4.9
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Ichi o Assassino (2001) (3)

Ichi - O Assassino
Original:Koroshiya 1/Ichi the Killer
Ano:2001•País:Japão
Direção:Takashi Miike
Roteiro:Hideo Yakamoto, Sakichi Satô
Produção:Akiko Funatsu
Elenco:Tadanobu Asano, Nao Ômori, Shin'ya Tsukamoto, Paulyn Sun, Susumu Terajima, Shun Sugata, Toru Tezuka, Yoshiki Arizono, Kiyohiko Shibukawa, Satoshi Niizuma, Suzuki Matsuo, Jun Kunimura

O que acontece quando unimos em um filme um diretor controverso e famoso por suas produções ultra-violentas e um mangá completamente doentio? É fácil achar a resposta: um filme com muita violência, que trabalha aspectos psicológicos das personagens como norteadores e formas de justificar os atos. Tudo é muito bizarro, mas você simplesmente não consegue imaginar outro destino para as personagens.

A gangue Anjo, famosa atuante da Yakuza, teve seu chefe misteriosamente desaparecido. Alguns acreditam que ele teria fugido, mas Kakihara, o grande e cruel assassino do grupo, acha que ele foi sequestrado e procura encontrá-lo a qualquer custo. Aos poucos, percebemos que a violência de Kakihara e sua obsessão pelo chefe na realidade fazem parte dos aspectos norteadores da narrativa: sadismo + trauma = violência. Uma receita simples. Kakikara é masoquista, usa sua violência toda vez que não consegue a violência que procura para si, ou, no caso, quando atingem aquele que lhe dava o maior prazer nos jogos de sadismo, seu chefe Anjo.

Ichi o Assassino (2001) (1)

Logo no início da narrativa já fica claro que Anjo está morto, e seu fiel ajudante não encontrará mais o prazer na dor que procura. Isso o deixa irritado. Precisam encontrar o culpado pela morte de Anjo a qualquer custo e executar uma vingança digna. Mas, o que eles não esperavam é que não estão lidando com qualquer assassino, estamos falando de Ichi, cruel e chorão, que agora busca eliminar toda a gangue de Anjo a pedido da Yakuza.

Ichi the Killer, assim como diversos outros filmes do incrível Takashi Miike, como Audition (1999) e, o mais recente, Yakuza Apocalipse (2015), é um filme extremamente violento e aborda um dos assuntos preferidos do diretor: a máfia japonesa. No seu terreno de atuação, Takashi fica completamente à vontade para produzir e mostrar o que é violência de verdade.

Ichi o Assassino (2001) (2)

Diferente de Audition, que a trama começa de forma mansa, semelhando-se a um drama até culminar em seu clímax feroz, Ichi the Killer já começa mostrando a que veio. Perceba que não estamos dizendo que uma trama seria melhor em relação a outra, apenas que Ichi inicia de um jeito e leva este pico de violência até o último minuto. Não é um filme para qualquer um. Existem cenas de pancadaria, tortura, assassinato, estupro e, o norteador de toda a narrativa, o terror psicológico que acompanha e define a vida de nossos protagonistas. Colocamos no plural, pois, mesmo Ichi sendo o centro da história, a presença e ação de Kakihara é tão marcante, que, muitas vezes, se sobressai.

O filme leva o nome de Ichi e tudo se desenvolve devido à sua presença. Cresceu como uma criança violenta e atormentada, que caiu nas mãos de um controlador, que por uma espécie de hipnose torna nosso anti-herói em uma máquina de matar, usando seus instintos assassinos e controle/perseguição psicológica para moldar seus alvos. Ichi é um louco e, na realidade, parece não ter consciência de suas ações ao mesmo tempo que demonstra prazer e chora logo em seguida, arrependido.

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Em contrapartida, Kakihara, e sua obsessão pela busca do prazer sádico, tem extremo controle sobre tudo. Cada movimento é pensado e, se algo sai errado, ele chuta umas bundas e fica tudo bem. Mesmo com essa áurea pesada, ele não tem tristezas ou arrependimentos. É ele que toma as decisões e controla sua vida e as do que estão ao redor. Um verdadeiro psicopata.

Podemos dizer que os únicos pontos negativos da produção seriam alguns efeitos especiais mal executados, o que é comum em algumas produções de violência extrema, que não possuem um orçamento maravilhoso. E outro ponto seria a forma da narrativa, que, às vezes, é um pouco confusa ao tentar imitar o desenrolar do mangá.

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Mas, o que fica é que Ichi the Killer se define como a tradução da violência. Procura jogar na tela o porquê da violência existir, como ela se constitui e mantém. Até que ponto os fatores externos podem definir como uma pessoa irá agir? Será que isso pode justificar atrocidades? É normal gostar da dor? Vamos assistir Ichi the Killer e refletir com Takashi Miike.

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4 Comentários

  1. O Mangá termina bem melhor, o takashi miike deixou alguns pontos soltos no roteiro.
    Porem tem algumas coisas bem legais nessa adaptação que é o Jijii (Diretor do Tetsuo) Kakihara, e o ator que interpreta o ichi.
    A coisa que menos gostei nessa adaptação são os Gêmeos que no mangá são “monstruosos” e o pq do ichi ser tão forte.

  2. Você tem algum link pra mim assistir online legendado ou dublado?? Eu não consigo encontrar legendado nem dublado eu gostaria muito de assistir

  3. Esse filme é muito violento e ao mesmo tempo divertido, estranho né? Mas acho que muitos tiveram esse sensação ao assistir-lo.

  4. De todos os filmes de Takashi Miike que eu tenho nada é mais ultra-violento do que o extremo ” Ichi – O Assassino ” , e por esse principal motivo e outros é o meu favorito do diretor , pra ele dou a nota máxima !
    ” Ichi – O Assassino ” orgulhosamente está na minha coleção !

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