3.6
(8)

As Linhas Tortas de Deus
Original:Los renglones torcidos de Dios
Ano:2022•País:Espanha
Direção:Oriol Paulo
Roteiro:Oriol Paulo, Guillem Clua, Lara Sendim, Torcuato Luca de Tena
Produção:Ángel Blasco, Mercedes Gamero, Adrián Guerra, Núria Valls
Elenco:Bárbara Lennie, Eduard Fernández, Loreto Mauleón, Javier Beltrán, Samuel Soler, Pablo Derqui, Federico Aguado, Adelfa Calvo, Antonio Buíl

Alice Gould (numa boa interpretação de Bárbara Lennie) é uma detetive particular contratada para investigar um caso de homicídio ocorrido num hospital psiquiátrico. Ela se interna na instituição para buscar pistas do assassino.

Fiquem apenas com essa singela premissa para melhor curtir As Linhas Tortas de Deus, esse envolvente filme espanhol disponibilizado pela Netflx. Lógico que existirá uma trama (ou duas) que colocará em dúvida a sanidade da protagonista, marcadas pelas reviravoltas do roteiro bem orquestrado baseado no livro homônimo de Torcuato Luca de Tena, lançado em 1979.

Além do bom roteiro que prende a atenção, outro mérito do filme também está na direção de Oriol Paulo, que vem se especializando em produtos de mistério que, se não geniais, tampouco subestimam a inteligência do espectador. É dele o interessantíssimo Um Contratempo (2016) e a boa minissérie O Inocente (2021) ambos com o excelente Mário Casas. Por falar em Casas, assistam o filme Não Matarás (2020), que é um ótimo exercício de tensão.

Mas estou tergiversando… Voltando para As Linhas Tortas de Deus, o suspense é calcado na incerteza do que estamos vendo (real ou imaginário?) e nos interessantes plot twists da trama. Impecável o subterfúgio do “flashback” utilizado no incêndio (quem assistir saberá o que estou dizendo) e a própria composição da protagonista, que pode ser condutora ou vítima da ação.

Acho um tantinho exagerada a duração (duas horas e meia é demais para a proposta que se apresenta) e o clima/ambientação novelística da vida da protagonista fora dos muros da instituição, o que destoa da sobriedade do restante do filme.

Um ponto de atenção: há um sem número de opiniões e artigos na internet tentando explicar o final. Sem desmerecer o trabalho dessas pessoas que querem e gostam de clarificar as narrativas, intuir significados e desvendar as intenções, neste caso, não vale a pena perder tempo com a leitura… não estamos diante de um novo trabalho enigmático e cheio de simbolismos no nível de David Lynch e nem das estripulias narrativas de Christopher Nolan. Alice Gould é uma personagem complexa, o final realmente fica em aberto (mas plenamente satisfatório e inteligível) e pensar um pouco sobre o que você acabou de ver é o grande barato da proposta!

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