A Mão (1981)

4.9
(9)

A Mão
Original:The Hand
Ano:1981•País:EUA
Direção:Oliver Stone
Roteiro:Oliver Stone, Marc Brandel
Produção:Edward R. Pressman
Elenco:Michael Caine, Andrea Marcovicci, Annie McEnroe, Bruce McGill, Viveca Lindfors, Rosemary Murphy, Mara Hobel, Pat Corley, Nicholas Hormann, Charles Fleischer, Tracey Walter

A década de 1980 certamente foi muito significativa para o cinema de horror. Basta citar filmes como The Evil Dead e Hellraiser para termos uma ideia da produção desse período. Porém, outros filmes menores, menos badalados e mais desconhecidos, mas igualmente divertidos, também são bons exemplos do que foi feito nessa época. A Mão (The Hand, 1981) foi escrito e dirigido por Oliver Stone, bem antes de seu nome ser consagrado em filmes como o genial drama da Guerra do Vietnã Platoon (1986), ou Nascido em 4 de Julho (1989), ou Assassinos Por Natureza (1994), ou ainda também muito tempo antes de tropeços monumentais como o épico Alexandre (2004), uma megaprodução que foi um fracasso comercial tão grande quanto seu orçamento milionário. Mas poucos sabem que um dos primeiros filmes de sua carreira é do gênero horror.

Na história, um famoso cartunista, Jonathan Lansdale (o inglês Michael Caine), está enfrentando uma crise conjugal com sua bela esposa Anne (Andrea Marcovicci). Para complicar ainda mais, ele perde a mão direita num acidente de carro, um fato que o prejudica profissionalmente, impedindo de continuar a desenhar uma história em quadrinhos de sucesso. Despedido pela editora Karen Wagner (Rosemary Murphy), ele é convidado a lecionar numa faculdade em outra cidade. Porém, fatos misteriosos começam a acontecer com pessoas que estão próximas ao desenhista e que por algum motivo despertaram sua ira, como a jovem estudante Stella Roche (Annie McEnroe) ou o companheiro de bar Brian Ferguson (Bruce McGill), em eventos repletos de situações bizarras envolvendo a mão decepada de Lansdale, que se movimenta sozinha com vida própria, e a questão de sua sanidade.

Alguns destaques ficam por conta da forte cena do acidente de carro em que o desenhista tem sua mão brutalmente decepada; pelas cenas de assassinatos envolvendo um criminoso no mínimo estranho e fora do comum, ou seja, uma mão em início de decomposição da carne, movimentando-se como uma criatura bizarra em busca de vingança; e pelo desfecho sinistro encerrando a história de uma forma que permite uma incrível dupla interpretação pelo espectador.

O tema da mão que ganha vida própria já foi bastante explorado pelo cinema fantástico, e dentre os inúmeros filmes que abordaram o assunto, podemos citar alguns deles a título de ilustração. The Hands of Orlac, também conhecido como Mad Love (1935), do cineasta alemão Karl Freund, e The Beast With Five Fingers (1947), de Robert Florey, ambos estrelados por Peter Lorre. No primeiro, um pianista perde suas mãos num acidente de trem e recebe um transplante de mãos de um assassino, as quais adquirem vida própria e obrigam o músico a cometer crimes. O outro filme também conta a história de um pianista que tem uma mão decepada, que ganha vida e passa a caminhar sozinha em busca de suas vítimas. O estúdio inglês “Amicus” (rival da “Hammer“) produziu uma antologia chamada Dr.Terror’s House of Horrors, em 1965, na qual uma das histórias, “The Crawling Hand“, estrelada por Christopher Lee, apresenta um crítico de arte sendo atormentado pela mão decepada de um artista, que passa a persegui-lo à procura de vingança. Uma outra referência que merece registro é o hilariante Evil Dead 2, de Sam Raimi, no qual o herói Ash (Bruce Campbell) luta contra a sua própria mão decepada e possuída por um demônio.

O roteiro de A Mão de Oliver Stone foi inspirado no livro “The Lizard’s Tail“, de Marc Brandel. Os efeitos especiais são bem interessantes, principalmente pela época da produção, com o trabalho sob a responsabilidade do veterano técnico italiano Carlo Rambaldi, conhecido por filmes como King Kong (1976), Alien, o Oitavo Passageiro (1979), ET – O Extraterrestre (1982), Conan, o Destruidor e Duna (ambos de 1984), Olhos de Gato e A Hora do Lobisomem (ambos de 1985), e O Armário do Diabo (1989), entre outros. Com 105 minutos de duração, o filme foi lançado no mercado brasileiro de vídeo VHS pela “Warner“, já fora de catálogo há muito tempo, e atualmente apenas encontrado com sorte em acervos antigos de locadoras, ou perdidos em sebos, ou em videotecas particulares de colecionadores.

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Média da classificação 4.9 / 5. Número de votos: 9

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Juvenatrix

Uma criatura da noite tão antiga quanto seu próprio poder sombrio. As palavras são suas servas e sua paixão pelo Horror é a sua motivação nesse Inferno Digital.

4 thoughts on “A Mão (1981)

    • 04/07/2023 em 17:09
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      Obrigado pela informação. O texto foi escrito originalmente em 2005.

      Resposta
      • 05/07/2023 em 10:22
        Permalink

        A importância da mídia física é mostrada a todo momento para quem consome as obras …

        Resposta
      • 05/07/2023 em 16:55
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        Caramba, li essa resenha há uns quinze anos e ainda lembro dela.

        Resposta

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