A Profecia do Mal
Original:The Devil Conspiracy
Ano:2022•País:República Tcheca Direção:Nathan Frankowski Roteiro:Ed Alan Produção:Ed Alan Elenco:Alice Orr-Ewing, Joe Doyle, Eveline Hall, Peter Mensah, Joe Anderson, Brian Caspe, James Faulkner, Spencer Wilding |
O embate entre anjos e demônios em um contexto apocalíptico para evitar o nascimento do Anticristo ganhou mais um capítulo com o horror sonoro A Profecia do Mal (The Devil Conspiracy, 2022), lançado nos cinemas brasileiros há algumas semanas para disputar a atenção com Avatar: O Caminho da Água e O Gato de Botas 2. O filme tcheco tem a direção de Nathan Frankowski, a partir de um roteiro de Ed Alan, e é estrelado por Alice Orr-Ewing (Um Fantástico Medo de Tudo), Joe Doyle e Eveline Hall (Lar dos Esquecidos). Trata-se de uma produção embebida em clichês, apostando nos efeitos especiais e na balbúrdia de sua proposta, resultando em um longa cansativo e mal realizado, não justificando sua passagem pela tela grande.
A trama básica apresenta nos dias atuais uma empresa de biotecnologia farmacêutica para fins satânicos (é o que deve estar no nome jurídico) que desenvolveu um meio de clonar pessoas mortas, trazendo de volta músicos, pintores e outras personalidades que fizeram a diferença na História. Eles pretendem trazer de volta Jesus Cristo apenas como desculpa para libertar Lúcifer (Joe Anderson, de As Ruínas, A Perseguição) das entranhas do Inferno. Para tal, precisam roubar o Santo Sudário, onde há registros de DNA, e de um receptáculo, no caso, a artista historiadora Laura Milton (Orr-Ewing). Quando a moça é sequestrada pela líder do culto, Liz (Hall), e seus asseclas, cabe ao falecido padre Marconi (Doyle), com o corpo entregue ao Arcanjo Miguel, buscar sua espada poderosa e evitar o início do apocalipse.
A ambientação na República Tcheca é interessante, assim como alguns dos cenários infernais, com almas perdidas em fuga e criaturas aladas em constante perseguição. Também é possível elogiar boa parte dos efeitos especiais, que envolvem um assecla monstruoso, pessoas sendo destroçadas e fumacinhas que representam o passeio do Anjo Caído pelas possíveis hospedeiras. Até os mais bregas, com raios azulados e pirotecnia, são aceitáveis, dentro de seu contexto absurdo, entre sangue prático e digital. O que incomoda realmente é a trilha incidental constante, com poucas cenas em que a tensão é trabalhada pela sensação do incômodo, como se o fim dos tempos precisasse ser acompanhado de baladas religiosas – a tortura deve ser maior para quem arriscar assistir numa tela XD (agradeçam por Avatar 2 estar ocupando esses espaços).
Diferente do Arcanjo Miguel de O Mestre dos Desejos 3, este quer a qualquer custo preservar a vida de Laura. A todo momento você imagina o quanto tudo poderia ser resolvido facilmente se ele sacrificasse a hospedeira. Pelo bem maior seria até justificado. Contudo, Miguel, que inicialmente aparenta ser uma máquina destruidora de demônios, correndo atrás de veículos como o T-1000 de Robert Patrick, mostra-se um saco de pancadas, sendo preso pelos inimigos em duas situações até descobrir o óbvio em relação ao bebê que virá – uma mensagem nas entrelinhas sobre a educação moldar o caráter que poderia ilustrar folhetos distribuídos nas igrejas.
Em suas quase duas horas, A Profecia do Mal promove bocejos até nos cristãos menos exigentes. Desde as continuações ruins de Anjos Rebeldes não se via um conflito entre anjos tão sonolento e desnecessário. Se o Apocalipse vier dessa maneira tão brega e barulhenta, é melhor torcer pelo arrebatamento.
Que filme ruinzinho esse aí!
Mas os cristãos menos exigentes aguentam de boa até as novelas da Record! Esse Apocalipse aí deve ser fichinha!
Fácil Fácil na Temperatura Máxima.