Freaky - No Corpo de um Assassino
Original:Freaky
Ano:2020•País:EUA Direção:Christopher Landon Roteiro:Christopher Landon, Michael Kennedy Produção:Jason Blum, Adam Hendricks Elenco:Vince Vaughn, Kathryn Newton, Celeste O'Connor, Misha Osherovich, Emily Holder, Nicholas Stargel, Kelly Lamor Wilson, Dana Drori, Mitchell Hoog, Katie Finneran, Dustin Lewis |
Christopher Landon é a provável mina de ouro da Blumhouse. A produtora que, desde 2009, tem influenciado o gênero com muitas franquias de sucesso como Atividade Paranormal, A Entidade, Uma Noite de Crime e Sobrenatural já andava sem fôlego. O bom trato dado a nova trilogia de Michael Myers poderia ser uma aposta isolada, se o diretor de Atividade Paranormal: Marcados pelo Mal (2014) e Como Sobreviver a Um Ataque Zumbi (2015) não tivesse concebido o divertido A Morte te dá Parabéns, em 2017. A fórmula já estava pronta: jovens envolvidos em um mistério, com elementos de slasher e ficção científica, resgatando sucessos dos anos 80 e 90, como Meia Noite e Um e Feitiço do Tempo (pelo loop temporal) e a franquia Pânico (pelas referências). Dois anos depois, o segundo filme foi lançado, sem necessariamente copiar o primeiro, apresentando ainda mais complicações – universos paralelos, personagens que encontram a si mesmo – para o dia conturbado de Tree (Jessica Rothe). Quando já se esperava um terceiro capítulo, o que poderia resultar em um desgaste da proposta, Landon apresentou Freaky.
Desta vez, seria o terror se associando a outro subgênero, o das trocas de corpos – como já bem anunciou o desnecessário subtítulo nacional. Comum entre as comédias – quem não se lembra de Quero ser Grande (1988), De Repente 30 (2004), Eu Queria ter a tua Vida (2011) e o nacional Se eu Fosse Você (2006 e 2009)? -, Freaky pretendia se associar aos slashers, mais uma vez trazendo um punhado de referências. Provavelmente a principal delas seja com o filme Se eu fosse Minha Mãe (1976) e com o remake Sexta-Feira Muito Louca (Freaky Friday, 2003), com Jamie Lee Curtis e Lindsay Lohan, seja no próprio título ou no fato dos acontecimentos também se passarem numa sexta-feira. Ambas as produções são inspiradas no livro Freaky Friday, de Mary Rodgers, lançado em 1972.
Com rumores de que a Blumhouse poderia estar desenvolvendo um reboot de Pânico, já que se sabia que Landon estaria filmando um slasher, com um assassino atormentando uma pequena cidade, Freaky despontou como uma interessante surpresa em um ano de poucas boas estreias nos cinemas, devido à pandemia. Escrito por Landon e Michael Kennedy, o longa começa em um cenário ao estilo Sexta-Feira 13, mas é uma quarta, dia 11: quatro jovens falam sobre sexo e a respeito das lendas que envolvem um antigo assassino conhecido como O Açougueiro de Blissfield, que sempre atacou no Baile de Boas-Vindas. Eis que o próprio aparece no local para exterminá-los de maneira criativa e bastante violenta, com uma máscara ao estilo Jason Voorhees. Repetindo clichês de adolescentes burros dos slashers, como a jovem que consegue achar um bom esconderijo, mas decide sair de lá apenas para ser empalada na parede, como fez Michael Myers em Halloween (1978), a sequência lembra Pânico, de Wes Craven, pela chegada dos pais, quase salvando-a, apenas para encontrem-na já morta. Antes do assassino ir embora, ele rouba uma adaga chamada La Dola, e que teria influência nos acontecimentos do dia seguinte.
Na quinta-feira, dia 12, a protagonista Millie (Kathryn Newton, da série Supernatural) desperta para mais um dia escolar, desligando o despertador como Tree em A Morte te dá Parabéns. Ela vive com a mãe (Katie Finneran) e a irmã policial Charlene (Dana Drori), evidenciando no café da manhã um aparente distanciamento devido a acontecimentos de um passado trágico. Na escola, a garota tem apenas a amizade de Josh (Misha Osherovich) e Nyla (Celeste O’Connor), enquanto sofre bullying das veteranas, do professor (Alan Ruck, do clássico da Sessão da Tarde Curtindo a Vida Adoidado, 1985) e dos rapazes por ser o mascote do time de futebol americano. À noite, esquecida pela mãe embriagada, ela é atacada pelo Açougueiro, e tem o ombro ferido pela adaga, que, ao ser erguida, conduz os dois a um antigo ritual asteca, em um altar no alto de uma pirâmide, com a lua coberta por nuvens, antes da chegada de Charlene para salvá-la.
É sexta-feira 13. O Açougueiro acorda no corpo de Millie, em um quarto adolescente com pôster do Panic at the Disco e de A Escolha Perfeita 2 (2015), e precisa conter sua vontade de já assassinar a família no café da manhã, enquanto a garota (Vince Vaughn) desperta em um galpão sinistro, imundo, com animais empalados e manequins grotescos, e tem que conviver com a perspectiva de que é um rosto procurado pela polícia. Os dois vão à escola, com objetivos distintos: convencer os amigos de que não é o assassino, encontrar a adaga e descobrir o que precisa ser feito; e o Açougueiro pretende saciar sua vontade de matar e impedir que a jovem descubra um jeito de reverter o processo.
Como se espera de uma comédia de troca de corpos, a trama promove muitos conflitos e confusões, além da necessidade de ótimas interpretações do elenco principal. Vaughn se destaca de maneira hilária, em gags físicas e explorando sua desajeitada altura; e Kathryn Newton traça bem a mudança de sua personalidade, com as roupas, a postura e o olhar. Mesmo com a troca, Freaky continua com mortes sangrentas, mantendo sua raiz slasher e os clichês evidentes mesmo com o humor se sobressaindo na maior parte do tempo. Como pontos negativos, há a obviedade do roteiro, que permite antecipar muitos acontecimentos, e uma cena longa e desnecessária que acontece no vestuário de um loja de roupas, entre a mãe e Millie no corpo do Açougueiro.
Com as boas críticas conquistadas, não será estranho se Landon resolver apresentar uma continuação. O próprio já disse que poderia muito bem ser realizado um crossover entre Freaky e A Morte te dá Parabéns, com o título “Freaky Death Day“, o que mostra o interesse da Blumhouse em continuar apostando em comédias de terror. Tendo em vista o que a produtora tem feito com o gênero em filmes sérios – como os pavorosos Mau Olhado e Natal Sangrento -, talvez esse seja realmente o melhor caminho.
Gostei, não é uma obra prima, mas diverte no que promete. E V. Vaughn tá hilário como sempre.
Esse filme é uma bosta
Totalmente cheio de clichê, um roteiro sem vergonha, cheio de personagem esteriótipado, e um humor horrível, alguns personagens irritante o que salva o filme é o Vince Vaughn, nem Noé carregou tanto animal como Vaughn,
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