa, mas de resgate“, afirma Ian.

Nessa viagem, também foram o engenheiro Eddie Carr (Richard Schiff) e o documentarista Nick Van Owen (Vince Vaughn), além da filha de Ian, a adolescente Kelly (Vanessa Lee Chester), escondida. Assim que chegam à ilha, apelidada de Ilha das Cinco Mortes, não tarda e eles encontram facilmente Sarah com a ajuda do GPS, bem no momento em que ela registrava as ações de um Estegossauro. Logo também aparecem no local uma equipe de mercenários, caçadores e pesquisadores no intento de capturar dinossauros, sob o comando do sobrinho de Hammond, o inescrupuloso Peter Ludlow (Arliss Howard), além de Roland Tembo (Pete Postlethwaite), focado especialmente nos Tiranossauros. Os “heróis” salvarão os animais aprisionados, incluindo um ferido filhote de Tiranossauro, resultando em ataques e queda do sistema de comunicação, obrigando o grupo a buscar auxílio num centro de operações.

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Spielberg se mantém afiado na condução, criando boas cenas de suspense, como a que envolve o ataque de dois Tiranossauros ao trailer – por que foram estacionar próximo a um precipício? -, e dos Velociraptors, em grande número, numa plantação e depois na base. Entre as novidades, estão os Compsógnatos, mini-dinossauros, irritantes e carnívoros, levando à morte Dieter Stark (Peter Stormare), e a aparição final dos pterodáctilos. Os efeitos especiais, mais uma vez com a pincelada de Stan Winston, são impressionantes, principalmente no último ato, quando um Tiranossauro é levado a San Diego e escapa pela cidade, causando destruição e referências a Godzilla (com a fuga dos japoneses) e King Kong, pelo objetivo de usá-lo como uma atração na cidade grande.

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Com todas as qualidades técnicas, e o bom rendimento nas bilheterias, ainda assim O Mundo Perdido: Jurassic Park pode ser considerado irregular. Diferente do roteiro do primeiro filme, redondo e propício para a época, David Koepp e a obra de Michael Crichton não souberam justificar a realização da produção, deixando evidente que se trata de um longa oportunista, com desejo de render bem aos cofres do estúdio e dos envolvidos. É divertido, com bons momentos de perseguição e mais dinossauros e mortes, mas, como as criaturas recriadas, soa apenas comercial e desnecessário.

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Marcelo Milici

Professor e crítico de cinema há vinte anos, fundou o site Boca do Inferno, uma das principais referências do gênero fantástico no Brasil. Foi colunista do site Omelete, articulista da revista Amazing e jurado dos festivais Cinefantasy, Espantomania, SP Terror e do sarau da Casa das Rosas. Possui publicações em diversas antologias como “Terra Morta”, Arquivos do Mal”, “Galáxias Ocultas”, “A Hora Morta” e “Insanidade”, além de composições poéticas no livro “A Sociedade dos Poetas Vivos”. É um dos autores da enciclopédia “Medo de Palhaço”, lançado pela editora Évora.

3 thoughts on “O Mundo Perdido: Jurassic Park (1997)

  • 16/06/2015 em 02:20
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    Sinceramente, na época e até hoje acho tão bom quanto o primeiro e to falando muito sério e sei muito bem que existem muitas pessoas que acham o mesmo !! Um clássico que dá uma continuidade perfeita ao primeiro filme, totalmente recomendável !! Eu amo demais essa franquia !

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  • 15/06/2015 em 15:53
    Permalink

    Sou fã…, mas, a primeira parte, em que ainda estão na Ilha, é mais divertida…, depois que vai pra cidade, perde um pouquinho…, mas, ainda sim, da pra ver e rever!

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