O Mistério do Farol (2018)

4.3
(3)

O Mistério do Farol
Original:Keepers / The Vanishing
Ano:2018•País:UK
Direção:Kristoffer Nyholm
Roteiro:Joe Bone, Celyn Jones
Produção:Gerard Butler, Sean Marley
Elenco:Peter Mullan, Gerard Butler, Emma King, Gary Lewis, Connor Swindells, Søren Malling

Três vigias chegam a uma ilhota remota para cuidar de um farol por 6 semanas. Há um revezamento de equipes com essa finalidade e durante esse período eles estarão totalmente isolados. Esse trio é composto pelo líder mais velho e experiente (Peter Mullan), o seu braço direito e faz tudo (Gerard Butler) e o mais jovem (Connor Swindells). Os dois primeiros já fizeram esse trabalho diversas vezes e se conhecem profundamente, razão pela qual no início do filme vivenciamos o dia a dia do farol por meio do jovem novato. Nesse caminho, conhecemos também um pouco mais dos três personagens principais, suas decepções, fraquezas e o que move esses homens nessa tarefa árdua e solitária.

Em determinado momento da trama eles encontram um náufrago com um baú que desencadeará uma série de acontecimentos culminando em tragédia, conforme já noticia os letreiros no início da projeção.

O operário padrão Gerard Butler deu um tempo nas fitas de ação – é dele a franquia Invasão na Casa Branca e continuações (2013, 2016 e 2019) para se aventurar num papel mais dramático e com grande carga emocional, amparado pelo sempre competente Peter Mullan. Se Butler não conseguiu atingir todo o potencial que deveria no papel já que é um ator limitado, a culpa também é do roteiro que, depois de certo tempo, deixa de lado as convicções dos personagens e busca simplesmente o enfoque de causa-efeito para justificar as ações.

Connor Swindells é um ator de poucos créditos (a série Sex Education é um deles) mas é um nome a se prestar atenção. Contrapondo-se à gravidade de Peter Mullan, Connor exala um misto de rebeldia e fragilidade no papel, sendo que um dos melhores momentos dramáticos do longa é quando conta um fato de seu passado que deixou marcas indeléveis em sua memória e coração.

A direção do dinamarquês Kristoffer Nyholm é acertada em sua austeridade e por tornar toda a trama factível mas peca por deixar de desenvolver melhor algumas cenas, principalmente no terço final do filme.

Baseado num fato real sobre o desaparecimento de três vigias no ano de 1900 nas Ilhas Flannan (eles simplesmente desapareceram da ilha sem deixar rastros e nunca mais foram vistos), o filme consegue nos convencer que, o quanto imaginado pelos roteiristas, isso tenha efetivamente ocorrido, tornando crível a ficcionalização do evento. Apesar desse mérito, podemos considerar o filme como um suspense mediano, bastante acima da média de muitas produções do gênero que fazem parte do cardápio da Netflix, mas que não alcança o patamar de qualidade desejado.

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Ricardo Gazolla

Formado em Direito e trabalhando no setor privado, apaixonado por cinema desde a infância quando assistiu Os Goonies (1985) na tela grande. Sua predileção pelo horror começou um pouco depois ao conhecer em VHS A Hora do Pesadelo (1984), Renascido do Inferno (1987) e A morte do demônio (1981). Desde então o cinema se tornou um hobby, um vício socialmente aceito, um objeto de estudo, um prazer público e, agora, no site Boca do Inferno, uma forma de comunicação com as pessoas.

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