Condado Maldito: Bruxas e Assombrações – Vol. 1 (2020)

4.8
(5)
Condado Maldito: Bruxas e Assombrações
Original:Harrow County: Countless Haints
Ano:2020•País:EUA
Páginas:160• Autor:Cullen Bunn, Tyler Crook•Editora: DarkSide Books

Conhecido por seus trabalhos em Uncanny X-Men, Deadpool e inúmeros outros títulos da Marvel Comics e também da DC Comics, Cullen Bunn iniciou sua carreira escrevendo quadrinhos de horror/noir. The Damned, publicado em 2007, foi sua primeira colaboração com Brian Hurtt, que acabou se mostrando duradoura. De 2010 a 2016 trabalharam juntos na premiada The Sixth Gun. Mesmo assinando revistas de heróis, Bunn nunca deixou de lado seu amor pelo horror, acumulando uma extensa lista de títulos de hqs ao longo dos anos.

Quando Condado Maldito foi anunciado, os fãs ficaram em polvorosa, limpando os estoques assim que foi lançada, rendendo para o autor duas premiações no Ghastly Awards de 2016.

O pequeno e pacato condado de Harrow esconde um terrível segredo. Dezoito anos atrás sentenciaram Hester, uma mulher conhecida por ser curandeira, à morte sob acusação de bruxaria após presenciarem os horrores cometidos por ela. Hester foi enforcada, cortada e queimada até enfim sucumbir, mas não sem antes prometer vingança por aquele dia.

Já nos tempos atuais conhecemos Emmy, uma garota simples que mora na fazenda junto de seu pai e que começou a ter estranhos pesadelos envolvendo a árvore que ficava na propriedade. Outras coisas incomuns estavam começando a acontecer, como animais da fazenda nascendo mortos, justamente a poucos dias de Emmy completar dezoito anos.

Em um de seus passeios pela floresta, a jovem encontra um garoto assustado correndo e começa a segui-lo para tentar ajudar. Quando enfim alcança a criança, só encontra sua pele. E esse é apenas o início de uma série de bizarrices que começam a acontecer com Emmy, que em breve precisará enfrentar um assustador destino.

O primeiro volume de Condado Maldito é uma introdução à história de Emmy e o macabro passado de Harrow, apresentando os personagens e nos dando contexto do ocorrido, mas apenas o suficiente, deixando aquele mistério necessário para atiçar a curiosidade do que vem a seguir.

Apesar de introdutório, o horror não é deixado de lado. A todo momento temos cenas tensas e perturbadoras, como Emmy sentindo-se constantemente observada e até mesmo julgada pelos cidadãos sem saber o motivo.  A mudança de tratamento é retratada de forma óbvia, sem sutilezas, feita para sentirmos o mesmo desconforto que Emmy sentiu ao perceber olhares tortos e odiosos, sussurros por onde passava, como se fosse uma terrível praga que precisa ser exterminada imediatamente. E nem só de terror psicológico vive o primeiro volume de Condado Maldito. A aparição da pele, entre outros momentos, é acompanhada de muito sangue nos arredores, além de ser bizarro o suficiente uma pele sem carne ou ossos gemendo no meio de uma floresta. A morte da bruxa no começo é uma cena com uma considerável violência visual, dando um tom sombrio e profetizando como será o desenrolar da história: com muito sangue, sofrimento e traições.

As cores utilizadas são vívidas, contrastando com a narrativa perturbadora. Sempre que alguma entidade aparece, é retratada de forma luminosa e chamativa. Emmy é uma protagonista extremamente carismática, desenhada por Tyler Crook com traços inocentes e expressivos. Tão expressivos que suas mudanças de medo para raiva e curiosidade para horror são facilmente notadas, assim como as expressões de rejeição e intolerância por parte dos habitantes de Harrow.

Quando achamos que boa parte dos segredos são revelados, o final deixa um gancho inesperado. O próximo volume promete enigmas ainda maiores a serem descobertos e mais horror à espreita dessa terra maldita.

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Louise Minski

Um experimento de Schrödinger entediado.

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