Caça-Fantasmas
Original:Ghostbusters
Ano:2016•País:EUA Direção:Paul Feig Roteiro:Paul Feig, Katie Dippold Produção:Amy Pascal, Ivan Reitman Elenco:Melissa McCarthy, Kristen Wiig, Kate McKinnon, Zach Woods, Ed Begley Jr., Charles Dance, John Milhiser, Karan Soni, Bess Rous, Steve Higgins, Leslie Jones, Neil Casey, Dave Allen, Katie Dippold, Chris Hemsworth, Pat Kiernan |
Nos idos dos anos 80, quando o terror estava em sua fase adolescente, brincando com o gênero como forma de abrandar a pesada década anterior, muitos frutos do período se tornaram clássicos pela diversão descompromissada e pelo respeito ao estilo. Foi a época da “espantomania” – filmes com o título “A Hora…“, no lançamento no Brasil – e de outros sucessos como Os Garotos Perdidos, Deu a Louca nos Monstros, Gremlins, Os Goonies e, é claro, Os Caça-Fantasmas. Para a meninagem da época, filmes com a temática monstros + família, de certa forma, ajudaram a desenvolver o gosto pelo fantástico, pelo sobrenatural, mas não de uma maneira infantiloide como se dissesse para o espectador que lhe falta maturidade para algo além disso. No caso específico de Os Caça-Fantasmas, o diferencial estava nas assombrações que passeavam pela cidade, sendo enfrentadas por adultos, com personagens carismáticos e boas atuações.
Ainda que numa releitura exiba as rugas do tempo, o primeiro filme, lançado em 1984, ainda mantém algumas doses dos arrepios que fortaleceram a febre no período, com o símbolo dos caçadores servindo de estampa para inúmeros produtos. Uma continuação em 1989, desenhos animados, revistas em quadrinhos…mostravam que o quarteto era suficientemente divertido para estabelecer uma franquia de sucesso. Apesar dos elogios e conquistas, a terceira parte estava fadada a uma maldição. Por décadas, enredos e roteiros foram discutidos, mas nunca saíam do papel. Dan Aykroyd chegou a escrever um argumento para um terceiro filme, nos anos 90, mostrando um lado infernal de Nova Iorque, mas o orçamento exigido pelo ator foi considerado abusivo pela Columbia Pictures. Com a virada do milênio, surgiu um novo roteiro para a sequência, sem que alguns integrantes do elenco original expressassem interesse em fazê-lo. Bill Murray chegou a admitir em uma entrevista que nem se interessou em ler o rascunho.
Com a moda dos remakes e dos reboots, mais uma vez provando a ineficiência de Hollywood em produzir roteiros originais, um novo Caça-Fantasmas finalmente começou a ser desenvolvido. Mas, antes que chegasse aos cinemas, foi envolto em uma desnecessária polêmica sobre a mudança de gênero no protagonismo. Quatro garotas ocupavam a função que outrora pertencia a Bill Murray, Dan Aykroyd, Harold Ramis e Ernie Hudson. É claro que o elenco original estava fora da idade para voltar ao papel, e Harold Ramis faleceu em 2014. A substituição seria inevitável, mas será que a troca por mulheres teria algum efeito negativo? Claro que não. Se os papéis forem bem distribuídos e o roteiro tiver a diversão suficiente para animar o público, a mudança poderia ser vista como natural.
Não é preciso debater sexismo até mesmo porque o próprio cinema já mostrou o potencial feminino para papéis outrora ocupados por homens. A Noiva, Tenente Ripley, Lara Croft, Buffy, Nikita, Violet, Jackie Brown… A questão é saber se o novo filme poderia ocupar um papel de destaque como um bom representante da franquia; ou se trataria de uma obra oportunista, como muitos outros remakes. O resultado, infelizmente, está bem distante de uma avaliação positiva, partindo para o lado oposto ao conquistado pelos filmes originais, como foi apontado no primeiro parágrafo. E não tem nada a ver com o elenco, mas com a construção das personagens, com o humor apelativo, constrangedor e até escatológico.
A Dra. Erin Gilbert (Kristen Wiig) está seriamente preocupada com o relançamento de uma obra que escrevera com Dra. Abby Yates (Melissa McCarthy) sobre a existência de fenômenos paranormais e fantasmas. Como almeja o cargo de professora na Columbia University, ela decide tirar satisfações com ex-parceira, que ainda mantém seus estudos na área, com a ajuda da engenheira Dra. Jillian Holtzmann (Kate McKinnon). Enquanto discutem sobre o livro em algumas piadas bobas como a do EVP, elas são convocadas a investigar fenômenos estranhos numa velha morada, e a comprovação, associada à demissão de Erin, une o trio para pesquisas mais avançadas com a abertura do Departamento de Pesquisas Metafísicas, com o escritório localizado sobre um restaurante chinês.
Para auxiliar o grupo, elas contratam o secretário Kevin Beckman (Chris Hemsworth), que traz consigo inúmeras referências a sua beleza e burrice. Não conseguir atender telefone, usar óculos sem lente, tropeçar….são alguns dos momentos “cômicos” de sua personagem. Quando um fantasma assombra o metrô, sob a testemunha de Patty Tolan (Leslie Jones), as garotas encontram uma geringonça que pode estar associada à presença sobrenatural. O que elas não sabem é que o perturbado Rowan North (Neil Casey) planeja trazer o apocalipse à cidade, com o desenvolvimento de um portal para facilitar a entrada de fantasmas. Patty se une às meninas e, com a produção de armas necessárias para a prisão e captura das entidades, oficialmente nascem as Caça-Fantasmas.
Não há muito o que falar sobre os efeitos especiais. Eles até funcionam bem, como dos filmes Scooby Doo, embora o 3D seja desnecessário. E a direção de Paul Feig (As Bem-Armadas, 2013, A Espiã Que Sabia de Menos, 2015) não compromete o resultado, servindo bem para o propósito. O que realmente atrapalha é o roteiro que ele escreveu em parceria de Katie Dippold. Uma bobagem que não valoriza nem as participações especiais de Bill Murray e ainda só serve para constranger Dan Aykroyd. Salvam-se as pontas de Ernie Hudson, Annie Potts e Sigourney Weaver. E se boa parte das piadas não são engraçadas, o enredo também não ajuda nas gags mal construídas e no final mais anti-climático de toda a franquia.
Caça-Fantasmas acerta nas atuações, ainda que desenvolva estereótipos como o de Leslie Jones, e tem alguns momentos inspirados. A sequência inicial na mansão e o ataque do manequim são interessantes, assim como os bonecos gigantes que atacam a cidade, como o saudoso “homem de marshmallow“. A possessão de Abby, a máquina que aprisiona os espíritos e a participação de Andy Garcia (como o prefeito Bradley) e Ozzy Osbourne trazem as cenas mais divertidas do filme. Até a piada sobre o prefeito de Tubarão (Jaws, 1975) funciona bem. Mas, é muito pouco para o que poderia ser feito. Aproveitando a sintonia das atrizes, todas oriundas do Saturday Night Live, e a disposição do elenco original para pequenas pontas, o filme poderia ser muito mais eficiente em divertir e se conectar com os filmes originais.
Ao final, Caça-Fantasmas apenas segue a cartilha dos reboots, sendo desnecessário e descartável como a nova versão da música-tema. Uma mescla de momentos constrangedores e infantiloides, que talvez só sirva para despertar a vontade de rever os filmes antigos, quando o “terrir” realmente funcionava sem ofender a inteligência do público. Quem você vai chamar? Provavelmente, roteiristas melhores!
Eu achei até maneira a idéia de ter mulheres no filme novo, curti de verdade. Mas na boa, o filme é muito bobao e chato demais. Podiam colocar os atores originais que seria um saco mesmo assim.
Nasci na década de 80 e minha infância foi marcada pelo filme original e pelo desenho. Sinceramente, nada a ver esse novo filme. Não se trata de machismo. Caça fantasmas, mulheres, não são caça fantasmas. Assim como um “homem” maravilha não é a mulher maravilha. Há vários filmes com mulheres no papel principal. Bastava fazerem algo novo com mulheres como protagonistas. Mexer dessa forma com os caça fantasmas foi um grande erro.
Graças ao cargo Gostei muito deste novo lançamento. Eu acho que uma grande história, pois é uma nova versão de Ghostbusters merecia e tinha. A grande idéia era investir os jogadores e transformá-los em mulheres. (Deixo horários de transmissão http://br.hbomax.tv/movie/TTL603389/Cacafantasmas) a escolha do elenco é incrível. Tem bons efeitos, agora podemos ver fantasmas com maior clareza e definição. O legado pode continuar por gerações.
Isso não é um filme, é um manifesto político para agradar ao politicamente correto. Fizeram com ele o mesmo que fazem com a maioria dos filmes brasileiros que ninguém quer ver, misturaram politicagem de baixo nível e o filme ficou ruim de doer, é uma pena porque poderiam ter feito um filme muito bom de uma franquia que tem admiradores que não acaba mais.
Saudosismo, a gente vê por aqui…
Preciso defender esse filme! Antes de ir ao cinema eu assisti o filme de 1984 e gostei bastante, e quando finalmente vi esse atual, gostei mais ainda! É bastante engraçado, divertidíssimo e as atrizes são muito boas, além do 3D ser demais, vale a pena esperar pra ver a cena pós crédito.
Parabéns ao pessoal do Boca do Inferno por tentar manter um mínimo de nível nas discussões! O filme não tinha nem estreado e tinha gente detonando só porque tinha mulheres como protagonistas! Se é para criticar o filme que seja apenas baseado nos seus próprios defeitos e não guiado por uma estúpida misoginia.
É isso aí! E o episódio de hoje envolvendo o Twitter da Leslie Jones mostra que havia muito mais por trás de todo aquele hate do que a galera admite.
Tem gente odiando o filme por causa das protagonistas serem do sexo feminino. Mas em contrapartida quem tá defendendo o filme o esta fazendo por causa das protagonistas serem do sexo feminino! Oras, a qualidade do filme não está associada ao gênero dos atores. Pessoal fica com cada discussão sem pé nem cabeça. Se o filme é bom, é bom e pronto. O mesmo vale se for ruim.
Nem vou perder tempo com esse filme , ” Caça – Fantasmas ” bom é o de 1984 , sua critica foi otima, Marcelo ! e esclarecedora ,quem quiser ver o filme que veja ou não gosto de remakes mal feitos como esse outros que apareceram na tela de cinema e outros que ainda vão surgir ,pois Hollywood esta perdendo o brilho aos poucos tanto de bons roteiristas e historias interessantes ,cada vez mais o cinema esta se deteriorando com roteiros idiotas,diretores preguiçosos e atores pra lá de ruins.. decadência total.
Pelo q li a respeito em outros sites , só a Boca q n curtiu o filme !
Ou talvez outros sites não tenham coragem de dizer o que viram, para fazer média com a distribuidora! 😉
Pensei que fosse MACHISMO!
O que?
O site criticou as criticas alegando machismo,deu até impressão que estavam promovendo o filme.
Apontamos as críticas machistas, sim, mas a crítica do Marcelo não foi machista. Você pode falar mal de um filme sem ser machista 😉
Ter uma opinião não é machismo. Term uma opinião “BPN” pode ser machismo.
O que é BPN?
“Baseado em p*** nenhuma”! Ou seja, sem nem ter visto o filme.
😀
Não pretendo assistir nem por download. Não gostei da descaracterização de personagens. Quem é fã dos caça-fantasmas quer ver os personagens originais: Pity, Egon, Winston, Geleia, Janine… Porque Caça-fantasmas é anos 80. Caça-fantasmas é saudosismo, e aqui não se aplica esse sentimento…
Crítica excessivamente saudosista feita no estilo “metido a crítico” que eu odeio.
Se a veia cômica do crítico se limita a clássicos consagrados ou podreiras trash, não é problema da obra analisada propor lances novos e diferentes.
[SPOILERS]
As subversões de gênero foram pertinentes como o secretário loiro, burro, indefeso (mocinho em perigo) mas que a líder “quer comer”; quatro cientistas fodonas que assumem quando os homens do governo e uma mulher bruta, machona (a vi de relance) não dão conta do recado; um prefeito passivo e sua secretária supereficiente (“Meninas superpoderosas”); o elenco masculino original pouco cooperativo (Dan Aykroyd foi hilário, praticamente “Já enfrentei piores. Pegue outro táxi”), exceto Ernie Hudson que é negro (levantando a bola das “minorias”).
As sequências de ação são muito melhor elaboradas que os originais. O 3D e o D-Box são excepcionais durante os testes de equipamentos e no clímax com todos aqueles fantasmas.
Por fim, a relação entre Kirstin Wiig e Bill Murray se revela incrivelmente metalinguística: a pressão de fazer igual, senão melhor que os antecedentes.
O filme é o que a de melhor em cinema. Filme pipoca, sou fã dos clássicos. Não acho que nenhum pecado foi cometido nesta versão. E se não é um filme memorável, o original também não era. Portanto ao invés de nos preocuparmos com interpretações filosóficas (diabos a premissa do filme já é nonsense) podemos nos entregar a quase duas horas de divertimento, dos diálogos recheados de cultura pop a falta de noção das situações. Recomendo a qualquer pessoa a assistir e tecer sua própria opinião. Pois isto é o legal do cinema, a possibilidade de despertar diferentes reações em diferentes pessoas. Eu pelo menos ri muito, e não me considero idiota.
Fui ao cinema com grandes expectativas pois o elence tem Kristen Wiig e Melissa MCCarthy, mas o filme é bem mais ou menos, realmente se comparar com o original é uma vergonha, mas valeu a tentativa dos produtores hahaha
O filme é muito bom, cumpriu o propósito que era divertir, quem fez a crítica comeu XXXX.
Editado em respeito aos demais usuários e ao crítico.
“Quem você vai chamar? Provavelmente, roteiristas melhores!”
Boa! Hahahaha Terminou bem o texto! Essa é a segunda crítica que vejo, a primeira eu me arrependi de ter visto (foi em vídeo). A pessoa pareceu forçar alguns elogios e no final deu uma nota minguada pelo que imaginei que daria após os elogios todos, mesmo assim foi uma nota, se não me falha a memória, acima da média. Seu texto, em meio a esse mimimi todo, é muito bem vindo. Não se pode mais criticar esse filme, senão você é machista, sexista, misógino, etc.. Difícil, viu?
Não cara! Você não entendeu! Aliás, parece que a galera só entende aquilo que concorda! Leia o meu texto em defesa do filme… Não é defender ou criticar o filme que te torna machista! É criticar o filme pela mudança do sexo das personagens! Caramba! Que gente cabeça-dura!
Ainda não assisti, mas como não acho os dois filmes anteriores, nada demais, vou com baixas expectativas ao cinemas. Mas torço pra ser surpreendido positivamente.