Servant - 3ª Temporada
Original:Servant - Season 3
Ano:2022•País:EUA Direção:M. Night Shyamalan, Ishana Shyamalan, Dylan Holmes Williams, Logan George, Celine Held, Carlo Mirabella-Davis, Severin Fiala, Veronika Franz, Kitty Green Roteiro:Tony Basgallop, Ishana Shyamalan, Henry Chaisson, Alyssa Clark, Laura Marks, Ryan Scott, Kara Lee Corthron, Amy Louise Johnson Produção:Tony Basgallop, Todd Black Elenco:Lauren Ambrose, Toby Kebbell, Nell Tiger Free, Rupert Grint, Molly Griggs, Tony Revolori, Phillip James Brannon, James Hoogerwerff, Mathilde Dehaye, Boris McGiver, Todd Waring, Joshua De Jesus, Billy Vargus, Sunita Mani |
Criada por Tony Basgallop e produzida por M. Night Shyamalan, a série Servant chega a sua terceira temporada ampliando suas esquisitices. A primeira trazia o drama da família Turner, Sean (Toby Kebbell) e Dorothy (Lauren Ambrose), com a perda do bebê Jericho, iniciando um processo de aceitação psicológica através do uso de um boneco. Com a chegada da babá Leanne (Nell Tiger Free), coisas estranhas começam a acontecer como o fato do boneco se transformar em um bebê de verdade e a visita de parentes estranhos como o Tio George (Boris McGiver), tendo relação com uma seita. Esta se amplia na segunda temporada com o sumiço da criança e de Leanne, motivando uma investigação sobre seu paradeiro até resultar em seu cárcere no sótão. A presença da mulher de preto Josephine (Barbara Sukowa) cria um incômodo a Leanne pela necessidade de um sacrifício, o que leva a uma ação drástica da babá.
Com a volta de Jericho, tudo parece voltar aos eixos. Leanne passa a ser aceita como membro da família para ajudar a cuidar do bebê, e o passado de incômodos parece não ter deixado sequelas. Dirigido por M. Night Shyamalan, a terceira temporada foi ao ar em 21 de janeiro mostrando uma Leanne assombrada pela possibilidade de ser perseguida pelos membros da seita. Esse temor irá acompanhá-la pelos três primeiros episódios, configurando um terror real quando mendigos do parque situado atrás da residência passarão a demonstrar bastante interesse por ela. A trama, então, passa a intensificar essa proximidade ao mesmo tempo em que a razão para essa perseguição se revela outra.
A partir daí, aquela Leanne assustada com possíveis invasões e que achava os Turners muitos seguros, começa a apresentar um outro lado, sendo notada por Dorothy. Ao perceber que a garota tem intenções que vão além do desejo de pertencer à família, ela começa a planejar uma maneira de se livrar dela. É esse conflito Dorothy x Leanne que fortalece a segunda parte da temporada, revelando um terror psicológico crescente. Basgallop e os demais roteiristas como Ishana Shyamalan, Nina Braddock, Alyssa Clark e outros vão criando uma tensão cada vez mais absoluta na morada, que, desta vez, explora novos ambientes como a parte de trás, diante de um parque.
Livre dos domínios de Josephine e do Tio George, a terceira temporada traz uma Leanne risonha, falante, expressiva. Sua mudança de postura é condizente com os próximos passos de sua personagem na construção de uma líder. Vista nas duas primeiras como uma serva, tanto da família quando do culto, Leanne começa a assumir as rédeas da casa, colocando os Turner como subalternos, reféns de seus atos. Amplamente dominado, Julian (Rupert Grint) deixa o humor de lado – desta vez mais sutil como os que envolve o copo de leite – para se mostrar dependente de uma droga ainda mais difícil de se livrar. Os acréscimos de uma namorada para ele e Tobe (Tony Revolori) criam situações tragicômicas como a do anel, numa das melhores cenas da temporada.
Servant continua se reinventando em sua terceira temporada. Mesmo com seu aspecto teatral na exploração de um ambiente único, permite interações e conflitos, ao passo que Leanne cresce como personagem ainda mais sinistra e estranha. São essas situações estranhas que continuam tornando a experiência de conferir a série cada vez maior, e o trabalho de produção, direção e cenário continua muito bem feito e convidativo. A cena final é de deixar o espectador boquiaberto pela quarta e última temporada, quando, aparentemente, os papéis de dominador e dominado se inverterão de modo ainda mais assombroso.