Atividade Paranormal 5: Dimensão Fantasma
Original:Paranormal Activity: The Ghost Dimension
Ano:2015•País:EUA Direção:Gregory Plotkin Roteiro:Jason Pagan, Andrew Deutschman, Adam Robitel, Gavin Heffernan, Brantley Aufill Produção:Jason Blum, Oren Peli Elenco:Chris J. Murray, Brit Shaw, Ivy George, Dan Gill, Olivia Taylor Dudley, Chloe Csengery, Don McManus, Michael Krawic, Aiden Lovekamp, Cara Pifko |
Apesar do título brasileiro, Atividade Paranormal 5 é, de fato, o sétimo na franquia (Tokio, de 2010 e Marcados Pelo Mal, de 2014, não fazem parte da contagem “oficial“). E com tantos títulos diferentes essencialmente aplicando a mesma forma, os produtores prometeram para Dimensão Fantasma algo muito mais interessante além de ser o primeiro filme 3D e declaradamente o último da série: respostas.
É aí onde o perigo habita, pois Atividade Paranormal não prima pela qualidade de seus roteiros, mas puramente por sua capacidade de criar um clima assustador com muitos poucos recursos.
E como você pega uma fórmula de sucesso altamente desgastada, uma base de fãs com expectativa após altos e baixos e uma mitologia repleta de pontas soltas para uma parte final? Das duas uma: ou você precisa de muito talento ou simplesmente vai jogar tudo para o alto e não fazer nada do que se espera… Pela quantidade de caveiras acima, você já pode ter uma ideia do que lhe aguarda.
A trama se passa próximo ao Natal de 2013 com a família Fleege. O pai Ryan (Chris J. Murray), sua esposa Emily (Brit Shaw) e sua pequena filha Leila (Ivy George) recebe a visita do irmão de Ryan, Mike (Dan Gill), para passar uns dias no feriado após se separar da namorada.
Mike e Ryan estão procurando enfeites de Natal para decoração quando, em uma caixa velha, encontram uma câmera de vídeo antiga com diversas fitas VHS. A câmera é motivo de brincadeira, contudo logo se percebe que foi modificada para captar imagens além do que a mera visão alcança. As fitas possuem vídeos caseiros feitos no período entre 1988 e 1992, essencialmente contendo filmagens das jovens irmãs Katie e Kristi percorrendo os eventos durante e depois de Atividade Paranormal 3.
A medida que eventos estranhos começam a acontecer na casa, especialmente com Leila, Ryan percebe que a câmera pode captar as movimentações de Toby, como a menina chama o ser que se manifesta na casa, e começa a gravar e investigar com a certeza de existe uma conexão entre os eventos atuais e os de 25 anos atrás… Esta é a Noite #1.
Inicialmente vamos colocar uma coisa bem clara por aqui, aos recém chegados, Atividade Paranormal 5 entrega alguns sustos eficientes e bem construídos, um passeio competente em uma casa assombrada. É inegável que o diretor estreante, Gregory Plotkin (até então editor da franquia), tem talento na hora dos saltos, especialmente agregado ao eficiente uso do 3D. Só que a conta não fecha, especialmente para quem já conhece a cinessérie e espera algo mais, principalmente as prometidas explicações…
Quem acompanhou a franquia até aqui sabe que Atividade Paranormal era meramente sobre uma manifestação demoníaca que com o passar dos filmes ganhou elementos de teorias de conspiração, sociedades secretas, pactos demoníacos, portais interdimensionais e até viagens no tempo. Mesmo um roteiro escrito por quatro pessoas como este não conseguiria amarrar todas as pontas, só que não somente poucas explicações são dadas como passagens importantes de produções anteriores são ignoradas e outras perguntas se somam, aumentando ainda mais as dúvidas de quem assiste (por motivos de spoilers não serão tratadas neste momento).
A ambientação lembra um pouco Atividade Paranormal 2, com a diferença de que as personagens principais e secundárias são desenvolvidas no mínimo possível, aparecendo e saindo de cena numa velocidade impressionante sem demonstrar qualquer química enquanto contracenam, especialmente os irmãos. As piadinhas entre eles soam forçadas e meramente constrangedoras.
Lapsos gritantes de lógica, mesmo em coisas simples como o fato de Ryan sequer assistir a todas as filmagens que faz (o que lhe faria reconsiderar decisões importantes tomadas no clímax), são frequentes o suficiente para irritar. Cabe dizer que, diferente de Micah e Kate no primeiro Atividade, Ryan tem muito mais informação “de bandeja” do que está acontecendo com a família e tem acesso a um equipamento que pode VER a entidade, portanto tais ações não são aceitáveis.
Ao tirar o pé do realismo, até então marca registrada da série, Dimensão Fantasma (título que não faz sentido, pois o antagonista é um Demônio, não um Fantasma) não constrói vínculos sólidos, não trata o fã com reverência e não ajuda a resolver a mitologia… Serve, portanto, tão somente para a audiência casual dar seus gritos.
Encerrou a franquia de forma bem bosta. Pior que A Hora do Pesadelo 6, o 7 não conta porque é em outra realidade além de ser tosco.
Achei fraco… Ainda que na verdade, devido aos dois anteriores, eu já estava com expectativas meio baixas.
Enquanto o ótimo primeiro filme causava uma forte sensação de medo e tensão apenas por meios sugestivos e sutis, este (assim como todos a partir do 3º) apela pros exageros visuais e auditivos, concluindo-se em apenas um filme com sustinhos através de barulhos e sombras passando na tela de repente… Acabou até ficando com uma pegada meio cômica (levar o susto e rir em seguida!).
O que valeu a pena foi justamente a exploração da trama da franquia, em especial justamente ao que ocorre após o final do terceiro filme, o que foi bem legal de se ver e matou algumas curiosidades.
Mas ainda assim, por alegadamente ser o último da franquia, achei que faltaram algumas respostas, assim como mostrar o destino de alguns personagens.
Ou seja, algumas pontas soltas… Continuarão soltas!
Depois do primeiro os outros filmes viraram carne de vaca.
Eu achei que o filme entregou todas as respostas… não fiquei decepcionado nesse quesito. Porém, o que eu não gostei foi do final já previsível, pessimista e relativamente fraco. Estava esperando algo grandioso e com algum ganho pros protagonistas, pelo menos.