O Mistério do Relógio na Parede
Original:The House with a Clock in its Walls
Ano:2018•País:EUA, Canadá, Índia Direção:Eli Roth Roteiro:Eric Kripke, John Bellairs (livro) Produção:Bradley J, Fischer, Eric Kripke, James Vanderbilt Elenco:Jack Black, Cate Blanchett, Owen Vaccaro, Kyle MacLachlan, Renée Elise Goldsberry, Colleen Camp, Sunny Suljic, Lorenza Izzo, Braxton Bjerken, Vanessa Anne Williams, Ricky Muse, Charles Green, De’Jon Watts, Aaron Beelner, Christian Calloway, Caleb Lawrence, Joshua Phillips, Dylan Gage Moore, Jalyn Hall, Eli Roth. |
Eli Roth, cineasta que surgiu no cinema (devidamente apadrinhado, vale lembrar) renovando o horror com obras singulares (e boas) como Cabana do Inferno (2002) e posteriormente a série O Albergue (2005), vem na nova década tentando se reinventar como um diretor multifacetado, ainda que após ter abandonado o gênero, jamais tenha conseguido realizar algo memorável. Desejo de Matar, dispensável remake lançado neste ano, já havia mostrado uma mudança de tom, ainda que seja possível notar elementos característicos de Roth como a tortura e o gore. Porém, surpresa mesmo é ver que Roth estreou também neste ano uma fantasia infantil “para toda a família” com o selo Universal e Amblin Entertainment, a produtora de Spielberg.
Baseado no romance clássico de John Bellairs de 1973, o roteiro de Eric Kripke (da série Sobrenatural) segue, sem maiores delongas, o jovem garoto Lewis (Vaccaro), que após perder os pais recentemente num acidente de carro, viaja sozinho para New Zebedee, onde vai morar num casarão sob tutela do tio Jonathan Barnavelt (Black) e companhia de Florence Zimmeman (Blanchett), que nos é apresentada como vizinha e melhor amiga de Barnavelt. A casa, de decoração excêntrica e repleta de relógios nas paredes (direção de arte do sempre competente e detalhista Jon Hutman) ainda tem fama de assombrada na vizinhança, o que não ajuda o fato de Lewis ser um garoto tímido e peculiar que não se encontra na nova escola, sofrendo com a recorrente exclusão. Na nova casa Lewis pode comer biscoitos à vontade, não há horários para nada, ele pode dormir a hora em que quiser, com a ressalva de um compartimento secreto que nunca deverá ser aberto, o que é óbvio, acontece oportunamente na história. Além disso, não é escondido do público logo no início da projeção que a casa – de fato – é, no mínimo, esquisita, com seus pianos que tocam sozinhos e pinturas que se movem.
O “mistério” é facilmente identificável pelo público, inclusive fazendo com que o filme perca ritmo progressivamente em sua narrativa. De trama genérica, afastando quase que totalmente o horror da obra original, igualando-se assim a dezenas de exemplares voltados ao mesmo público que este longa almeja atingir, o longa tem, no entanto, seus momentos inspirados, como o bom elenco, ainda que Jack Black aqui esteja no piloto automático com suas caras e bocas; a tipologia dos créditos iniciais e a paleta de cores que nos transportam diretamente ao universo das fábulas infantis (há até mesmo no longa a menção aos Irmãos Grimm) e a mensagem do roteiro, que acaba fazendo o longa valer a pena, de que não devemos tentar nos amoldar a padrões, ainda que sejamos, por natureza, esquisitos.
Eu vi no cinema esse filme sem muitas pretensões, mas gostei. Não tem lnada de terror, e também nada daqueles ” é filme pra criança”. Apenas me lembrou alguns bons filmes de aventura e fantasia de anooooooooooooos atrás.