The Green Woman (2010)

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The Green Woman
Original:The Green Woman
Ano:2010•País:EUA
Páginas:160• Autor:Peter Straub, Michael Easton•Editora: DC Comics (Selo Vertigo)

“Peter Straub has written some of the most beautiful, disturbing and poetic
horror of the last century. It’s a delight to see him turn his attention to
graphic novels. Chilling and haunting.”
–Neil Gaiman

Um detetive nova-iorquino chamado Bob Steele – nome dado por seu pai em homenagem a um cowboy cinematográfico – está em uma longa e dedicada caça ao assassino serial conhecido como Fielding “Fee” Bandolier, que procura um desfecho para a sua longa e tortuosa vida dedicada à morte, até que ambos encontram em seu caminho o pubThe Green Woman Tavern”, que exercerá um diferente papel sangrento em cada.

Na prateleira essa é daquelas preciosidades escondidas, mas que não vai passar desatento quando o nome de Peter Straub for notado, assim como o veterano das HQs de horror e de ilustrações realista com uma pintura (e cores) única: John Bolton. Claro, como da tradição de Peter Straub esta obra também é fruto de parceria com o Michael Easton.

Straub é conhecido por diversos livros de horror, e sempre teve seus livros fora do gênero uma recepção mista. Foi então que em 1979 ganhou notoriedade do público com o Ghost Story que teve uma adaptação em 1981 e dois grandes outros pontos em sua carreira vieram com a escrita em conjunto com ninguém menos que Stephen King nos livros “O Talismã”(The Talisman) e “Black House“. Já Michael Easton, que apesar de uma profícua carreira como ator incluindo participação em séries como Buffy The Vampire Slayer e Ally Mcbeal, teve um excelente início de carreira como escritor tendo trabalhado reconhecido em parceria com o desenhista Christopher Shy: Soul Stealer, na qual retrata a saga do soldado Kalan, que, em busca de seu amor perdido, avança através das eras perdendo o que restou de sua humanidade contra a ira dos deuses em seu avatar Apis Bull. Soul Stealer ganhou até mesmo o reconhecimento da ‘Ain’t it Cool News em 2010 como graphic novel do ano.

Com com dois autores de calibre era de se esperar uma obra minimamente interessante principalmente pelos leitores acostumados com as linhas focadas em público adulto como a antiga Vertigo, diversas HQs de horror da Dark Horse, magazines como a Heavy Metal / Met al Hurlant ou ainda saudosistas da antiga Marvel Epic. Não à toa que o artista, para materializar visualmente as palavras, fora ninguém menos que o já supracitado John Bolton, que dentre outras fez algumas histórias para o universo de Hellraiser nos quadrinhos – ainda para a Marvel Epic –, Livros da Magia, Sandman, Marada, As Fúrias (com o Mike Carey), e vale ressaltar as mais lindas ilustrações do RPG de mesa Vampiro A Máscara. Excelente escolha dado que não só Bolton consegue traduzir em proximidade da realidade as ilustrações como transfigurar essa realidade em um patamar mais místico com painéis ricamente carregados daquele lirismo apodrecido da sarjeta depois golfos e vômitos – na qual a história traduz constante sensação de degradação – como também a anatomia sexy sob o manto de um thriller policial. Os mais comuns dos personagens através do design de Bolton ganham um reação genuína de empatia ou antipatia.

A importância da escolha de Bolton para ilustração do roteiro não é menos que uma digna homenagem ao encerramento de carreira do personagem Bandolier, que advém ainda da trilogia de Straub conhecida como (trilogia) Rosa Azul, iniciada por seu livro Koko, depois Mystery e por fim The Throat, onde o personagem é citado. A temática de trauma pós-guerra desemboca na selvageria de assassinatos com requintes de crueldade e é profundamente orientado a uma dissonância da realidade por uma missão, além de ser abraçado por um dos personagens da comic, e isso está diretamente associados aos eventos da trilogia, e que podem abrilhantar a leitura da HQ por quem já está familiarizado com os livros de Straub, mas certamente não é um pré requisito para que possa degustar os painéis como um velho wiskey envelhecido em um barril dentro do Galeão Negro.

Diria ainda que o único problema da HQ é que por seu um desfecho de uma história mais longa merecia um número ainda maior de páginas com recapitulações da trilogia e ainda mais aprofundamento da história do Galeão e a raiz do “mal”.

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Ed "Toy" Facundo

Cearense nascido e criado na capital, apaixonado pela ideia de dar vidas aos seus brinquedos ou resolver intrigantes configurações do lamento - talvez esteja em um copo de cerveja - e vocalista da banda de death/thrash metal Human Heritage. Veio à Newcastle (Upon Tyne) em busca daquilo que traumatizou Constantine e sobrando tempo para exercer sua profissão de desenvolvedor de jogos.

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