Gorgo
Original:Gorgo
Ano:1961•País:UK Direção:Eugène Lourié Roteiro:Robert L. Richards, Daniel James Produção:Wilfred Eades, Herman King Elenco:Bill Travers, William Sylvester, Vincent Winter, Christopher Rhodes, Joseph O'Conor, Bruce Seton, Martin Benson, Maurice Kaufmann, Basil Dignam |
“Será que todos os esforços do Homem poderão superar a força irresistível desse monstro?” – repórter de rádio, no meio do caos
Gorgo (Inglaterra, 1961) é um filme situado no subgênero de monstros gigantes e considerado a resposta britânica para o clássico japonês Godzilla, que por sua vez acabou fazendo parte da cultura pop. É mais um daqueles filmes divertidos que eram exibidos com frequência na televisão aberta e que podemos encontrar uma versão no “Youtube” com a dublagem clássica e algumas partes em versão original em inglês sem legendas, para voltarmos ao passado e reviver uma experiência nostálgica de valor inestimável.
A direção é de Eugène Lourié (1903-1991), cineasta ucraniano (na época o país ainda fazia parte da Rússia) que também já havia feito outros filmes de monstros colossais como O Monstro do Mar (The Beast From 20.000 Fathoms, 1953), O Monstro de New York (The Colossus of New York, 1958) e O Monstro Submarino (Behemoth the Sea Monster, 1959).
Os sócios caçadores de tesouros no fundo do mar Joe Ryan (Bill Travers) e Sam Slade (William Sylvester) capturam um monstro marinho de origem pré-histórica, que vive perto de uma ilha irlandesa, escondido numa caverna oceânica oculta na crosta terrestre, e exposta após uma erupção vulcânica.
Apelidado de “Gorgo”, ele é levado para a Inglaterra, onde é explorado como atração de circo em Londres, contrariando um grupo de cientistas que tinha o objetivo de estudá-lo. E um menino, Sean (Vincent Winter), que sente afeição pela criatura, acompanhou clandestinamente a viagem do monstro até o continente.
Porém, as coisas se complicam bastante depois que os cientistas descobrem que o monstro é apenas um filhote, e que sua mãe de 60 metros de altura e imponentes olhos vermelhos está raivosa e vai resgatá-lo destruindo tudo pelo caminho, incluindo importantes marcos históricos de Londres, como a torre do relógio do Big Ben e a Ponte da Torre.
Para quem aprecia os filmes antigos de horror e ficção científica com monstros gigantes, assistir Gorgo é garantia de diversão, com seus efeitos especiais toscos para os tempos modernos de CGI, mas eficientes e impressionantes para a época de produção no início da década de 60 do século passado. É curto, com apenas 75 minutos, e os destaques obviamente são as cenas de naufrágios dos barcos no mar como se fossem brinquedos e o monstro colossal destruindo Londres, com a utilização da técnica “suitmation”, onde um ator está vestindo uma fantasia de borracha caminhando entre as ruínas de uma cidade em miniatura, com escala proporcional.
Curiosamente, o nome “Gorgo” foi inspirado na criatura “Górgona” da mitologia grega, que tinha serpentes na cabeça e o poder de transformar em pedra todos que olhassem diretamente para o seu rosto. O filme tem algumas similaridades de roteiro com outro clássico, King Kong (1933), onde o famoso macaco gigante foi capturado numa ilha esquecida pelo tempo e trazido para o ambiente urbano para ser explorado pelos humanos por cobiça e dinheiro.
Quando Gorgo foi exibido na tv brasileira nos anos 1980’s (acho que nunca passou na Globo) a propaganda dizia justamente que o filme tinha sido feito para concorrer com King Kong, se me lembro bem.