Corra, Querida, Corra (2022)

3.6
(5)

Corra, Querida, Corra
Original:Run Sweetheart Run
Ano:2022•País:EUA
Direção:Shana Feste
Roteiro:Shana Feste, Kellee Terrell, Keith Josef Adkins
Produção:Jason Blum, Effie Brown, Shana Feste, Brian Kavanaugh-Jones
Elenco:Ella Balinska, Pilou Asbæk, Clark Gregg, Shohreh Aghdashloo, Dayo Okeniyi, Sagan Rose, Briana Lane, Sigrid Owen

Corra, Querida, Corra e a produção rotineira da Blumhouse, de pegada moderninha mas com um elenco acima da média, que está disponível na Amazon Prime Vídeo. A jovem Cherie (Ella Balinska), estudante de direito com uma filha pequena, tem que fazer um favor ao seu chefe (Clark Gregg) e ir a um jantar com um cliente.  No caso, o cliente do escritório é o charmoso e milionário Ethan (Pilou Asbaek), que se mostra um príncipe encantado até que a ataca e passa a persegui-la pelas ruas da cidade.

Trata-se de mais um jogo de gato e rato, não muito interessante, mas que tem seus momentos. A direção foge da violência e do gore, concentrando-se na relação entre perseguidor e perseguida. O roteiro tem algumas ideias boas (a relação com o cheiro é uma ótima sacada) e outras nem tanto (o grupo de auto ajuda de mulheres que já foram alvo de Ethan é de cair o queixo de tão estapafúrdio). Shohreh Aghdashloo tenta dar alguma dignidade ao papel de dirigente desse grupo, mas a proposta é tão boba que sua habitual austeridade aqui não tem apelo algum.

Quem dirige e colaborou no roteiro é Shana Feste. Se você, leitor, nunca ouviu falar, não se sinta frustrado… eu também não e fui pesquisar. A sua filmografia anterior (tanto direção como roteiro) é basicamente de dramas e romances açucarados, inclusive a refilmagem de Amor Sem Fim (2014). Isso explica a sua falta de traquejo no gênero. Não que ela seja totalmente incompetente, mas ainda tem muito a melhorar para alcançar o nível de tensão desejado para o enredo.

O filme não é ruim, ao contrário, pode ser apreciado sem muitas expectativas e parando várias vezes para ir ao banheiro, fazer pipoca, atender o telefone etc. Revi recentemente a obra prima Depois de Horas (1984), de Martin Scorsese. São duas propostas diferentes, mas aqui sim o clima de paranoia e desespero se instalada no personagem vivido por Griffin Dunne perambulando por Nova York. Depois de Horas é uma comédia suspense dramática (se essa mistura não existir, esse filme a inventou) tão bem feita, com tanta verve e garra que imaginei se Run, Sweetheart, Run tivesse essa mesma consistência poderia ser um bicho totalmente diferente.

Faltou talento e ousadia para Run, Sweetheart, Run ser algo que possa se lembrado pelo menos por meia hora depois de finalizado.

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Ricardo Gazolla

Formado em Direito e trabalhando no setor privado, apaixonado por cinema desde a infância quando assistiu Os Goonies (1985) na tela grande. Sua predileção pelo horror começou um pouco depois ao conhecer em VHS A Hora do Pesadelo (1984), Renascido do Inferno (1987) e A morte do demônio (1981). Desde então o cinema se tornou um hobby, um vício socialmente aceito, um objeto de estudo, um prazer público e, agora, no site Boca do Inferno, uma forma de comunicação com as pessoas.

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