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Servant - 2ª Temporada
Original:Servant - Season 2
Ano:2021•País:EUA
Direção:Nimród Antal, M. Night Shyamalan, Lisa Brühlmann, Julia Ducournau, Isabella Eklöf, Ishana Shyamalan
Roteiro:Tony Basgallop, Nina Braddock, Ishana Shyamalan,
Produção:Larissa Michel, Tony Basgallop, Todd Black, Steve Tisch
Elenco:Lauren Ambrose, Toby Kebbell, Nell Tiger Free, Rupert Grint, Mason Belford, Phillip James Brannon, Molly Griggs, Tony Revolori, Jerrika Hinton, Todd Waring, S.J. Son, Alison Elliott, Boris McGiver, Barbara Sukowa

O final da primeira temporada de Servant deixou uma incógnita sobre que caminhos seriam traçados a partir de então. Parecia que o enredo não tinha como continuar depois do episódio final com a revelação de que a tia May é na verdade May Markham (Alison Elliott), líder de um culto religioso chamado Igreja dos Santos Menores, supostamente morta em um incêndio, e com a fuga de Leanne (Nell Tiger Free) com Jericho para encontro dos demais membros da seita. Sem a criança, sem a babá, o que seria dos pais, o chef de cozinha Sean (Toby Kebbell) e sua esposa Dorothy (Lauren Ambrose)? É claro que muitas perguntas ainda precisavam de respostas, mas será que existia uma narrativa suficientemente interessante para dar continuidade aos acontecimentos?

Felizmente, sim. Estreou nos EUA em 15 de janeiro o episódio Doll, com direção de Julia Ducournau, permitindo que a linha narrativa dessa segunda temporada já começasse a ser compreendida. Depois de encontrar um boneco no lugar de Jericho e perceber que não é seu filho, Dorothy resolve chamar a polícia, para desespero de seu marido Sean e seu irmão Julian (Rupert Grint), pois teriam que esconder os vestígios do batismo pois a polícia sabia da morte do bebê, abandonado no carro. A oficial presente, Reyes (Victoria Cartagena), aceita ainda manter o segredo sobre o passado, mas não acredita muito na história de um culto religioso e da sobrevida de May. E ainda Sean encontra a Biblia de Leanne com marcação do nome dele no trecho “prova da hanseníase”, o que pode justifica a sua atual condição, sem o olfato, o paladar e o tato.

Assim, Dorothy decide realizar buscas na região, colando cartazes e até anunciando no telejornal 8 News, ao qual é âncora, para que alguém lhe traga informações. Julian até tenta enganá-la com um sapatinho do boneco e uma mensagem de indicação de sequestro, mas é algo que não a impede de insistir na caçada a Leanne, como se nota no segundo episódio, Spaceman, também comandado por Ducournau. Nele, reaparece o detetive Roscoe (Phillip James Brannon), que havia sumido no final da temporada, dando indícios que pudesse ter sido atacado. Ao ser hipnotizado por Natalie (Jerrika Hinton), ele revela algo perturbador envolvendo um homem com um gancho no lugar da mão, mas não diz porque foi libertado pelo culto.

Algo curioso que se intensifica nessa temporada é a rachadura e o encanamento do porão, onde fica a adega. Aos poucos, o lugar começa a se deteriorar como as perspectivas do canal protagonista, porém também esconde um propósito ainda mais aterrorizante. Também são mostrados flashbacks do período de gravidez de Dorothy, para que o público consiga entender a situação ao qual foi acometida e a fizera crer que o boneco seria realmente seu filho. No terceiro episódio, Pizza, dirigido por Ishana Shyamalan, filha de M. Night Shyamalan, em sua estreia na direção, o paradeiro de Leanne é identificado, trabalhando em uma mansão para cuidar de várias crianças. Para chegar até ela, os Turners criam uma falsa empresa de pizzaria e fazem entregas na vizinhança onde estaria a garota, até chegar o esperado pedido de vinte pizzas.

Eles fazem as encomendas e mandam para lá o simpático Tobe (Tony Revolori), que não apenas a encontra como também a traz para casa devido a um ingrediente sonífero. Com a garota mantida em cativeiro no sótão, Dorothy tenta convencê-la de maneira bruta a dizer onde estaria Jericho, com intensidade no excelente episódio 2:00, dirigido por M. Night Shyamalan, um dos mais aterrorizantes da série. O título faz alusão ao horário em que ela agride Leanne para que ela conte o que sabe, sem que entenda porque está agindo assim, sempre às duas horas da manhã, evitando que outras pessoas a encontrem. Diferente faz Sean, que ainda ficando trazendo suas refeições especiais para que ela prove, uma vez que não consegue distinguir o gosto.

Sua condição normal retorna, embora sua mão, ferida pela queimadura, ainda fique dolorosa, com bolhas e com a pele se soltando. Tomada pela insanidade, depois explicada em flashback, Dorothy chega ao ponto de enterrar Leanne viva no porão. Em Cake, de Lisa Brühlmann, os Turners vão em uma missão de encontro ao tio George (Boris McGiver) com um valor de resgate adquirido com a venda de coisas pessoais, enquanto Leanne faz um bolo seguindo as tradições que envolvem o encontro de um boneco em um pedaço. Embora curioso, é o episódio mais fraco da temporada, mas traz a volta do tio à casa, em busca de Leanne. Dorothy acredita que possa trocá-la por Jericho, mas o tio tem outras pretensões, como se revela no episódio Espresso, de Isabella Eklöf. É nele que o destino da casa onde Leanne trabalhava é revelado na cena final.

O sétimo episódio, Marino, de Nimród Antal, mostra os Turner tendo que esconder George da oficial Reyes, remetendo ao filme Um Morto Muito Louco. A família recebe uma fita de vídeo Betamax, que trará explicações sobre o destino provável de Leanne no episódio de chegada da estranha Josephine (Barbara Sukowa), no episódio homônimo e que encerra a temporada, também sob o comando de Ishana Shyamalan. Até lá haverá o interessante episódio da véspera de Natal, com a presença de familiares, quando Julian sofre uma overdose de cocaína e é dado temporariamente como morto. Nesse final de temporada vale menção o processo de purificação apresentado no VHS para que Leanne aceite sua condição de membro do culto.

Diferente de muitas opiniões contrárias, essa segunda temporada é muito mais dinâmica e divertida que a primeira. Lauren Ambrose se sobressai de maneira absoluta na expressividade de sua personagem, o que chega a estranhar se essa atuação não lhe trouxer indicações a prêmios. Além disso, a série não está tão sonolenta como na primeira, apresentando mudanças narrativas, diálogos inteligentes e engraçados, muitos deles proferidos por Julian, um dos melhores personagens da série. Até mesmo Sean, que irritava com suas constantes receitas que apenas serviam de metáfora para os acontecimentos, adquire uma importância ainda maior nessa temporada.

Com boas explicações mas também suscitando novos questionamentos – um dos mais intrigantes, mas que passaram batido é o que envolve um ritual de ressurreição, o que pode indicar que Jericho possa ser realmente o filho dos Turners -, Servant se mostra eficiente como série de terror, com elementos religiosos, e mistério. Sem repetir a fórmula e ainda trazendo novidades constantes, a série se encerra de maneira ainda mais intrigante nas ações de uma mutável Leanne. Desta vez, é até possível entender como a série irá se conduzir na próxima temporada, e que promete ser ainda mais intensa que a segunda.

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1 comentário

  1. Descobri essa serie pelas resenhas do Boca do inferno e admito que foi um verdadeiro achado. Maratonei a serie bem rápido! uma das melhores e mais intrigantes já feitas na minha opinião.

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