3.6
(7)

A Morte Convida para Dançar
Original:Prom Night
Ano:2008•País:EUA
Direção:Nelson McCormick
Roteiro:J.S. Cardone
Produção:Neal H. Moritz
Elenco:Brittany Snow, Scott Porter, Jessica Stroup, Dana Davis, Collins Pennie, Kelly Blatz, James Ransone, Brianne Davis, Kellan Lutz, Mary Mara, Ming-Na, Johnathon Schaech, Idris Elba, Jessalyn Gilsig, Linden Ashby, Jana Kramer, Rachel Specter, Valeri Ross, Lori Heuring,Jay Phillips, Nicholas James

Ao dizer que um filme é medíocre e sofrível, pode parecer que estou sendo pejorativo em minha classificação. No entanto, quando esta opinião recai sobre A Morte Convida para Dançar, remake do slasher oitentista homônimo estrelado pela fantástica Jamie Lee Curtis, pode-se considerar como um elogio.

Principalmente porque entre as refilmagens que, tais como Prom Night, vem estreando em DVD no Brasil, este é o que menos perde campo para o material original, afinal as versões estadunidenses de O Olho do Mal, Imagens do Além e Uma Chamada Perdida (para não dizer Dia da Mentira, Quando um Estranho Chama e Natal Negro) foram lançadas quase ao mesmo tempo e nenhuma delas possui elementos suficientes para serem comparadas com suas respectivas versões originais que já eram boas, para dizer o mínimo. Então o que dizer de um remake quando o material original é igualmente razoável? Podemos considerar este veredito como um elogio.

Brittany Snow

Agora, só porque ambos os filmes são “sofríveis e medíocres” não significa que sejam baseados no mesmo roteiro, pois é fato confirmado pelo próprio diretor que A Morte Convida para Dançar só possui o nome em comum com sua contraparte canadense dos anos 80; poderiam até aproveitar e trocar o título por algo idiota como “Baile de Formatura Sangrento“.

Desta forma vamos pular a parte onde fazemos aquele “choque de gerações” e partir direto para a análise do slasherarroz com feijão“, que custou 20 milhões de dólares e foi dirigido por Nelson McCormick (profissional mais acostumado com seriados de TV e que depois fez a refilmagem de O Padrasto), que serve apenas para fazer nossos amiguinhos leitores de 10 a 14 anos pular nas cadeiras!

Na história escrita por J.S. Cardone (O Pacto, Vampiros do Deserto), a escola de Bridgeport High está em clima de festa: é o baile dos formandos que está chegando com a expectativa de ser uma das maiores festas desde a fundação da escola. É uma época de conflitos adolescentes, um tempo de pensar na faculdade e, principalmente para Donna Keppel (Brittany Snow, de Would you Rather?, 2012), é a chance de colocar uma pá de cal no passado violento e voltar-se para o futuro.

Num passado não muito distante (há três anos, mais especificamente), Donna foi o alvo da obsessão do professor Richard Fenton (Johnathon Schaech, de A Casa Maligna, 2015), uma perseguição que culminou no assassinato de toda sua família. Fenton foi preso e condenado à prisão perpétua numa cadeia de segurança máxima, mas nunca esqueceu a jovem que hoje mora com os tios Karen (Jessalyn Gilsig) e Jack Turner (Linden Ashby, de Anaconda 4, 2009) e sofre com pesadelos e precisa frequentar o consultório de terapia.

A expectativa para o baile é imensa e Donna se prepara para a grande noite com as amigas Lisa Hines (Dana Davis) e Claire (Jessica Stroup, O Retorno dos Malditos, 2007) e seus respectivos namorados, Bobby (Scott Porter), Ronnie Heflin (Collins Pennie) e Michael (Kelly Blatz, da série Fear the Walking Dead).

Dinheiro não parece ser o problema, já que os jovens alugam uma baita limusine para os levarem ao hotel onde irá acontecer a festa e onde Lisa e a patricinha organizadora do evento, Crissy Lynn (Brianne Davis), irão madurecer uma rixa pessoal – que pouco tem a ver com a trama principal – sobre quem será a rainha do baile.

Tudo corre conforme o planejado, a festa está linda e os convidados parecem animados na pista de dança. Obviamente tudo vai começar a desabar e a ficar mais sinistro quando se descobre que o temido Fenton fugiu da cadeia três dias antes e irá direto procurar Donna, hospedando-se no hotel e matando a todos os que se interporem no seu caminho. Do lado da lei, o mesmo policial que prendeu o professor pela primeira vez, o detetive Winn (Idris Elba, Extermínio 2 e A Torre Negra, 2017) e seu parceiro Nash (James Ransone) ficam encarregados de descobrir seu paradeiro. A noite está apenas começando.

Com uma descrição desta não há muito que comentar. O filme é submerso em situações comuns nas produções do mesmo segmento: através de diálogos fúteis e melosos as vítimas têm um cartaz escrito “mate-me, sou idiota” em volta do pescoço, pois todos têm alguma razão para subir nos quartos sozinhos e quando não descem mais (por estarem mortos) pouca gente dá por falta.

Aliás, se houvesse uma categoria no Oscar para “o susto fácil mais gratuito“, A Morte Convida para Dançar levaria o troféu de lavada na cena em que Brittany Snow está andando de costas no quarto do hotel e esbarra em um abajur com o diretor fazendo questão de erguer a música e tudo mais – é tão ridículo que me fez rir.

Ainda assim McCormick, com a importante ajuda do competente diretor de fotografia Checco Varese, consegue algumas boas tomadas climáticas, como na cena de perseguição de Lisa num lugar sujo dentro do hotel. Contudo com um roteiro tão previsível não é possível alimentar algum sentimento de suspense ou de correspondência com o grupo de vitimas em potencial. Além disto o vilão, protagonizado por Johnathon Schaech, nunca é efetivamente ameaçador.

Como a produção foi lançada nos cinemas dos Estados Unidos com classificação PG-13 (leia-se, “molecada presente na sala“), não há nudez, os assassinatos não são sangrentos e não há nada de mais gráfico do que um pernilongo sendo esmagado (a desculpa do produtor executivo Marc Forby é fantástica: “A imaginação vai muito além do que é mostrado na tela“). Pelo menos a versão nacional lançada em DVD pela Sony é a equivalente versão “Unrated” dos Estados Unidos, com um minuto a mais de sangue espirrando.

Apesar de possuir um roteiro tão banal, o elenco consegue ser um pouco mais esforçado do que os “suspeitos habituais” que tem apenas um rostinho bonito para colocar na tela. E o destaque vai para Brittany Snow, que interpreta uma protagonista com dignidade, demonstrando porque a atriz é sempre procurada no mainstream. Todavia se o restante não acompanha o talento de Brittany, ao menos eles parecem estar se divertindo com as filmagens!

E palmas para a Sony que jogou nas prateleiras das terras tupiniquins um disco repleto de extras, praticamente todos os disponíveis no DVD dos Estados Unidos: comentários em áudio dos realizadores, cenas excluídas e final alternativo com comentários opcionais, erros de filmagem, making of e muito mais. Bola fora por nem tudo estar devidamente legendado, porém já é um excelente negócio.

Concluindo, o filme é basicamente uma redundância, volta aos clichês básicos dos slashers oitentistas que ainda são condensados com os rostos bonitos da geração Pânico, sem sanguinolência, suspense ou um roteiro surpreendente. Mas isto tem um lado bom, pois McCormick aparentemente não quis realizar uma produção para os fãs como público alvo, ou seja, caso você tenha um filho ou um irmão pré-adolescente em idade escolar e que morre de medo de sequer assistir a qualquer coisa no streaming, mostre para ele, pois este é seu filme perfeito.

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Média da classificação 3.6 / 5. Número de votos: 7

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4 Comentários

  1. Eu vi o original desse filme, e sinceramente, eu sempre ouvi falar dele por aí na Internet ( O Original ) , e quando fui ver, sinceramente achei horrível. Eu praticamente “rezava” para acabar. Kkkkkkkkk. E ainda fizeram esse remake dele, que pasmem, ficou melhor do que o original. Nem Jamie Lee Curtis salvou esse filme ( o primeiro ).

  2. Fui ver com as expectativas lá em baixo e no final acabei até gostando desse remake, destaque pra moçinha protagonista que além de carismática é linda também. Gostei dos personagens coadjuvantes do filme como o Idris Elba e a melhor amiga da protagonista. O que eu detestei no filme é o fato do filme ser um maldito PG-13, filme slasher PG-13 é de doer.

  3. Esse remake eu confesso não ter visto. Porém o original, com a Jamie Lee Curtis eu vi. O filme não é um filme de terror até tarde, tem uma cena de dança no baile de formatura que é de dar inveja no grande Travolta e, além de tudo, tem uns personagens muito engraçados que eu não sei se caberiam no século de agora, como aquele fumante valentão que fica de preto arranjando briga, fico curioso pra saber como adaptariam ele pra hoje em dia. Hahahahaha

    1. O filme em questão passava muito no SBT deram o nome baile de formatura vi no YouTube parece mais uma discoteca de formatura muito datado e lerdo e chato

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