Vende-se Esta Casa
Original:The Open House
Ano:2018•País:EUA Direção:Matt Angel, Suzanne Coote Roteiro:Matt Angel, Suzanne Coote Produção:Dan Angel, Matt Angel, Suzanne Coote Elenco:Dylan Minnette, Piercey Dalton, Patricia Bethune, Sharif Atkins, Aaron Abrams, Edward Olson, Katie Walder |
Eu realmente não sei qual o problema da Netflix com as produções de terror e mistério! Tudo que tenho a dizer é: Vende-se Esta Casa é a nova decepção que cria um suspense maior que sua narrativa.
A trama segue a família Wallace, onde após a morte do pai em um trágico acidente, Logan (Dylan Minnette) e sua mãe, Naomi (Piercey Dalton), se veem em péssimas condições financeiras tendo que morar de favor numa casa nas montanhas. A residência, obviamente, fica distante de tudo e todos e, para completar, está à venda e abre para visitas todos os domingos, fazendo com que nossos protagonistas tenham que deixar o espaço nesse período. A partir de uma dessas visitas eles começam a sentir uma presença no espaço e coisas estranhas acontecem. Até aí tudo bem, parece ser uma premissa interessante e prato cheio para um suspense, certo? Mas não.
Os problemas começam com a premissa do filme. Ok, a família desestruturada que passou por um grande trauma e se muda. Mas era preciso toda esse drama para o desenvolver da história? Não. Poderia ser qualquer família numa casa afastada! O início da história não é relevante em nenhum momento para seu desenrolar, tornando todo o primeiro ato genérico e vazio.
Outro grande problema deste filme é que ele tenta criar situações de suspense em todos os momentos possíveis fazendo com que a narrativa se esvazie ainda mais. A pessoa acorda: suspense; vai colocar a lente de contato: suspense; vai correr: suspense; vai ouvir uma música: suspense. Eu não acho problemático quando um filme cria uma aura misteriosa muito grande e um clima que tenta pegar o espectador de início, fazendo com que se prenda à produção querendo descobrir o desenrolar da trama, para mim isso, na maioria das vezes, caracteriza um bom filme, mesmo que o final seja um pouco frustrante (como aconteceu com A Autópsia (2016)). A questão aqui é que situações banais são levadas como muito importantes para a trama quando na realidade não fazem a menor diferença. Por exemplo, é criada toda uma narrativa sobre o fato do protagonista querer competir em atletismo, bem como o fato de ele não enxergar muito bem e precisar de lentes de contato. Mas no final, nada disso faz muita diferença para a trama. Então por que criar um clima ao redor desses fatores? Porque os diretores/roteiristas são ruins.
Além disso, a relação entre mãe e filho é muito forçada. Não convence em nenhum momento como uma família real e não gera empatia. São personagens rasos e vazios. Você não consegue acreditar na relação dos dois e nem na situação em que se encontram. Eles estão mal de grana e morando de favor, mas em nenhum momento fazem algo para sair dessa situação, procurando emprego ou coisa do gênero. Eles ficam ali se lamentando. O final, a descoberta de quem ou o que está na casa, não me frustrou tanto. A identidade pode não ser claramente revelada, deixando mais um dos milhões de mistérios no ar, mas você consegue entender o que aconteceu – o objetivo é simples, na realidade. O grande pecado do filme não é o final, que poderia ser melhor, mas a gente releva. O problema maior é o desenrolar da trama, que é cheio de suspenses entediantes, que não dizem nada.
Resumindo, Vende-se Esta Casa foi mais uma aposta errada na Netflix no universo do horror. É uma narrativa cheia de suspenses vazios que não valem nem como distração.
Não gosto de escrever isso, mas que filme ruim! Se alguém entendeu esse filme, por favor me explique porque não percebi nenhuma ligação entre as cenas, os personagens e o fim do filme. SPOILERS: a vizinha Marta tinha alguma coisa com o psicopata ou tava sobrando no filme? Quem era o psicopata? Ele atacava só casas a venda? Nada a ver com aquela especifica? Me desculpem, mas é porque não pretendo ver esse filme novamente.