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Banda:Double Cross
Ano:2020•País:Brasil
Álbum:Obey Thy Master
Estilo:Metal
Selo:Independente

Há quem diga que o heavy metal ficou saturado com o passar do tempo porque todos os elementos possíveis para a composição de músicas nesse estilo cinquentenário já foram usados exaustivamente por milhares de bandas em todo o mundo, e por isso seria impossível lançar um material digno de se tornar um grande clássico, mas sabemos que isso não é verdade. E para colocar mais uma pedra em cima dessa grande falácia, temos aqui um ótimo exemplo contemporâneo que a contradiz de forma gloriosa.

O Double Cross é um trio de Hellorizonte formado por Alex na guitarra e vocal, Gus na bateria e Thiago no baixo. No ano passado os três gravaram o EP Obey Thy Master, com quatro faixas de um metal feio, sujo, canastrão e infernal, indispensável para os fãs de Motorhead, Celtic Frost, Venom  e Hellhammer. De acordo com a definição da própria banda em uma postagem no Facebook, o som é liricamente Black Metal e instrumentalmente Punk / Rock’n’Roll / Heavy Metal tradicional. E o melhor de tudo é que o resultado da gravação apresenta um conteúdo classudo com todas essas características.

A capa do EP representa bem o contexto de ser liricamente Black Metal. O capetão trevoso selvagem da motocicleta com linguão de fora exala perversão, crueldade e horripilância, como se gritasse o trecho “I don’t care” do refrão de Paganizer (terceira faixa do EP) enquanto acelera sua harley from hell. Essa imagem demoníaca em preto e branco alinhada ao logo vermelho remete à identidade visual dos clássicos do metal extremo oitentista como Possessed, Beherit e Hellhammer. Se essa capa tivesse um cheiro, certamente seria de enxofre.

No final do ano passado publicamos aqui uma lista com os 10 melhores discos lançados em 2020 e o maldito Obey Thy Master marcou presença na seleção, merecidamente. O EP de estreia do Double Cross traz composições criativas, que foram muito bem executadas na gravação, e apresentadas em uma produção impecável. Com essa receita mágica fica difícil não lembrar desse disco em uma seleção dos melhores do ano.

O clima avassalador já fica claro nos primeiros acordes da primeira faixa do EP, a eletrizante Dying Sun, que começa com um riff demolidor no melhor estilo locomotiva infernal desgovernada. Na sequência, The Assassin, que traz velocidade em uma pegada a la Ausgebombt do Sodom, com direito a um “uh” estilo Tom Warrior. A terceira faixa, que dá título ao EP, é uma convocação para o exército do mal e ganhou um clipe na Goblin TV (link abaixo). Finalizando Obey Thy Master, o hino Paganizer, um grande clássico do metal contemporâneo que merece ser escutado à exaustão pelos seguidores da música popular demoníaca.

Não é exagero dizer que Obey Thy Master é um ótimo disco do começo ao fim, e que mantém a qualidade, energia e potência de cabo a rabo (nesse caso, o rabo vem acompanhado de um chifre e um tridente). O único ponto baixo dos 13 minutos desse EP é quando ele acaba depois de apenas quatro faixas. Particularmente, quando conheci esse disco foram quatro audições “sem tirar” e com certeza muitos infernautas farão o mesmo. Que venha o próximo disco do grande Double Cross.

Facebook: https://www.facebook.com/doublecrossbr
Bandcamp: https://doublecrossbr.bandcamp.com
Instagram: https://www.instagram.com/doublecrossbr

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