Hades (2020)

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Hades
Original:Hades
Ano:2020•País:EUA
Desenvolvedora:Supergiant Games•Distribuidora: Supergiant Games

O gênero roguelike é um estilo de jogo que você ama ou odeia. Descendente direto dos jogos de RPG, os roguelikes tomaram novas e diversificadas formas, onde é geralmente caracterizado pela geração de níveis aleatórios ou procedurais, sendo seu objetivo o de encerrar a jornada numa única partida, com a morte sendo permanente e tudo perdido para o jogador ter que recomeçar do zero a cada derrota. E, provavelmente, esse último elemento é o do ódio. A ideia de que se armar, organizar seus poderes e habilidades para, às vezes, por uma besteira, perder tudo, soa frustrante e pouco convidativa. Até que um questionamento foi feito: e se a morte fosse parte necessária da experiência para ela ser completa? E foi assim que Hades surgiu.

Desenvolvido e publicado pela Supergiant Games, Hades é um roguelike de ação em terceira pessoa onde você controla Zagreu, filho do deus grego Hades, que colocou na cabeça um único e teimoso objetivo, fugir do Submundo e chegar ao Monte Olimpo, numa jornada extremamente condenada por seu pai, enquanto exaustivamente incentivada por todos os outros olimpianos, que estão numa vontade enorme (e por vezes muito estranha) de conhecer o príncipe mundo dos mortos.

Zagreu precisará passar por quatro grandes alas do Submundo se quiser chegar à superfície, munido de armas, magias e presentes, dados pelos deuses e outros seres da mitologia grega. E, obviamente, é em sua jogabilidade que Hades brilha.

Porque o combate em Hades é simplesmente um absurdo de tão bom e onde o jogo acerta em todo o formato que se propõe. Com apenas uma espada no começo, o leque de armas abre aos poucos, cada uma com uma estratégia e possibilidades de abrir modos diferentes. As graças e poderes dos deuses também fazem toda a diferença. Desde colocar uma explosão de veneno de Dionísio no seu dash, até invocar os raios de Zeus em um especial devastador, tudo tem um impacto diferente.

Por isso, Hades é frenético, dinâmico e arrebatador. A cada sala liberada após a morte de todos os inimigos, você recebe novos poderes ou melhora suas habilidades de combate. Tudo isso numa movimentação graciosa e precisa, mas onde você precisará se adaptar constantemente com estratégias novas. E quanto mais você aprende como todo esse sistema funciona, mais desafiador o jogo fica, ainda que sempre recompensador. Além disso, conseguir montar uma build onde você se sinta invencível após tantas possibilidades de combinações (e, sim, muitas serão ruins), faz você se sentir orgulhoso.

Mas, novamente, o gargalo de um roguelike geralmente é a morte e a necessidade de começar tudo do zero. Só que em Hades a morte não é o fim. A morte, na verdade, é necessária. É somente através dela que linhas de diálogo são abertas, novos conhecimentos adquiridos e a trama verdadeira por trás da fuga de Zagreus e o desejo dos deuses se revela.

Claro, você nunca quer morrer, porque a morte representa, acima de tudo, uma derrota, mas aqui você não vai exatamente se frustrar. O conteúdo de Hades é tão rico e diverso que chega a ser assustador imaginar o volume de trabalho desenvolvido para que tantas horas de divertimento e camadas do enredo fossem entregues. Para se ter uma ideia, você precisará de dez runs perfeitas para chegar ao verdadeiro final do jogo e, ainda assim, poderá seguir com ele em inúmeros objetivos secundários com gosto de principal.

Tudo isso num cenário deslumbrante, de um jogo lindo, bem polido, e visualmente incrível em sua taxa máxima de quadros. Além de uma trilha sonora impecável, uma dublagem marcante como poucas na história dos jogos e uma sensualidade presente na mesma medida que seu lado sombrio. Sim, Hades é um jogo em que você luta contra os terrores do Submundo, mas também é bem humorado, poético, instigante e sexy, inclusive com possibilidades de romances, ainda que conseguir se relacionar com Tânatos, o deus da morte, seja uma baita dificuldade. Mas para os gays nada é exatamente fácil, né?

Hades está disponível para Playstation 4, Playstation 5, Xbox One, Xbox Series, Nintendo Switch e PC.

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Samuel Bryan

Jornalista, acreano, tão fã de filmes, games, livros e HQs de terror, que se não fosse ateu, teria sérios problemas com o ocultismo. Contato: games@bocadoinferno.com.br

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